Nº 1040

 A oração pode deter a guerra? Sim. Nós acreditamos

«Pensávamos que éramos sãos num mundo doente.» Com estas palavras o papa Francisco dirigiu-se ao mundo naquele triste anoitecer de 27 de março de há dois anos, quando a pandemia nos tinha prisioneiros em casa. Um mundo doente de egoísmo, de estultícia, de orgulho pessoal, familiar, comunitário.

Depois de tanto sofrimento oferecido a mãos cheias por um vírus invisível e mau, esperávamos que nos tornássemos mais bons, mais humildes, mais irmãos. Teria sido, na verdade, a única coisa sensata a fazer. A pandemia, subtraindo-nos – pelo menos durante algum tempo – àquela quotidianidade que não sabíamos apreciar e tornávamos aborrecida, repetitiva, pálida, tinha-nos catapultado para as altas esferas da reflexão séria. Quem é o ser humano? Quem sou eu, homem, mulher? Que coisa é a pátria? Quanto amo a minha e a dos outros? Ainda não passou o perigo, continuamos sob a ameaça deste microscópico e terrível inimigo, e eis os seres humanos, estultos como já tantas outras vezes, que se preparam para se dilacerar. Quem tem razão? Quem está errado?

A guerra. O que é a guerra? O que foram as guerras? Quem quer a guerra? Decerto é destruição. De tudo, não só de coisas e de pessoas. É destruição de esperança. Séculos de pensamento, de reflexão, de estudos, de paciência, a procurar encontrar a indispensável maneira de viver juntos sem nos fazer mal, mas usufruindo dos sucessos, da beleza e da grandeza alheias, são varridos em poucas horas.

A guerra diz incapacidade de diálogo. Incapacidade de sentir-se, se não irmão, pelo menos companheiro de viagem desta aventura única e preciosa que é a vida.

A paz. Seja perseguida a paz. Procurada, arrancada, agarrada, retida. Só a paz é vida. Só a paz educa. A guerra destrói a possibilidade da convivência presente e futura. Destrói a educação das crianças, dos adolescentes, dos jovens. Com que coragem continuaremos a pedir aos pequenos para não agredirem e respeitarem os amigos, sobretudo os mais fracos?

Os crentes rezam. Rezam os crentes de cada religião, hoje mais que nunca irmanados, ajoelhados diante do mesmo Deus, como quer que lhe chamem. Rezam os crentes com as palavras e as lágrimas. Imploram o Pai que está nos Céus e em cada canto da Terra para evitar aos seres humanos de qualquer raça e condição de acabar sob o jogo absurdo, medonho e ilógico das armas. O que é a oração?

A oração pode deter a guerra? Sim. Nós acreditamos. De que maneiras? Não o sabemos, nem tão-pouco nos interessa.

Amemos, então. Desapaixonadamente. O Senhor, amante da vida, não permitirá que, mais uma vez, esta vida única, preciosa e irrepetível de tantos seus pobres filhos seja humilhada, pisada e morta por uma guerra estúpida, absurda e evitável.

 

Maurizio Patriciello (adaptado)

 

MEDITAR

LIBERTAR A FORÇA DO EVANGELHO

O relato da “transfiguração de Jesus” foi desde o início muito popular entre os Seus seguidores. Não é um episódio a mais. A cena, recreada com diversos recursos de carácter simbólico, é grandiosa. Os evangelistas apresentam Jesus com o rosto resplandecente enquanto conversa com Moisés e Elias. Os três discípulos que o acompanharam até o cume da montanha ficam surpreendidos. Não sabem o que pensar de tudo aquilo. O mistério que envolve Jesus é demasiado grande. Marcos diz que estavam assustados.

A cena culmina de forma estranha: “Formou-se uma nuvem que os cobriu e saiu da nuvem uma voz: Este é o Meu Filho amado. Escutai-O”. O movimento de Jesus nasceu escutando a Sua chamada. A Sua Palavra, recolhida mais tarde em quatro pequenos escritos, foi engendrando novos seguidores. A Igreja vive escutando o Seu Evangelho.

Esta mensagem de Jesus encontra hoje muitos obstáculos para chegar até os homens e mulheres do nosso tempo. Ao abandonar a prática religiosa, muitos deixaram de escutá-Lo para sempre. Já não ouvirão falar de Jesus senão de forma casual ou distraída.

Tampouco quem se aproxima das comunidades cristãs pode apreciar facilmente a Palavra de Jesus. A Sua mensagem se perde entre outras práticas, costumes e doutrinas. É difícil captar a sua importância decisiva. A força libertadora do Seu Evangelho fica por vezes bloqueada pela linguagem e por comentários alheios ao Seu espírito.

