Nº 1042

 

Oração da Consagração da humanidade, particularmente da Rússia e da Ucrânia, ao Imaculado Coração de Maria

«Ó Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, recorremos a Vós nesta hora de tribulação. Vós sois Mãe, amais-nos e conheceis-nos: de quanto temos no coração, nada Vos é oculto. Mãe de misericórdia, muitas vezes experimentamos a vossa ternura providente, a vossa presença que faz voltar a paz, porque sempre nos guiais para Jesus, Príncipe da paz.

Mas perdemos o caminho da paz. Esquecemos a lição das tragédias do século passado, o sacrifício de milhões de mortos nas guerras mundiais. Descuidamos os compromissos assumidos como Comunidade das Nações e estamos a atraiçoar os sonhos de paz dos povos e as esperanças dos jovens. Adoecemos de ganância, fechamo-nos em interesses nacionalistas, deixamo-nos ressequir pela indiferença e paralisar pelo egoísmo. Preferimos ignorar Deus, conviver com as nossas falsidades, alimentar a agressividade, suprimir vidas e acumular armas, esquecendo-nos que somos guardiões do nosso próximo e da própria casa comum. Dilaceramos com a guerra o jardim da Terra, ferimos com o pecado o coração do nosso Pai, que nos quer irmãos e irmãs. Tornamo-nos indiferentes a todos e a tudo, exceto a nós mesmos. E, com vergonha, dizemos: perdoai-nos, Senhor!

Vós, Mãe Santa, lembrai-nos que Deus não nos abandona, mas continua a olhar-nos com amor, desejoso de nos perdoar e levantar novamente.

Por isso recorremos a Vós, batemos à porta do vosso Coração, nós os vossos queridos filhos que não Vos cansais de visitar em todo o tempo e convidar à conversão. Nesta hora escura, vinde socorrer-nos e consolar-nos. Repeti a cada um de nós: «Não estou porventura aqui Eu, que sou tua mãe?»

Por isso acolhei, ó Mãe, esta nossa súplica:

Vós, estrela do mar, não nos deixeis naufragar na tempestade da guerra;

Vós, arca da nova aliança, inspirai projetos e caminhos de reconciliação;

Vós, «terra do Céu», trazei de volta ao mundo a concórdia de Deus;

Apagai o ódio, acalmai a vingança, ensinai-nos o perdão;

Libertai-nos da guerra, preservai o mundo da ameaça nuclear;

Rainha do Rosário, despertai em nós a necessidade de rezar e amar;

Rainha da família humana, mostrai aos povos o caminho da fraternidade;

Rainha da paz, alcançai a paz para o mundo.

As vossas mãos maternas acariciem quantos sofrem e fogem sob o peso das bombas. O vosso abraço materno console quantos são obrigados a deixar as suas casas e o seu país. Que o vosso doloroso Coração nos mova à compaixão e estimule a abrir as portas e cuidar da humanidade ferida e descartada.

Por isso nós, ó Mãe de Deus e nossa, solenemente confiamos e consagramos ao vosso Imaculado Coração nós mesmos, a Igreja e a humanidade inteira, de modo especial a Rússia e a Ucrânia. Ámen».

(Adaptado)

 

MEDITAR

Não importa por que voltas; a Deus basta o primeiro passo

«Quando ainda estava longe, o pai viu-o, e, enchendo-se de compaixão, correu a lançar-se-lhe ao pescoço e cobriu-o de beijos» (Lucas 15,1-3.11-32): a mais bela das parábolas, em quatro sequências narrativas.

Primeira cena. Um pai tinha dois filhos. Na Bíblia, este início causa logo tensão: as histórias de irmãos nunca são fáceis, muitas vezes narram dramas de violência e mentira, evocam Caim e Abel, Ismael e Isaac, Jacob e Esaú, José e os seus irmãos, e a dor dos pais.

Um dia, o filho menor vai-se embora, à procura de si próprio, com a sua parte da herança, de “vida”. E o pai não se opõe, deixa-o sair, ainda que tema que isso lhe fará mal: ele ama a liberdade dos filhos, provoca-a, festeja-a, padece-a. Um homem justo.

Segundo quadro. Aquela que o jovem começa é a viagem da liberdade, mas as suas escolhas revelam-se escolhas sem salvação (depauperou os seus bens, vivendo de maneira dissoluta). Uma ilusão de felicidade da qual acordará no meio dos porcos, ladrão de bolotas para sobreviver; o príncipe rebelde tornou-se servo.

Então volta a si, fazem-no pensar a fome, a dignidade humana perdida, a recordação do pai: quantos assalariados em casa do meu pai, quanto pão! E decide voltar, não como filho, mas como um dos servos; não procura um pai, procura um bom patrão; não volta pelo sentido de culpa, mas pela fome; não volta por amor, mas porque morre. Mas a Deus não importa o motivo pelo qual nos pomos a caminho, para Ele chega o primeiro passo.

