nº 995

 A arte de ser mãe

As mães sabem que não basta dar filhos ao mundo, mas é preciso também dar um mundo aos filhos. Um mundo cheio de valores, de esperança e sonhos.

As mães sabem que ser mãe não é ter, é ser. Ser-se quem se é nos filhos e pelos filhos. As mães são aquelas que amam antes de serem amadas. São aquelas que respondem antes de serem chamadas. São aquelas que beijam antes de serem beijadas. São aquelas que correm para o abraço esquecendo o cansaço. Como ninguém, as mães são capazes de se doar, de perdoar, de compreender, de aceitar e não julgar.

Nenhuma mãe tem em si todas as qualidades humanas e, menos ainda, vive sem erros, mas, apesar de tudo, abraça os filhos tal como são, por poucas qualidades que tenham, por maiores que sejam os seus erros. Uma mãe perdoa sempre. Ainda que de coração sacrificado, prefere pensar que a culpa é sua e não de quem, por vezes, assim a crucifica.

A mãe ensina os filhos a serem mais fortes que os medos, não tanto através de discursos inspirados, mas pela grandeza e humildade do seu exemplo. É capaz de lhes oferecer o mar com um só sorriso e a vida inteira com uma só lágrima, que não será mais que uma gota do imenso mar do seu amor.

Neste tempo de incerteza, confiamos as mães a Maria, que é a mãe de todas as mães. Recordamos as mães que deram à luz durante a pandemia, mães que perderam o emprego ou rendimentos, mães que perderam filhos e estão de luto, mães que lutaram e lutam pela saúde da sua família, mães cuidadoras de idosos e de pessoas com deficiência.

Maria é mãe da esperança, ela que viveu com esta palavra de Simeão: “Uma espada de dor trespassará a tua alma” (Lc 2, 35). Essa alma, por ser toda amor, era infinitamente vulnerável. Para lá do seu sofrimento, ela tinha a certeza de que era amada por Deus, mantendo a confiança Nele. Maria, que conhece e compreende melhor do que ninguém, os sofrimentos das mães, ensina a viver em paz.

Que as mães não esqueçam que os seus filhos também são filhos de Maria. Com elas, Maria partilha a sua responsabilidade materna, carrega os sofrimentos e as dificuldades dos seus filhos. Com as mães – e ainda mais do que elas – ela deseja a sua felicidade.

Ser mãe é ser feliz somente por ser mãe. Ser mãe é ser amor e amor que ninguém esquece, mas que sempre se agradece.

Que a celebração de mais um Dia da Mãe junte, em coro, as nossas vozes para manifestarmos todo o amor e gratidão para com as nossas mães!

Comissão Episcopal do Laicado e família (adaptado)

 

MEDITAR  

Mais do que mãos limpas, Deus quere-as repletas de vindima

Jesus comunica-nos Deus através do espelho das criaturas mais simples: Cristo videira, eu sarmento, eu e Ele a mesma planta, mesma vida, única raiz, uma só linfa (João 15, 1-8).

E depois a maravilhosa metáfora do Deus camponês, um vinhateiro perfumado de sol e de terra, que cuida de mim e aplica toda a sua inteligência para que eu dê muito fruto; que não empunha o cetro do alto do trono, mas lavra e olha o mundo dobrado sobre mim, como rebento, sarmento, cacho, com olhos belos de esperança.

Entre todos os campos, a vinha era o preferido do meu pai, no qual investia mais tempo e paixão, até poesia. E acredito que é assim para todos os camponeses. Narrar a vinha é desvelar um amor de preferência da parte do nosso Deus camponês.

Tu, eu, nós somos o campo preferido de Deus. A metáfora da videira cresce para um cume já antecipado nas palavras: Eu sou a vida, vós os sarmentos. Estamos diante de uma afirmação inédita, nunca escutada antes nas Escrituras: as criaturas (sarmentos) são parte do Criador (a videira).

O que trouxe Jesus ao mundo? Talvez uma moral mais nobre ou o perdão dos pecados? Demasiado escasso; veio trazer muito mais, trouxe-se a si próprio, a sua vida em nós, o cromossoma divino dentro do nosso ADN. O grande oleiro que plasmava Adão com o pó do solo fez-se argila deste solo, linfa deste cacho.

E se o sarmento para viver tem de permanecer enxertado na videira, acontece que também a videira vide dos seus sarmentos, sem eles não há fruto, nem propósito, nem história. Sem os seus filhos, Deus seria pai de ninguém.

