Nº 988

 Que o silêncio te guarde do mal

Quando estou mais sozinho, cansado ou intranquilo, e preciso de paz, busco-a na quietude que existe à minha volta… por vezes, uma simples pedra é capaz de me dar uma lição. Percebo, por exemplo, que todas as coisas que existem têm um propósito e que, no caso das pessoas, temos a liberdade de o decidir. Mas não basta escolhê-lo, depois é preciso cumpri-lo.

 A pedra será sempre pedra, mas eu, para ser quem sou, preciso de orientar o que penso, digo e faço no sentido de me construir, apesar de tudo o que se passa à minha volta.

 No meio de toda a confusão do mundo, as flores não deixam de florir. Não para serem mais belas, mas apenas para serem o que são.

 As desgraças maiores não são aquelas que acontecem em nosso redor, mas as que deixamos entrar em nós e nos corroem a vontade de amar e ser felizes.

 O que me anima? Acreditar que apesar de não ter poder para mandar no mundo à minha volta, posso mandar em mim e escolher um pedaço do mundo onde há paz e fazer desse lugar a minha morada. Anima-me ser capaz de dar paz a mim mesmo, quando tudo à minha volta está em guerra… Há algures em mim uma luz que é mais evidente quando tudo está escuro… é pequena, mas nunca se extingue. Há quem se revolte por este pequeno lume não ser uma fogueira enorme, mas a luz que me protege é capaz de pegar fogo e queimar todo o mal em mim, se eu quiser mesmo que assim seja!

 Quantas desgraças na minha vida não são culpa do medo do silêncio?

 A vida exige-nos que soframos com paciência e em silêncio.

 Quando faço silêncio em mim e em torno de mim, descanso e encontro cura para muitos males.

Procura compreender o silêncio. Sem isso, nunca entenderás a profundidade do que os outros te dizem quando te amam.

José Luís Nunes Martins

 

MEDITAR

Deus olha com ternura, encoraja e ampara a verdade humilde do teu primeiro passo

Caiu o pano sobra a cena impetuosa, estrondosa, de Jesus que expulsa os mercadores do templo. Em Jerusalém, chefes e pessoas comuns falam todos da novidade daquele jovem rabi. Ora, daquela cena clamorosa e subversiva passa-se a um Evangelho íntimo e recolhido (João 3, 14-21).

Nicodemos tem grande estima por Jesus e quer saber mais, mas não ousa comprometer-se, e vai ao seu encontro de noite. Primeira surpresa: o mesmo Jesus que dirá «o vosso falar seja sim sim, não não» respeita o medo de Nicodemos, não se perde nos limites da sua pouca coerência, mas, mostrando compreensão pela sua fraqueza, transforma-o no corajoso que se oporá ao seu grupo e irá ao pôr do sol da grande sexta-feira para cuidar do corpo do Crucificado.

Quando todos os corajosos fogem, o receoso vai ao encontro da cruz, levando trinta quilos de aloé e mirra, uma quantidade em excesso, um excesso de afeto e gratidão.

Jesus transforma. É um caminho totalmente novo, para nós que os mestres do espírito sempre apertaram na alternativa: coragem ou cobardia, coerência ou incoerência, resistência ou debilidade, perfeição ou erro. Jesus mostra uma terceira via: o respeito que abraça a imperfeição, a confiança que acolhe a fragilidade e a transforma. A terceira via de Jesus é acreditar no caminho do ser humano mais do que na linha de chegada, apontar para a verdade humilde do primeiro passo mais do que para o alcançar da meta longínqua. Mestre dos princípios.

Naquele diálogo noturno, Jesus comunica, em poucas palavras, o essencial da fé: Deus amou tanto o mundo… é uma coisa segura, uma coisa já acontecida, uma certeza central: Deus é o amante que te salva. Palavras decisivas, a saborear a cada dia e às quais nos agarramos sempre.

Deves nascer do Alto: Eu vivo das minhas fontes, e tenho fontes de Céu a encontrar. Então poderei finalmente nascer para uma vida mais alta e maior, e ver a existência de uma perspetiva nova, de uma fenda aberta no Céu, para discernir o que é efémero e o que, pelo contrário, é eterno.

Aquele que nasce do Espírito é Espírito. E a noite ilumina-se. Quem nasceu do Espírito não só tem o Espírito, mas é Espírito. Não só é templo do Espírito, mas é da mesma substância do Espírito. Cada ser gera filhos segundo a sua espécie, as plantas, os animais, o homem e a mulher. Pois bem, também Deus gera filhos segundo a espécie de Deus.

