Nº 974

 

A relação de Portugal com a Imaculada Conceição, sua padroeira

A relação de Portugal com a Imaculada Conceição é bem mais antiga do que a relação que tem com a cidade de Roma. Ficam alguns apontamentos:

¨  Ganha destaque em 1385, quando as tropas comandadas por D. Nuno Alvares Pereira derrotaram o exército castelhano e os seus aliados, na batalha de Aljubarrota;

¨  Em memória desta vitória, o Santo Condestável fundou a igreja de Nossa Senhora do Castelo, em Vila Viçosa;

¨  O atual Santuário Nacional do Solar da Padroeira afirmou-se nos finais do século XIV como o primeiro sinal desta devoção, em toda a Península Ibérica;

¨  Um segundo passo deu-se durante o movimento de restauração da independência que pôs fim ao domínio castelhano em Portugal e que culminou com a coroação de D. João IV como rei de Portugal, em dezembro de 1640, no Terreiro do Paço, em Lisboa;

¨  D. João IV, atento a uma religiosidade que também já envolvera a construção de monumentos como o Mosteiro da Batalha, o Convento do Carmo e o Mosteiro da Conceição, coroou a Imagem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa como Rainha e Padroeira de Portugal durante as cortes de 1646;

¨  Nas mesmas cortes de 1646, D. João IV ordenou que os estudantes na Universidade de Coimbra jurassem defender a Imaculada Conceição;

¨  No dia 8 de dezembro de 1854 foi proclamado o dogma da Imaculada Conceição de Maria através da bula Ineffabilis Deus, que declara a santidade da Virgem Santa Maria desde o primeiro momento da sua existência, sendo preservada do pecado;

¨ Em 1869 concluiu-se esse primeiro monumento, no Sameiro, em Braga seguindo-se-lhe a construção dum santuário dedicado à Imaculada Conceição de Maria, cuja imagem foi coroada solenemente em 1904.

Uma história longa e com marcas na identidade nacional, que D. Francisco Senra Coelho aprofunda no livro Nossa Senhora e a História de Portugal, que interessa retomar nestes dias!

Paulo Rocha, em Agência Ecclesia

 

MEDITAR

Fendas

Existem muitas pessoas que não acreditam em Deus. Não é que eles o rejeitem. Eles não sabem que caminho devem seguir para O encontrar. E mesmo assim Deus não está longe. Escondido na própria vida, Deus segue os nossos passos, muitas vezes errados ou sem esperança, com amor cheio de respeito e discreto. Como perceber a presença de Deus?

Marcos lembra-nos o grito do profeta: “Preparai os caminhos do Senhor, endireitai as suas veredas”. Onde e como abrir caminhos para Deus nas nossas vidas? Não devemos pensar em estradas esplêndidas e claras pelas quais um Deus espetacular chegue. O teólogo JM Rovira lembra-nos que Deus  aproxima-se de nós procurando a fenda que o homem deixa aberta ao que é verdadeiro, ao que é bom, ao que é belo, ao que é humano. São aquelas fissuras da vida que devemos atender para abrir caminhos para Deus.

Para alguns, a vida tornou-se um labirinto. Ocupados com mil coisas, eles  movem-se e tremem sem parar, mas não sabem de onde vêm nem para onde vão. Uma brecha abre-se neles em relação a Deus quando param para encontrar o melhor de si mesmos.

Há quem viva uma vida "descafeinada", plana e inconsequente, na qual o importante é divertir-se. Eles só serão capazes de vislumbrar Deus se começarem a atender ao mistério que bate no fundo da vida.

Outros vivem submersos na "espuma das aparências". Eles só se preocupam com sua imagem, o que é aparente e externo. Tu encontrar-te-ás mais perto de Deus se simplesmente buscares a verdade.

Quem vive repartido em mil pedaços pelo barulho, pela retórica, pela ambição ou pela pressa dará um passo em direção a Deus se se empenhar em encontrar um fio condutor que humanize a sua vida.

Muitos se encontrarão com Deus se souberem passar de uma atitude defensiva em relação a Ele para uma atitude acolhedora; do tom arrogante à oração humilde; do medo ao amor; da Auto condenação à aceitação do Seu perdão. E todos nós abriremos mais espaço para Deus em nossas vidas se o procurarmos com um coração simples.

 José Antonio Pagola

 

Sim!

