Nº 1101
Senhora de Fátima, Senhora do Céu
Onde quer que eu esteja,
Sei que me esperas, sempre, àquela hora do terço.
Mesmo que não te visite, que as ondas da rádio não me levem até Ti,
Sei que me esperas, sei que te lembras de mim, aí.
Doce Senhora do Céu, o que encontraste aqui há cem anos?
O que te encantou nestes Pastorinhos? Nesta nossa terra?
Merecemos ainda hoje esta enorme graça?
Compreenderemos nós o quanto nos amas,
o quanto esperas destes teus filhos?
Confiaste aos três pequenos uma mensagem para o mundo.
Penso que a confiaste a todo um povo.
Convidaste-nos a peregrinar, semeando nos corações dos homens
um profundo amor a Deus.
Sabendo-nos pecadores, incapazes e limitados,
estendeste-nos as escadas do teu rosário.
Pedes, hoje como em 1917, que confiemos em Ti como Mãe.
Por isso, aqui, nesta terra que fizeste Tua,
onde o Sol bailou só de te ouvir,
continuam a chegar tantos, tantos, minha Senhora querida!
Chegam do Norte, do Sul,
Dos lugares onde o Sol nasce, e de onde ele se esconde.
Peregrinos de Fátima, despidos das suas capas mundanas.
Sem fardas ou cargos, poderes ou títulos.
Homens, mulheres, crianças, jovens, velhos…
Tantos, Senhora, a dizer, de olhos brilhantes, que aceitam a Tua missão.
Vieste visitar-nos,
Fazer-nos crianças de novo:
Para sermos pequenos para o mundo,
Mas gigantes à Luz do Amor de Deus!
Que mereçamos esta tão grande graça…
Com todo o meu amor.
Catarina Gregório Martins (adaptado)
MEDITAR
Viver na verdade de Jesus
Não há na vida uma experiência tão misteriosa e sagrada como a despedida do ente querido que vai além da morte. Por isso o Evangelho de João procura recolher na última despedida de Jesus o seu testamento: aquilo que nunca devem esquecer.
Uma coisa é muito clara para o evangelista. O mundo não vai poder «ver» nem «conhecer» a verdade que se esconde em Jesus. Para muitos, Jesus terá passado por este mundo como se nada tivesse ocorrido; não deixará vestígios nas suas vidas. Para ver Jesus é preciso ter olhos novos. Somente aqueles que o amam poderão experimentar que Ele está vivo e faz viver.
Jesus é a única pessoa que merece ser amada absolutamente. Quem o ama assim não pode pensar nele como se pertencesse ao passado. A sua vida não é uma memória. Quem ama Jesus vive as suas palavras «guarda os seus mandamentos», vai ficando «cheio» de Jesus.
Não é fácil expressar essa experiência. O evangelista chama-lhe de «Espírito da verdade». É uma expressão muito acertada, pois Jesus vai-se convertendo numa força e uma luz que nos faz «viver na verdade». Qualquer que seja o ponto em que nos encontremos na vida, acolher Jesus em nós leva-nos para a verdade.
Este «espírito da verdade» não deve ser confundido com uma doutrina. Não se encontra nos livros dos teólogos nem nos documentos do magistério. De acordo com a promessa de Jesus, «vive connosco e está em nós». Escutamo-Lo no nosso interior e resplandece na vida de quem segue os passos de Jesus de maneira humilde, confiada e fiel.
O evangelista chama-lhe «Espírito Defensor», porque, agora que Jesus não está fisicamente connosco, defende-nos do que nos poderia separar Dele. Este espírito «está sempre connosco». Ninguém o pode assassinar, como a Jesus. Seguirá sempre vivo no mundo. Se o acolhemos na nossa vida, não nos sentiremos órfãos e desamparados.
Talvez a conversão que nós os cristãos mais necessitamos hoje é ir passando de uma adesão verbal, rotineira e pouco real a Jesus, para a experiência de viver arraigados no seu «Espírito da verdade».
José António Pagola
Origem da Festa do Senhor Santo Cristo
No Convento da Caloura, em Água de Pau, começa a história do culto do Senhor Santo Cristo dos Milagres, em S. Miguel. Reza a tradição que foi neste lugar que se erigiu o primeiro Convento de Religiosas nesta Ilha, convento cuja fundação se deveu, principalmente, à piedade das filhas de Jorge da Mota, de Vila Franca do Campo.