Terceira sequência. Agora a ação torna-se premente. O pai, que é espera eternamente aberta, vê que ainda estava longe, e enquanto que o filho caminha, ele corre. E quando o jovem tenta uma desculpa, o pai não repreende, mas abraça: tem pressa de mudar a distância em carícias. Para ele, perder um filho é uma perda infinita.

Não tem filhos para lançar fora, Deus. E mostra-o com gestos que são ao mesmo tempo maternos e paternos, e por fim régios: depressa, a roupa mais bela, o anel, as sandálias, o banquete da alegria e da festa.

Última cena. O olhar deixa agora a casa em festa e pousa num terceiro personagem que se aproxima, do regresso do trabalho. O homem ouve a música, mas não sorri; não tem a festa no coração. Bom trabalhador, obediente e infeliz. Às voltas com a infelicidade que deriva de um coração que não ama as coisas que faz, e não faz as coisas que ama: eu sempre te obedeci, e a mim nem sequer um cabrito… O coração ausente, o coração noutro lugar.

E o pai, que procura filhos e não servos, irmãos e não rivais, pede-lhe com doçura para entrar: a vida está na mesa. O final é aberto: compreenderá? Aberto à oferta nunca revogada de Deus.»

Ermes Ronchi

 

Conto: Um dia, a Fé, a Esperança e o Amor saíram pelo mundo para ajudar os aflitos...

Um dia, a Fé, a Esperança e o Amor saíram pelo mundo para ajudar os aflitos.

À beira da Estrada da Vida, encontraram um homem pobre que era paralítico desde nascença. Ele permanecia há muito tempo naquele lugar, a mendigar às almas caridosas o sustento para sobreviver.

A Fé adiantou-se à Esperança e ao Amor para resolver o caso.

– Esperem aqui, enquanto vou tirar este infeliz da sua situação miserável.

A Fé transmitiu ao homem a Palavra de Deus, a qual penetrou no seu coração. Ele orou e os seus ossos e articulações tornaram-se firmes. 

Pela primeira vez, o homem pôs-se de pé e saltou de alegria!

– Estou livre das algemas da doença e do sofrimento!

Mas, passadas umas horas, o homem lembrou-se de que não tinha para onde ir. Ele não possuía casa, amigos ou qualquer profissão. A única coisa que sabia fazer era mendigar o pão.

A Esperança sentiu, então, que era chegada a sua vez de trabalhar. Conduziu o homem ao alto de uma montanha e fez com que ele visse os campos férteis. Nesse instante, ele compreendeu que podia prosperar.

Movido pela força da Esperança, pôs-se a caminho. Arranjou emprego numa fazenda e conseguiu juntar o suficiente para comprar o seu próprio terreno.

Com fé e esperança, o homem renovava as forças todos os dias e, em poucos anos, expandiu os negócios. As colheitas eram exportadas em navios para todo o mundo. Ele tinha muitos empregados e tornou-se um dos homens mais ricos do globo.

A Fé e a Esperança estavam satisfeitas com a obra maravilhosa que haviam produzido na vida daquela pessoa. E disseram ao Amor:

– Não te preocupes em realizar a tua obra. Como vês, mudámos completamente a vida deste homem, fazendo-o forte e próspero.

O antigo paralítico continuou a expandir os seus negócios e a sua fortuna. Viajou por toda a Terra, e não havia mais nada que o surpreendesse. Mas com o passar dos anos, foi ficando triste e enfastiado:

– Tenho tudo o que alguém pode desejar, mas sinto-me vazio...

Foi a vez de o Amor realizar a sua obra no coração daquele homem.

Ao sentir amor, ele ansiava ter comunhão com Deus e com os outros. Esquecia-se de si e servia o próximo. A motivação vinha-lhe do amor e da mudança que via naqueles que ajudava. 

Desta maneira, encontrou a felicidade e nunca mais a perdeu.

 Autor desconhecido

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 

«Num dia, eram só crianças a caminho do futuro.

No outro, são crianças sem futuro a caminho.

Num dia, eram só mães a dizer aos filhos até logo.

No outro, são mães sem saber o que dizer.

Sem saber quanto tempo vai demorar essa despedida.

Num dia, eram só rapazes a combinar sair com os amigos.

No outro, são rapazes sem saída à espera dos inimigos.

Num dia, eram só homens a regressar a casa do trabalho.

No outro, são homens sem casa a que regressar.

Eram só pais a dar a mão aos filhos para atravessar a estrada,

agora são pais a quem arrancam os filhos das mãos e as estradas já não se deixam caminhar.

Num dia, no outro. Da noite para o dia, escureceu e a manhã ainda não rompeu."

 

Elisabete Bárbara, in lado.a.lado


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Pensamento da Semana

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 

Não se caminha quando não se acredita.
Não se estende a mão quando não se ama.
Não se muda quando nada se espera.

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