Foi desse modo que a jovem acolheu o projeto de Deus. «Sim», um sim para sempre. «Sim», um sim inteiro e definitivo. O consentimento de Maria transformou o curso da história dos Homens. Antes era uma sucessão de acontecimentos escravos do não de Eva e Adão, intervalados com alguns «sins» muito limitados e de fraco impacto temporal.

Assim sim, vale a pena. Mas sejamos honestos, há muitos sins grávidos de nãos. «Sim, logo se vê», «se tiver tempo, não sei bem, deixa-me falar primeiro com…», «penso que sim, claro, confirmo amanhã», e a curva do sim entra em declínio, ultrapassa o «talvez», continua em queda, nada o consegue deter de tão pesado, até repousar num «não definitivo». «Desculpa, mas não foi possível… nunca pensei», dizemos quando já tínhamos tudo bem pensado.

Com a pobre de Nazaré tudo foi à primeira. Assim sim. Um sim incondicional, cheio, pronunciado com todas as letras, em maiúsculo. «SIM» como quem grita de alegria porque um sonho amadurecido durante séculos torna-se realidade. «SIM» dito para dentro porque o importante é que Deus ouça e não os homens.

E com uma avalanche de graças, motivada por mil bênçãos, ela foi habitada pelo Mistério. O invisível forma-se silenciosamente no ventre da jovem. Células que se dividem e multiplicam, órgãos que crescem em segredo, no escuro de um seio puro e imaculado de uma mulher que se alimenta da vontade de Deus.

Um coração novo começa a palpitar. Rapidamente aprende a conhecer e a amar através do coração materno. O ritmo acelera quando se aproxima dos aflitos e atribulados. Um coração em permanente ação e que… no calvário, enquanto o coração materno ainda persiste, invariavelmente puro, apesar de torturado pela loucura e a crueldade dos homens. O sim da juventude é repetido em cada batimento. O sim exemplar, para sempre.

O coração das mães diz tudo sobre Deus. É, em especial, o coração imaculado e infinitamente generoso da jovem Maria que, neste advento, nesta solenidade, voltamos a contemplar com gratidão.

 P. Nélio Pita, CM

 

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 Sim, acreditar num Deus que não vemos também significa, no mínimo, esperar que Ele esteja onde nós não o podemos ver e, muitas vezes, onde estamos absolutamente convencidos que Ele não está nem poderia estar.

 Tomás Halík, in Paciência com Deus


 

INFORMAÇÕES

 

RECEITA DO PEDITÓRIO PARA A LIGA PORTUGUESA CONTRA O CANCRO

Rua Nova e Relvinha - 435,17 €

Fajã Grande - 318,36 €

Calheta - 626,63 €

Rua de baixo - 322,36 €

Fajã dos Vimes - 140,05 €

Portal - 33,31 €

Ribeira Seca - 1.719,81 €

Biscoitos - 303,44 €

Topo - 223,60 €

Santo Antão - 332,68 €

Norte Pequeno - 460,21 €

Total - 5.465,77 €


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Pensamento da Semana

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 SEJA FEITA A TUA BONDADE!

"Jesus não ensinou o Pai Nosso aos discípulos como uma fórmula para estes repetirem de cor e de modo completo." (Calmeiro Matias)

Jesus não definiu a entoação certa ou o sotaque mais apropriado.

Cada um tem um dialeto feito de silêncios, de palavras, de cumplicidades.

Um dia, em Vila Nova de Gaia, o meu primo recebeu-me com um "bons olhos te beijam!" A resposta ao meu "Ãh?" não tardou: "És surda? Bons olhos te beijam!"

Soou-me a poesia. O sotaque tornou tudo mais bonito.

À semelhança do meu primo e do meu Pai, "aboli os vês" e digo:

Seja feita a tua bondade! A tua bondade, Pai! A tua bondade, Pai!

Quando Jesus partilhou com os discípulos o modo como conversava com o seu Pai, demorou-se a mostrar-lhes a confiança na bondade de Deus. Lucas fez chegar até nós a história do amigo que aparece fora d'horas e termina perguntando se um Pai poderá recusar o maior bem - a convivência e a intimidade do Espírito - aos seus filhos. (Lucas 11, 1-13)

"Este assunto da bondade de Deus é uma questão de sensatez. Ser sensato. Como pode existir Deus, se não for bom?" (José António Pagola)

 

Eneida Costa

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