A metáfora do trabalho em torno à videira tem o seu sentido último no “dar fruto”. O fio dourado que atravessa e cose todo o excerto, a palavra repetida que ilumina todas as outras palavras de Jesus é “fruto”: que deis muito fruto, nisto é glorificado o meu Pai.

O peso da imagem camponesa do Evangelho aporta às mãos repletas da vindima, muito mais que às mãos limpas, talvez, mas vazias, de quem não se quis sujar com a matéria incandescente e cheia de nódoas da vida.

A moral evangélica consiste na fecundidade, e não na observância de normas, traz consigo felizes canções de vindima. Ao anoitecer da vida terrena, a interrogação última, a dizer a verdade última da existência, não dirá respeito a mandamentos ou interditos, sacrifícios e renúncias.

Antes, é uma pergunta que apontará toda a sua dulcíssima luz para o fruto: depois daquilo que passaste no mundo, na família, no trabalho, na Igreja, das tuas videiras amadureceram cachos de bondade ou uma vindima de lágrimas? Atrás de ti ficou mais vida ou menos vida?

Ermes Ronchi

 

ÀS MÃES

Às Mães que apesar das canseiras, dores e trabalhos, sorriem e riem, felizes, com os filhos amados ao peito, ao colo ou em seu redor; e às que choram, doridas e inconsoláveis, a sua perda física, ou os veem “perder-se” nos perigos inúmeros da sociedade violenta e desumana em que vivemos;

- às Mães ainda meninas, e às menos jovens, que contra ventos e marés, ultrapassando dificuldades de toda a ordem, têm a valentia de assumir uma gravidez - talvez inoportuna e indesejada – por saberem que a vida é sempre um Bem Maior e um Dom que não se discute e, muito menos, quando se trata de um filho seu, pequeno ser frágil e indefeso que lhe foi confiado;

- às Mães que souberam sacrificar uma talvez brilhante carreira profissional, para darem prioridade à maternidade e à educação dos seus filhos e às que, quantas vezes precisamente por amor aos filhos, souberam ser firmes e educadoras, dizendo um “não” oportuno e salvador a muitos dos caprichos dos seus filhos adolescentes;

- às Mães precocemente envelhecidas, gastas e doentes, tantas vezes esquecidas de si mesmas e que hoje se sentem mais tristes e magoadas, talvez por não terem um filho que se lembre delas, de as abraçar e beijar;

- às Mães solitárias, paradas no tempo, não visitadas, não desejadas, e hoje abandonadas num qualquer quarto, num qualquer lar, na cidade ou no campo, e que talvez não tenham hoje, nem uma pessoa amiga que lhes leia ao menos uma carta dum filho;

- também às Mães que não tendo dado à luz fisicamente, são Mães pelo coração e pelo espírito, pela generosidade e abnegação, para tantos que por mil razões não tiveram outra Mãe...e finalmente, também às Mães queridíssimas que já partiram deste mundo e que por certo repousam já num céu merecido e conquistado a pulso e sacrifício...

A todas as Mães, a todas sem exceção, um abraço e um beijo cheio de simpatia e de ternura! E Parabéns, mesmo que ninguém mais vos felicite! E Obrigado, mesmo que ninguém mais vos agradeça!

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PENSAMENTO DA SEMANA

 Hoje o dia amanheceu feliz. 

O dia das mães tem cheiro de carinho no ar.
Tem forma de rosas e cor de amor.
É um dia cheio de afeto, abraços, beijos e lágrimas de felicidade e de saudade.

Quem não tem mais este anjo protetor aqui na terra, sente-se abatido por não poder presentear aquela que o amará eternamente.
Não fique triste, ela vive em teu coração.

Não esqueça... A vida é bela e você está nela.
Seja feliz em todo tempo.
Feliz dia das Mães.


  

INFORMAÇÕES

IRMANDADE DO ESPÍRITO SANTO - CALHETA

A Direção da Irmandade do Divino Espírito Santo da  Calheta informa que sábado (dia 22 de maio) das 18h00 às 21h00 e no domingo (dia 23 de maio) das 11h00 às 18h00 estará na Casa do Espírito Santo a entregar aos seus Irmãos "o Doce".


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Nº 1149

Pensamento da Semana

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 

Jesus veio ensinar-nos a conhecermo-nos tais como somos,
com a nossa vocação profunda para o amor,
com todos os nossos dons,
com toda a beleza que está em nós,
mas também com tudo o que está ferido,
com tudo o que é frágil,
com tudo o que é pobre.

Jean Vanier, in A Fonte das Lágrimas

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