Nº 1052
JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE
Teremos na Ilha de São Jorge. Os símbolos da Jornada Mundial da Juventude: a Cruz Peregrina e o ícone de Nossa Senhora.
A Cruz Peregrina construída a propósito do Ano Santo (1983) foi confiada por S. João Paulo II aos jovens no ano seguinte, para que fosse levada por todo o mundo. Desde esse ano, iniciou uma peregrinação que já a levou aos cinco continentes e a quase 90 países. Tem sido vista como um verdadeiro sinal de fé.
O Ícone de Nossa Senhora que retrata a Virgem Maria com o Menino nos braços foi introduzido no ano de 2000, também pelo Papa S. João Paulo II como símbolo da presença de Maria junto dos jovens, É antiga a tradição de o levar em procissão pelas ruas de Roma, para afastar os perigos e desgraças e pôr fim a pestes.
No próximo dia 10 de junho, vamos acolher estes símbolos na nossa ilha. Fazemos um forte apelo a todos, crianças, jovens e adultos que procurem participar no programa que foi criado para a nossa ilha. Dificilmente voltaremos a ter a presença destes símbolos mundiais na nossa ilha e devemos acolher o seu significado e a mensagem que eles nos dão.
O programa é o seguinte:
DIA 10 de junho:
9h05 - Chegada dos símbolos por via marítima ao cais das Velas, seguida de procissão até à Igreja matriz de Velas;
10h30 - Receção dos símbolos na Matriz e recitação do terço;
14h00 - Saída dos símbolos da Igreja Matriz de Velas para a Igreja Matriz da Calheta;
14h45 - Receção dos símbolos na Calheta junto ao dragoeiro seguida de procissão até à Igreja Matriz;
16h00 - Eucaristia.
20h30 - Vigília na Igreja Matriz da Calheta.
MEDITAR
ACOLHER A VIDA
"Falar do «Espírito Santo» é falar do que podemos experimentar de Deus em nós. O «Espírito» é Deus atuando nas nossas vidas: a força, a luz, o alento, a paz, o consolo, o fogo que podemos experimentar em nós mesmos e cuja a origem última está em Deus, fonte de toda a vida.
Esta ação de Deus em nós produz-se quase sempre de forma discreta, silenciosa e tranquila; o próprio crente só intui uma presença quase impercetível. Por vezes, porém, invade-nos a certeza, a alegria transbordante e a confiança total: Deus existe, ama-nos, tudo é possível, até mesmo a vida eterna.
O sinal mais claro da ação do Espírito é a vida. Deus está ali onde a vida desperta e cresce, onde se comunica e expande. O Espírito Santo é sempre «dador de vida»: dilata o coração, ressuscita o que está morto em nós, desperta o adormecido, põe em movimento o que tinha ficado bloqueado. De Deus estamos sempre a receber «nova energia para a vida» (Jürgen Moltmann).
Esta ação recreadora de Deus não se reduz apenas a «experiências íntimas da alma». Penetra em todas as dimensões da pessoa. Desperta os nossos sentidos, vivifica o corpo e reaviva a nossa capacidade de amar. Em resumo, o Espírito conduz a pessoa a viver tudo de forma diferente: desde uma verdade mais funda, desde uma maior confiança, de um amor mais desinteressado.
Para muitos, a experiência fundamental é o amor de Deus, e dizem-no com uma frase simples: «Deus ama-me». Essa experiência restaura a sua dignidade indestrutível, dá-lhes força para se erguerem da humilhação ou do desânimo, ajuda-os a encontrar o melhor de si mesmos.
Outros não pronunciam a palavra «Deus», mas experimentam uma «confiança fundamental» que os faz amar a vida apesar de tudo, enfrentar os problemas com ânimo, procurar sempre o bem para todos. Ninguém vive privado do Espírito de Deus. Está em cada um de nós atraindo o nosso ser para a vida. Acolhemos o «Espírito Santo» quando acolhemos a vida. Esta é uma das mensagens mais básicas da festa cristã do Pentecostes".
José Antonio Pagola
A humanidade precisa que o Espírito a sacuda
Quando vier o Espírito, orientar-vos-á para toda a verdade (cf. João 15,26-27; 16,12-15). É a humildade de Jesus, que não pretende dizer tudo, de ter a última palavra sobre tudo, mas fala da nossa história com Deus com verbos conjugados no futuro: o Espírito virá, anunciará, guiará, falará. Um sentido de vitalidade, de energia, de espaços abertos!
