Nº1001
Peculiaridades da devoção a Santo António
O Pão de Santo António
A tradição do Pão de Santo António, fundada numa “lenda” com «fundo verídico», mantém a solidariedade de Fernando Martins de Bulhões, nascido em Lisboa no final do século XII e falecido em Pádua, atual Itália, no ano de 1231.
Santo António, que «nunca deixava sem nada os pobres que iam bater à porta do convento», pegou um dia em todo o pão existente na despensa da comunidade religiosa e deu-o a um grupo de pedintes, recorda o frei José Silvestre.
Quando o cozinheiro se preparava para pôr a mesa reparou que o pão tinha desaparecido, pelo que comunicou ao irmão Santo António o que julgava ter sido um roubo mas o santo pediu-lhe para ele ir ver melhor.
Quando regressou à despensa o cozinheiro verificou que os mantimentos estavam no seu lugar, e é neste acontecimento que se baseia a história que chega aos nossos dias, conta o responsável.
Hoje é comum assistir-se à devoção de tocar com o pão no quadro de Santo António existente na igreja: «Há superstição» mas também há pessoas «em grande sofrimento que abrem o seu coração e saem muito confortadas», sublinha.
Em Portugal, como em todo o mundo, considera-se Santo António extraordinário advogado das coisas perdidas.
Desde há um século a esta parte, Santo António tornou-se um especial advogado de bons casamentos. Como santo casamenteiro, «não admira, pois, que a principal clientela de devotos de Santo António se recrute entre o elemento feminino: raparigas solteiras à espera de noivo, mulheres solteironas desesperadas para o encontrar, ou viúvas não querendo ficar esquecidas, e até as casadas [...], na esperança de fazerem voltar um marido infiel, ou afastar uma concorrente indesejável». A deduzir de afirmações de vários estudiosos, esta faceta antoniana é exclusiva do mundo lusitano. Antigamente, quando uma moça queria encontrar um noivo, colocava o seu pedido num papel debaixo da imagem, que tinha no altar lá em casa. Se o Santo demorasse muito, ou se o noivo não lhe agradasse, virava o Santo para a parede, até que o noivo fosse o desejado.
(Adaptado)
MEDITAR
NEM TUDO ESTÁ FUNCIONANDO
Poucas parábolas podem provocar maior rejeição na nossa cultura de rendimento, produtividade e eficiência do que esta pequena parábola em que Jesus compara o reino de Deus com aquele misterioso crescimento da semente, que ocorre sem a intervenção do semeador.
Esta parábola, hoje tão esquecida, evidencia o contraste entre a paciente espera do semeador e o crescimento irresistível da semente. Enquanto o semeador dorme, a semente germina e cresce "por si mesma", sem a intervenção do agricultor e "sem que ele saiba como".
Habituados a avaliar eficiência e rendimento quase exclusivamente, esquecemos que o Evangelho fala de fecundidade, não de esforço, pois Jesus entende que a lei fundamental do crescimento humano não é o trabalho, mas a aceitação da vida que recebemos de Deus.
A sociedade de hoje empurra-nos tanto para o trabalho, a atividade e o desempenho que não percebemos como ficamos mais pobres quando tudo se resume a trabalhar e ser eficazes.
De facto, a "lógica da eficácia" está a conduzir o homem contemporâneo de uma existência tensa e opressora, a uma crescente deterioração das suas relações com o mundo e com as pessoas, a um esvaziamento interior e a esse "síndrome de imanência" (José María Rovira Belloso ) onde Deus vai desaparecendo aos poucos do horizonte da pessoa.
A vida não é apenas trabalho e produtividade, mas um presente de Deus que devemos acolher e desfrutar com um coração agradecido. Para ser humana, a pessoa precisa aprender a estar na vida não só a partir de uma atitude produtiva, mas também contemplativa. A vida adquire uma dimensão nova e mais profunda quando conseguimos viver a experiência do amor gratuito, criativo e energizante de Deus.
Precisamos aprender a viver mais atentos a tudo o que é dom na existência; desperte em nós gratidão e louvor; libertar-nos da pesada “lógica da eficiência” e abrir espaços em nossas vidas para o gratuito.
Temos que agradecer a tantas pessoas que fazem nossas vidas felizes, e não passar por tantas paisagens feitas apenas para serem contempladas. Aquele que se deixa amar, que se deixa surpreender pelo bem de cada dia, que se deixa agraciar e abençoado por Deus, saboreia a vida como graça.
José Antonio Pagola
Recantos de uma vida
Ajuda-me, Senhor, a rezar os recantos vazios de uma vida cheia.
Vida que me dás em abundância e que renovas a cada dia.
Vida que consolas na tristeza, que acompanhas na solidão,
Que sustentas na fraqueza e que animas no cansaço.
Vida que chora, que ri, que grita e que emudece,
Vida que nem sempre compreende os teus caminhos
E que tantas vezes hesita, tropeça e duvida.
Vida que às vezes não te reconhece
A caminho da Emaús do orgulho e dos projetos pessoais.
Vida que, errante e desanimada, teimosamente se afasta
Da Jerusalém da tua vontade e da generosidade do teu amor.
Amor das surpresas e do oportuno e incisivo sentido de humor,
Amor que vem ao meu encontro, que se faz alimento no pão repartido,
Amor que se fez Palavra e que comigo faz memória
Da história que contamos juntos.
Palavra que desperta este coração “lento de espírito” (Lc 24, 25),
Que o questiona, interpela, converte e ressuscita
Das trevas sepulcrais em que, de tempos em tempos, habita.
Vida transfigurada que derramas sobre mim,
Quando contrito te procura o meu coração.
Coração que bate assustado por ser desconfiado,
Mas que sempre encontra misericórdia e perdão,
Quando repousa reconciliado e abrasado no teu.
Vida imperfeita, mas profundamente agradecida
Por tudo quanto me tens dado a viver.
O doce do mel e o amargo do fel ganham novo sentido
Quando contemplo a cruz da tua paixão.
Reza comigo, Senhor, os recantos vazios de uma vida cheia,
Recantos que iluminas com a alegria pascal
Da vida que entregaste por mim.
Vida nascida numa primavera florida e que ainda tem tanto para aprender.
PENSAMENTO DA SEMANA
Ser feliz é deixar viver a criança livre, alegre e simples que mora dentro de cada um de nós. É ter maturidade para dizer “eu errei”. É ter ousadia para dizer “perdoa-me”. É ter sensibilidade para expressar “eu preciso de ti”. É ter capacidade de dizer “eu amo-te”.
Ser feliz não é ter uma vida perfeita. Mas usar as lágrimas para irrigar a tolerância. Usar as perdas para refinar a paciência. Usar as falhas para esculpir a serenidade. Usar a dor para lapidar o prazer. Usar os obstáculos para abrir as janelas da inteligência.
Augusto Cury, Dez leis para Ser Feliz
INFORMAÇÕES
VISITA DO PÁROCO AOS DOENTES
Ribeira Seca - terça-feira, 15 de junho, a partir das 10 horas.
Portal - quarta-feira, 16 de junho, a partir das 10 horas.
Manadas - sexta-feira, 18 de junho a partir das 10 horas.
REUNIÃO PARA O CRISMA
No dia 18 de junho, às 19 horas, na Igreja Matriz da Calheta, para Crismandos, pais e padrinhos.
No dia 15 de junho, às 19 horas, na Igreja Matriz das Velas.
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Nº 1145Pensamento da Semana
PENSAMENTO DA SEMANA
Não se caminha quando não se acredita.
Não se estende a mão quando não se ama.
Não se muda quando nada se espera.
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