Mas para que tal comunidade fosse estabelecida como devia, foi necessário que alguém fosse a Roma pedir a respetiva Bula Apostólica. Largaram, por isso, de S. Miguel a caminho da Cidade Eterna, duas religiosas. Aí solicitaram ao Papa o desejado documento. Tão bem se desempenharam dessa missão que o Sumo Pontífice não só lhes passou a ambicionada Bula como ainda lhes ofereceu uma Imagem do Ecce Homo. De regresso a Vale de Cabaços, a singular imagem foi posta num nicho onde se conservou por poucos anos.
Porque o lugar era ermo e muito exposto às incursões dos piratas, o pequeno Mosteiro ficou, certo dia, deserto, pois parte das religiosas seguiu para Santo André, de Vila Franca do Campo, e a outra parte se encaminhou para Ponta Delgada, para o Mosteiro da Esperança, acabado de fundar pela viúva do Capitão Donatário, Rui Gonçalves da Câmara. Mas a Imagem do Senhor Santo Cristo não ficou esquecida em Vale de Cabaços, porque a religiosa galega Madre Inês de Santa Iria a quis trazer para Ponta Delgada.
Culto do Senhor Santo Cristo dos Milagres
Numa ilha de vulcões em atividade constante e de sismos frequentes, a devoção era o único refúgio do povo, através do culto do Divino Espírito Santo e ao Senhor Santo Cristo dos Milagres.
A devoção que Teresa da Anunciada, venerável religiosa do convento de Nossa Senhora da Esperança, tão intensamente sentiu por Cristo, marcou profundamente a alma do povo, de tal modo que o culto ao Senhor, através da procissão com a imagem, se expandiu e fortaleceu ao longo dos séculos. É, hoje em dia, a maior procissão, a mais grandiosa e a de maior devoção que se realiza em terras portuguesas.
No coração de cada açoriano, disperso pelo mundo, há um altar de culto eterno ao Senhor Santo Cristo, onde as suas preces mantêm permanentemente acesas místicas velas de imperecível devoção e saudade
In, Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura
PENSAMENTO DA SEMANA
Oração ao Senhor Santo Cristo
Senhor Santo Cristo dos Milagres, pela Vossa Ressurreição, Deus está renovando este mundo para fazer surgir uma nova criação.
Fazei, Senhor, que estas novas forças realizem mais e melhor a sua verdadeira finalidade de salvação e bondade.
Eu Te agradeço todos os benefícios que nos tens concedido e afasta de nós todas as barreiras que impedem a comunhão, a justiça, a verdade, a paz e o amor. Nós Te imploramos, Senhor, que nas nossas vidas simples, cheias de alegrias e tristezas comuns, encontremos sempre a Tua presença real e concreta.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo.
Ámen.
INFORMAÇÕES
MISSA NO SANTUÁRIO DA CALDEIRA
No próximo domingo, 21 de maio, às 15h30 horas.
Faça download desta Carta Familiar em formato PDF: Nº 1101
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Nº 1173Pensamento da Semana
PENSAMENTO DA SEMANA
SEJA FEITA A TUA BONDADE!
"Jesus não ensinou o Pai Nosso aos discípulos como uma fórmula para estes repetirem de cor e de modo completo." (Calmeiro Matias)
Jesus não definiu a entoação certa ou o sotaque mais apropriado.
Cada um tem um dialeto feito de silêncios, de palavras, de cumplicidades.
Um dia, em Vila Nova de Gaia, o meu primo recebeu-me com um "bons olhos te beijam!" A resposta ao meu "Ãh?" não tardou: "És surda? Bons olhos te beijam!"
Soou-me a poesia. O sotaque tornou tudo mais bonito.
À semelhança do meu primo e do meu Pai, "aboli os vês" e digo:
Seja feita a tua bondade! A tua bondade, Pai! A tua bondade, Pai!
Quando Jesus partilhou com os discípulos o modo como conversava com o seu Pai, demorou-se a mostrar-lhes a confiança na bondade de Deus. Lucas fez chegar até nós a história do amigo que aparece fora d'horas e termina perguntando se um Pai poderá recusar o maior bem - a convivência e a intimidade do Espírito - aos seus filhos. (Lucas 11, 1-13)
"Este assunto da bondade de Deus é uma questão de sensatez. Ser sensato. Como pode existir Deus, se não for bom?" (José António Pagola)
Eneida Costa
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