Nº 1012

Sem amor, o teu coração é um deserto
É no coração que se sente a felicidade e é aí que mais dói a solidão. Uma ferida sempre aberta que sente tudo com grande intensidade, chegando a fazer-nos chorar de alegria, de tristeza e também, muitas vezes, sem porquê. Quando amamos, o espaço e o tempo sentem-se como coisas ainda mais concretas do que as pedras.
É possível amarmos sem que quem amamos saiba do nosso amor. Talvez até seja verdade que só ama quem é amado, mesmo não sabendo quem o ama nem quanto o assim quer feliz.
Sem amor, ninguém é feliz, mas por causa dele, cada coração tem em si o céu e o inferno. Talvez a nossa vida seja uma história de amor do primeiro ao último dia, passando por todo o tipo de paisagens. Os tempos aproximam-nos ou afastam-nos, mas nada podem perante o que nos une aos que amamos.
É o amor que nutrimos por alguém que o faz sempre presente na nossa vida. Assim também, cada um de nós habita no coração de quem nos ama, mesmo quando nos julgamos sós e abandonados.
Há corações doentes, ou por não se julgarem capazes de abraçar a dor de amar, ou por não compreenderem como é possível amar sem se sentir amado… A existência plena implica o sofrimento inevitável que decorre de sermos vida e vida em abundância.
Quem não ama, não vive. Não há maior infelicidade do que a de quem não ama.
Ser só é não ser.
O amor é uma árvore com duas raízes, uma no coração de quem ama e outra no de quem é amado. E assim é, mesmo quando quem é amado se julga sem ninguém que lhe queira o maior bem.
Ama, deixa que a vontade que a vida tem de si mesma faça brotar em ti as mais belas flores e frutos. Vida em ti, vida para os outros através de ti.
MEDITAR
INDIFERÊNCIA PROGRESSIVA
A crise religiosa está gradualmente a inclinar-se para a indiferença. Normalmente, não se pode falar apropriadamente de ateísmo, nem mesmo de agnosticismo. O que melhor define a posição de muitos é uma indiferença religiosa onde não se fazem mais perguntas, dúvidas ou crises.
Não é fácil descrever essa indiferença. A primeira coisa que se nota é a ausência de preocupação religiosa. Deus não importa. A pessoa vive despreocupada, sem nostalgia ou qualquer horizonte religioso. Não é uma ideologia. Em vez disso, é uma "atmosfera envolvente" onde o relacionamento com Deus é diluído.
Existem diferentes tipos de indiferença. Alguns estão a viver um afastamento progressivo de momento. São pessoas que se distanciam cada vez mais da fé, cortando os laços com a religião, distanciando-se da prática religiosa; pouco a pouco Deus vai-se perdendo das suas consciências. Outros vivem simplesmente absorvidos pelas coisas do dia a dia; eles nunca se interessaram muito por Deus; provavelmente receberam uma educação religiosa fraca e deficiente; hoje vivem esquecidos de tudo.
Em alguns, a indiferença é o resultado de um conflito religioso às vezes vivido em segredo; tiveram experiências ou medos frustrantes; não guardam boas lembranças do que viveram quando crianças ou adolescentes. Eles não querem ouvir falar de Deus, porque isso os magoa; eles defendem-se esquecendo-se disso.
A indiferença dos outros é antes o resultado de várias circunstâncias. Eles deixaram a pequena cidade e hoje vivem de forma diferente num ambiente urbano; casaram-se com alguém que não é muito sensível à religião e mudaram os seus costumes; separaram-se do primeiro cônjuge e vivem em situação de casal não "abençoado" pela Igreja. Não é que essas pessoas tenham tomado a decisão de abandonar Deus, mas na verdade a sua vida está a afastar- -se de Deus.
Existe ainda outro tipo de desrespeito disfarçado pela piedade religiosa. É a indiferença de quem se acostumou a viver a religião como uma "prática externa" ou uma "tradição rotineira". Todos nós temos de ouvir a reclamação de Deus. Jesus lembra-nos disso com palavras tiradas do profeta Isaías: "Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim."
José Antonio Pagola
No final, o que fica?
Aqueles abraços. Que te envolvem a alma. Que te serenam o coração. Que te embalam os sentidos. Que são casa. Como se todo o teu lugar fosse um abraço. Sabes? No final, o que fica são esses abraços.
Aqueles sorrisos. Que te convidam a sorrir. Que te tocam por dentro. Que te mudam o dia, a vida, o coração. Que são amor. Como se tudo o que te salva fosse um sorriso. Sabes? No final, o que fica são esses sorrisos.
Aquelas mãos. Que se dão como quem dá o coração. Que te seguram. Que te abraçam bem. Que são cura. Como se tudo o que precisas fosse uma mão. Sabes? No final, o que fica são essas mãos.
Aqueles olhares. Que te olham de verdade. Que te percorrem a alma e te vêem o coração. Onde te perdes e onde te encontras. Que são eternidade. Como se todo o teu para sempre fosse um olhar. Sabes? No final, o que fica são esses olhares.
Aquelas pessoas. Que são abraço. Que são sorriso. Que são mão. Que são olhar. Que te são. Como se tudo o que te é tanto fossem as tuas pessoas. Sabes? No final, o que fica são essas pessoas.
O amor. Sempre o amor. Como se tudo o que importa fosse o amor. E é. Sabes? No final, o que fica é (só) o amor.
PENSAMENTO DA SEMANA
É preciso que descubra a força do amor que encontra a sua origem em Deus.
É preciso que descubra o amor infinito de Deus por todos os homens,
e que depositem n´Ele toda a sua confiança.
É preciso que expurgue a religião de todos e qualquer elemento de hipocrisia,
é preciso que viva o essencial da mensagem de Jesus: a abertura ao Espírito Santo,
a compaixão pelos fracos e aflitos, pelos inimigos,
a renúncia a todo o julgamento ou condenação dos outros.
Jean Vanier,
INFORMAÇÕES
FESTA DE SANTO CRISTO
CALDEIRA
De 30 de agosto a 4 de setembro - Missa às 20h antecedida de confissões.
O dia 2 de setembro será dedicado a Nossa Senhora com missa às 20 horas seguida de procissão de velas.
Dia 4 de setembro: missa vespertina às 20h00.
Dia 5 de setembro: 09h00 - Eucaristia;
11h00 - Eucaristia de Festa seguida de arrematações e procissão.
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Nº 1094Pensamento da Semana
PENSAMENTO DA SEMANA
Não se sabe quanta exposição ao sol de Deus precisará uma criatura para chegar à harmonia e ao florir da sua vida. Por isso, tem confiança, sê indulgente com todos, e também contigo próprio. A primavera não se deixa perturbar, nem a Páscoa se rende. A confiança é uma vela que impele a história. E, verás, que aquilo que tarda, virá.
Ermes Ronchi
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