O Espírito como uma corrente que arrasta a História para o futuro, abre veredas, faz avançar. Rezar-lhe é como assomar à varanda do futuro. Que é a terra fértil e por cultivar da esperança.
O Espírito provoca como um curto-circuito na História e no tempo: restitui-nos ao coração, acende em nós, como uma pederneira que cria centelhas, a beleza de então, de gestos e palavras daqueles três anos de Galileia.
Enamorados da beleza espiritual, tornamo-nos «buscadores verdadeiros de Deus, que tropeçam numa estrela e, tentando caminhos novos, se perdem na poeira mágica do deserto» (D.M. Montagna).
Somos como peregrinos sem estrada, mas tenazmente a caminho (João da Cruz), ou no meio de um mar plano, sobre uma casca de noz, onde tudo é maior que nós. Nesse momento, é preciso saber a todo o custo/ fazer levantar uma vela/ sobre o vazio do mar (Julian Gracq).
Uma vela, e o mar muda, já não é um vazio no qual nos perdemos ou afundamos; basta que se levante uma vela e nos deixemos investir pelo sopro vigoroso do Espírito (eu a vela, Deus o vento) para iniciar uma aventura apaixonante, esquecendo o vazio, seguindo uma rota.
O que é o Espírito Santo? É Deus em liberdade. Que inventa, abre, sacode, faz coisas que não esperas. Que dá a Maria um filho fora-da-lei e a Isabel um filho profeta, e que em nós cumpre incansavelmente a mesma obra de então: torna-nos ventres do Espírito, que dão carne e sangue e história à Palavra.
Deus em liberdade, um vento nómada, que leva pólenes aonde quer, leva primaveras e dispersa as neblinas, e a todos nos faz vento no seu Vento. Deus em liberdade, que não suporta estatísticas.
Os estudiosos procuram recorrências e esquemas constantes; dizem: na Bíblia Deus age assim. Não acredites. Na vida e na Bíblia, Deus nunca segue esquemas.
Precisamos do Espírito, dele precisa o nosso mundo estagnado, sem impulsos. Para esta Igreja que tem dificuldade em sonhar. O Espírito com os seus dons dá a cada cristão uma genialidade que lhe é própria. E a humanidade tem necessidade extrema de discípulos geniais.
Precisamos que cada um acredite no seu dom, na sua unicidade, e assim possa manter elevada a vida com a inventiva, a coragem, a criatividade, que são dons do Espírito. Então nunca faltará o vento ao meu veleiro, ou àquela pequena vela que se agita alta no vazio do mar.
Ermes Ronchi
PENSAMENTO DA SEMANA
A ternura do Espírito Santo de Deus é capaz de plantar no coração humano o desejo mais puro, a intenção mais reta, o amor mais honesto. Sua presença silenciosa é capaz de sondar o que há de melhor em mim, ainda que eu não acredite que o tenha.
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Nº 1173Pensamento da Semana
PENSAMENTO DA SEMANA
SEJA FEITA A TUA BONDADE!
"Jesus não ensinou o Pai Nosso aos discípulos como uma fórmula para estes repetirem de cor e de modo completo." (Calmeiro Matias)
Jesus não definiu a entoação certa ou o sotaque mais apropriado.
Cada um tem um dialeto feito de silêncios, de palavras, de cumplicidades.
Um dia, em Vila Nova de Gaia, o meu primo recebeu-me com um "bons olhos te beijam!" A resposta ao meu "Ãh?" não tardou: "És surda? Bons olhos te beijam!"
Soou-me a poesia. O sotaque tornou tudo mais bonito.
À semelhança do meu primo e do meu Pai, "aboli os vês" e digo:
Seja feita a tua bondade! A tua bondade, Pai! A tua bondade, Pai!
Quando Jesus partilhou com os discípulos o modo como conversava com o seu Pai, demorou-se a mostrar-lhes a confiança na bondade de Deus. Lucas fez chegar até nós a história do amigo que aparece fora d'horas e termina perguntando se um Pai poderá recusar o maior bem - a convivência e a intimidade do Espírito - aos seus filhos. (Lucas 11, 1-13)
"Este assunto da bondade de Deus é uma questão de sensatez. Ser sensato. Como pode existir Deus, se não for bom?" (José António Pagola)
Eneida Costa
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