No entanto, também hoje, o único decisivo que nós cristãos podemos oferecer à sociedade moderna é a Boa Nova proclamada por Jesus, e o Seu projeto de uma vida mais sã e digna. Não podemos continuar a reter a força humanizadora do Seu Evangelho.

Temos de fazer que corra limpa, viva e abundante pelas nossas comunidades. Que chegue até aos lares, que a possam conhecer quem procura um sentido novo para as suas vidas, que a possam escutar quem vive sem esperança.

Temos de aprender a ler juntos o Evangelho. Familiarizar-nos com os relatos evangélicos. Colocar-nos em contacto direto e imediato com a Boa Nova de Jesus. Nisso temos de consumir as energias. Daqui começará a renovação da qual necessita hoje a Igreja.

Quando a instituição eclesiástica vai perdendo o poder de atração que teve durante séculos, temos de descobrir a atração que tem Jesus, o Filho amado de Deus, para aqueles que procuram a verdade e a vida. Dentro de poucos anos, daremos conta de que tudo nos está a empurrar para pôr mais fidelidade a Sua Boa Nova no centro do cristianismo.

José Antonio Pagola

 

“Queridos jovens, bom dia! 

Estou a olhar para agosto de 2023!
A um ano e alguns meses… 

Estou a olhar para Portugal, estou a olhar para Lisboa, estou a olhar para Fátima, estou a olhar para o encontro de todos vocês… 

E vocês, em Portugal e nos vários países, estão a trabalhar como voluntários e a olhar no mesmo sentido. 

E não é fácil! Não é fácil porque andamos de crise em crise. 

Saímos de uma crise pandémica, entramos numa crise económica e agora estamos na crise da guerra, que é um dos piores males que pode acontecer! 

No meio de todas estas crises, vocês têm de preparar e ajudar para que o evento de agosto de 2023 seja um evento jovem, um evento fresco, um evento com vida, um evento com força, um evento criativo. 

Não vivam dos rendimentos, do que se fez nos outros encontros. Vocês têm de criar o encontro. Se vocês não forem criativos, se vocês não forem poetas, este encontro não vai resultar, não vai ser original, vai ser uma fotocópia de outros encontros. E como dizia o jovem beato italiano: cada um de nós tem de ser original, não uma fotocópia. E o encontro tem de ser original, com o contributo de todos. Vocês têm de o criar. Animem-se e sigam em frente! 

As crises superam-se juntos, não sós. E as crises põem-nos à prova para sairmos melhores. Iguais não se sai das crises: saímos melhores ou piores. E o desafio que se coloca hoje é para sairmos melhores! E o melhor de vocês é serem criativos: vocês são criativos, poetas! Façam essa poesia da criatividade a olhar para agosto de 2023. 

Acompanho-os desde aqui! Rezo por vocês e vocês façam-no por mim. E rezo por todos os jovens que vão participar, seja pessoalmente, seja por meios telemáticos. 

Rezo para que este encontro seja um encontro fecundo. Que cada um de nós saia melhor do que chegou. Peço-lhes, por favor, que rezem por mim, porque eu também preciso que me sustentem com a oração. 

Que Jesus os abençoe e a Virgem cuide de vocês!

Até agosto!”

Papa Francisco

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 O meu Pai disse-me uma vez (e eu nunca me esqueci, Pai):

"Lembra-te, filha, que “engenheiro”, “professor”, “doutor”, “general”, “presidente”, “cardeal”, “rei”, são apenas títulos.

O que conta são as Pessoas que estão à frente desses títulos e como fazem uso deles.

E sobretudo nunca te esqueças que todos nós entramos e saímos deste Mundo a usar fraldas.”

Paula Calheiros Parto


 

INFORMAÇÕES

 

PROCISSÃO DE PASSOS - URZELINA

A procissão da mudança da imagem do Senhor dos Passos, realizar-se-á no dia 19 de março às 20h. A procissão do Encontro,  será no dia 20 de março às 15horas.

 

MISSA NO SANTUÁRIO DA CALDEIRA

No próximo domingo, 20 de março, às 15h30 horas.

 

Assembleia Geral dos Bombeiros Voluntários da Calheta

Assembleia Geral no dia 4 de abril pelas 19h30m para:

-apreciação de contas e de atividades relativas a 2021.

 


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PENSAMENTO DA SEMANA

 

Não se caminha quando não se acredita.
Não se estende a mão quando não se ama.
Não se muda quando nada se espera.

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