Nº 1089

 

Reconciliação e Quaresma

No tempo de Quaresma somos convidados a retirar-nos. Retirar-nos de nós e das nossas coisas, de forma a termos um encontro direto e pessoal com Deus e Jesus.

Recordando a Parábola do Filho Pródigo (ou do Pai Misericordioso), somos chamados a viver a reconciliação, depois de nos arrependermos das nossas faltas, devemo-nos reconciliar com Deus e com o irmão. Pois se dizemos que amamos a Deus e não amamos o irmão, somos mentirosos. Como podemos não amar o irmão, que vemos e amar a Deus, a quem não vemos?

Na relação com os outros, devemos ter em conta que ninguém se deve sentir superior ao outro. Só há uma verdadeira relação de amor, quando há conhecimento e respeito. Ninguém ama aquilo que não conhece. E nós só conseguimos conhecer o outro, quando nos conhecemos, verdadeiramente, a nós mesmos.

Só quando eu me conheço e sei os meus limites, é que estou pronto para conhecer o outro. Conhecer de forma a poder amá-lo, amando tudo no outro, os seus defeitos e as suas virtudes, só assim o amor é verdadeiro.

Deus, como Pai, conhece cada um dos seus filhos e ama-os de uma forma plena e perfeita. É capaz de suportar os nossos pecados e aflições, sem nunca se cansar de perdoar e amparar. E nós nunca devemos parar de pedir e agradecer por este imenso amor que Deus nos tem.

Quando contemplamos a criação percebemos que Deus, por nos amar tanto, teve cuidado com todos os pormenores, para que nada nos faltasse. Fê-lo como um Pai prepara a chegada de um filho.

O Pai da Parábola do Filho Pródigo, apesar de saber que o filho errou, nunca se cansou de esperar pelo seu arrependimento e regresso. Recebeu-o de braços abertos e cobriu-o de beijos, assim também procede Deus connosco. Podemos dizer que Deus é Amor!

No sacramento da Reconciliação, encontramos a paz que precisamos, para melhor, vivermos este tempo de Quaresma. É um momento de verdadeiro reconhecimento e arrependimento das nossas faltas e culpas e depois o reconforto e encontro com Deus Pai, que nos perdoa e nos conduz.

Deixemo-nos apaixonar por Deus, de forma que ele seja o ar que respiramos e principal motivo pelo qual amamos e nos sentimos amados!

Quando nos sentimos amados, somos capazes de amar! Amor gera amor!

Ana Marujo

 

MEDITAR

Um coração que aprende a amar os inimigos

Ouviste o que foi dito: olho por olho... Mas eu digo-te, se alguém te bate na face direita, dá-lhe a outra; desarma-te, não inspires o medo, mostra que não tens nada a defender, e o outro compreenderá o absurdo de ser teu inimigo.

Dá-lhe a outra face; não a passividade doentia de quem tem medo, mas uma iniciativa decidida: reata tu a relação, dá tu o primeiro passo, perdoa, recomeça, volta a coser corajosamente o tecido da vida, continuamente rasgado.

O cristianismo é a religião dos homens totalmente livres, senhores das próprias escolhas diante do mal, capazes de neutralizar a espiral da vingança e inventar reações novas através da criatividade do amor, que não paga com a mesma moeda, que desconstrói as regras e traz felicidade.

Amarás o próximo e odiarás o teu inimigo. Mas eu digo-te: ama o teu inimigo. Jesus pretende eliminar o próprio conceito de inimigo. Violência produz violência, como uma cadeia infinita. Ele escolhe interrompê-la. Pede-me para não replicar nos outros aquilo que sofri. É assim que me liberto. Todo o Evangelho passa por aqui: amai-vos, porque de outra forma sereis destruídos.

Sê perfeito como o Pai, sê santo porque Eu, o Senhor, sou santo. Santidade, perfeição, palavras que parecem distantes, destinadas a pessoas que fazem outra vida, dedicada à oração e à contemplação. E no entanto são palavras muito concretas: «não odiarás do íntimo do coração os teus irmão», não «guardarás rancor», «amarás o teu próximo como a ti mesmo» (Levítico 19, 17-18, primeira leitura de Domingo).

Assim o farei, farei nascer um pouco de sol, um pouco de esperança, um pouco de luz a quem só tem a escuridão diante de si; transmitirei o calor da ternura, a energia da solidariedade. Testemunho de que a justiça é possível, que se pode crer no sol mesmo quando não brilha, no amor mesmo quando não se sente.

Ama os teus inimigos. Faz nascer o sol no seu céu; que não nasça frieza, condenação, recusa, medo. Podes fazê-lo, mesmo que pareça impossível. "Podes", e não "deves".