E não há maiúsculo ou minúsculo nos testes originários: maiúsculo para o Espírito de Deus, a sua força geradora, minúsculo para o espírito do ser humano gerado. Não se consegue distinguir se “espírito” se refere ao ser humano ou a Deus. Esta confusão é extraordinária. Uma belíssima revelação: tu, renascido do Espírito, és Espírito.

Ermes Ronchi

 

Oração dos filhos de Abraão

Deus Todo-Poderoso, nosso Criador, que amais a família humana e tudo o que as vossas mãos fizeram, nós, filhos e filhas de Abraão pertencentes ao judaísmo, ao cristianismo e ao islão, juntamente com os demais crentes e todas as pessoas de boa vontade, agradecemos-vos por nos terdes dado como pai comum na fé Abraão, filho insigne desta nobre e amada terra.

Agradecemos-vos pelo seu exemplo de homem de fé que Vos obedeceu completamente, deixando a sua família, a sua tribo e a sua pátria a fim de ir para uma terra que não conhecia.

Agradecemos-vos também pelo exemplo de coragem, resiliência e força de ânimo, generosidade e hospitalidade que nos deu o nosso pai comum na fé.

Agradecemos-vos particularmente pela sua fé heroica, demonstrada na disponibilidade em sacrificar o próprio filho para obedecer à vossa ordem. Sabemos que era uma prova muito difícil, da qual todavia saiu vitorioso, porque confiou sem reservas em Vós, que sois misericordioso e sempre abris novas possibilidades para recomeçar.

Agradecemos-vos porque, abençoando o nosso pai Abraão, fizestes dele uma bênção para todos os povos.

Pedimos-vos, Deus do nosso pai Abraão e nosso Deus, que nos concedais uma fé forte, operosa no bem, uma fé que abra os nossos corações a Vós e a todos os nossos irmãos e irmãs; e uma esperança irreprimível, capaz de em tudo vislumbrar a fidelidade das vossas promessas.

Fazei de cada um de nós uma testemunha do vosso cuidado amoroso por todos, especialmente os refugiados e os deslocados, as viúvas e os órfãos, os pobres e os doentes.

Abri os nossos corações ao perdão recíproco, tornando-nos instrumentos de reconciliação, construtores duma sociedade mais justa e fraterna.

Acolhei na vossa morada de paz e luz todos os defuntos, de modo particular as vítimas da violência e das guerras.

Assisti as autoridades civis na busca e localização das pessoas sequestradas e na proteção especial das mulheres e crianças.

Ajudai-nos a cuidar da terra, a casa comum que, na vossa bondade e generosidade, destes a todos nós.

Sustentai as nossas mãos na reconstrução deste país e dai-nos a força necessária para ajudar, aqueles que tiveram de deixar as suas casas e terras, a regressar em segurança e com dignidade, e a começar uma vida nova, serena e próspera. Ámen.

Papa Francisco

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 

Agarra-te à Esperança com força, com toda a força de que és capaz...

Quem Espera, vive de olhos postos num Novo Dia que vem. E assim, com a vida iluminada por essa Esperança, quem Espera vence obstáculos, derruba barreiras, ergue-se das quedas e caminha feliz.

Não importam as feridas abertas nem as cicatrizes para quem acredita na cura e sabe que sempre é tempo de recomeçar.

Agarra-te à Esperança... e se a sentires apagar-se, renova-a, pois quem não Espera, não Vive.

De coração para coração


 

INFORMAÇÕES

MISSA NO SANTUÁRIO DA CALDEIRA

No próximo domingo, dia 21 de março, às 15:30 horas.

 

CONVOCATÓRIA

Assembleia Geral da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Calheta, no dia 30 de março, pelas 19h30, para: apreciação, discussão e votação do relatório de contas e relatório de atividades.


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Nº 1148

Pensamento da Semana

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 

A alegria e a surpresa andam de mãos dadas.

Isso revela-se sempre que conseguimos reagir com criatividade

às coisas inesperadas que fazem mudar

os nossos planos e, mesmo assim,

sentimos que tudo continua bem.


Por vezes, a alegria surpreende-nos.
Apanha-nos totalmente desprevenidos.
O importante é deixarmos que ela tome
conta de nós e continuarmos recetivos
à surpresa divina.

Anselm Grün, in Em cada dia... um caminho para a felicidade

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