Podes amar até os inimigos, podes fazer o impossível, Eu dar-te-ei essa capacidade se o desejares, se mo pedires, e então continuarás no caminho da mudança interior, de te conformares ao Pai.

 Recolha de textos do P. Ermes Ronchi

 

Ainda vamos a tempo?

 

De mudar o curso das coisas.

De fazer a diferença hoje ou amanhã.

De impedir que a terra continue a girar para o lado errado.

De não deixar que os nossos partam sem saber o quanto os amamos.

De não julgar tanto.

De contar menos histórias mentirosas sobre a vida e sobre os outros.

De ver os outros mais como são e menos como somos.

De aceitar melhor o que nos aconteceu.

De não deixar o descanso para depois.

De cuidar da saúde como quem cuida de um filho bebé.

De perdoar o que já nem tem era.

De falar menos do que não sabemos ou conhecemos.

De sentir as lutas dos outros na nossa pele.

De perceber que nada é garantido.

De saber que tudo é temporário.

De atravessar as pontes mais bonitas. E as mais difíceis.

De acreditar que há pessoas boas e que não se cansam de o ser.

De perceber que o mal também existe e que, se o contemplarmos, temos de lhe fugir a sete pés.

De lutar por um mundo mais justo para todos e não só para os "amigos" dos "amigos" do costume.

De viver de acordo com aquilo que dizemos. Ou dissemos.

De mudar de ideias.

De viver cada dia como se fosse o último. Porque, de alguma forma, é mesmo. 

 

Ainda vamos a tempo?

Marta Arrais

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 

As respostas de Deus são sempre Pessoas: é assim que Deus atua na nossa história e Se mostra comprometido com o nosso mundo, suscitando Pessoas que são para o mundo autênticos Presentes de Deus.

Deus não responde à nossa história escrevendo coisas no céu ou fazendo atos de poder maravilhosos, mas suscitando Pessoas para o serviço de um Mundo Novo, despertando Pessoas para uma Esperança capaz de ultrapassar impossíveis.»

Rui Santiago


 

INFORMAÇÕES

RECEITAS

Culto - Ribeira Seca 3.605.00€ . Agradecemos ao Senhor Manuel Inácio o serviço de recolha de culto que faz todos os anos pelas casas da paróquia.

 

CLÍNICA DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DA CALHETA

A Direção da Associação de Bombeiros Voluntários da Calheta informa que estará na Clínica da Instituição: Dr. César Gonçalves, Clínica Geral, às terças e quintas; Dr. Brasil Toste, Otorrinolaringologista, no final do mês de março de 2023; Dr.ª Renata Gomes, Cardiologista,  ainda por estabelecer; Dr.ª Lourdes Sousa, Dermatologista, agosto de 2023; Dr.ª Paula Pires, Neurologista e neuropediatra, ainda por estabelecer;  Tiago Ribeiro, osteopata (massagem terapêutica),   (habitualmente às quartas feiras)Elisabel Barcelos, Psicóloga Clinica e Formadora, nas áreas de avaliação Psicológica de Condutores (Testes psicotécnicos), às terças e quintas; Hélder Silva, Fisioterapia, de segunda a sexta.

Os interessados podem fazer as suas marcações para os números 295460111 ou por email: abvc.geral@gmail.com.


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Pensamento da Semana

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 SEJA FEITA A TUA BONDADE!

"Jesus não ensinou o Pai Nosso aos discípulos como uma fórmula para estes repetirem de cor e de modo completo." (Calmeiro Matias)

Jesus não definiu a entoação certa ou o sotaque mais apropriado.

Cada um tem um dialeto feito de silêncios, de palavras, de cumplicidades.

Um dia, em Vila Nova de Gaia, o meu primo recebeu-me com um "bons olhos te beijam!" A resposta ao meu "Ãh?" não tardou: "És surda? Bons olhos te beijam!"

Soou-me a poesia. O sotaque tornou tudo mais bonito.

À semelhança do meu primo e do meu Pai, "aboli os vês" e digo:

Seja feita a tua bondade! A tua bondade, Pai! A tua bondade, Pai!

Quando Jesus partilhou com os discípulos o modo como conversava com o seu Pai, demorou-se a mostrar-lhes a confiança na bondade de Deus. Lucas fez chegar até nós a história do amigo que aparece fora d'horas e termina perguntando se um Pai poderá recusar o maior bem - a convivência e a intimidade do Espírito - aos seus filhos. (Lucas 11, 1-13)

"Este assunto da bondade de Deus é uma questão de sensatez. Ser sensato. Como pode existir Deus, se não for bom?" (José António Pagola)

 

Eneida Costa

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