Nº 856

 Jesus vai de férias? Aulas de Descanso

Certo homem bom, cheio de desejos de cumprir, de chegar a todo lado e a Deus, até porque "Deus nos mandou estar prontos para todo o serviço!", dizia: «Agora não posso, mas venho já», com dois telefones, um olho nas notícias, e correndo ao andar de cima, para mais um recado entre dois emails. Corria e mais corria. «Falo-te logo, depois da missa. Passo no hospital e quero chegar antes dos miúdos se deitarem.» Corria tanto que um dia não aguentou. Então parou e Deus, finalmente, conseguiu alcançá-lo! Era um pouco tarde, mas começaram aí as suas aulas de descanso: a consciência da necessidade de equilíbrio, do dizer 'Sim' e 'Não', de assumir as prioridades.
Jesus descansava
Naquela hora de calor, depois da caminhada, Jesus sentou-Se junto ao poço de Jacob. Deixou os discípulos, aprendizes, irem às compras abastecerem-se, sem Ele. Mas o que mais O descansou foi a conversa libertadora e franca com a mulher samaritana (Jo 4).  Sim, Jesus convidava os discípulos: Vinde a um local sossegado! (Mc 6, 31).
Ele próprio desaparecia e subia ao monte para rezar a sós (Mt 14, 23). Também descansava com os amigos: sempre que podia, passava em casa de Marta, Maria e Lázaro, sem pressa, partilhava afetos e alimentos (Lc 10, 38). Ensinava a viver em paz, dando paz, sabendo que somos ovelhas no meio de lobos (Lc 10, 6).
Aprendeu a peregrinar, sem perder a cabeça, compreensivo e frontal, perdoando e curando os males e o stress de cada um. N’Ele não se viam nem a pressa, nem a ganância, nem o individualismo, fontes de tanto desgaste.
Não haverá aqui um bom programa de formação para as nossas escolas e catequeses, nesta Europa velha e cansada de gente sem lugar, migrantes e desempregados, que, deprimida, tende a substituir o descanso pelo divertimento e pelo consumo fácil?
Onde encontrar descanso?
«Vinde a Mim, vós todos que andais cansados e oprimidos!» (Mt 11, 28). Descansar, mais do que não trabalhar, é agir de outro modo. E férias e tempo livre devem ser tempo de mais liberdade, vivido sabiamente, ocupado naquilo que equilibra, pacifica, cultiva e relaciona melhor com os outros, com o espaço e com o tempo. Numa palavra, o que nos humaniza.
Há três coisas que certamente nos descansam
A primeira é sentir-se e saber-se amado! Não há nada que mais descanse, dando a necessária segurança que cada um precisa para gerir a sua vida, tanto nos sucessos como nos desaires.  A segunda fonte é ter um sentido na vida, ou seja, estar profundamente convencido que há futuro, que vale a pena empenhar-se porque, mesmo na dor ou na travessia do deserto, se tem a certeza de que Deus está e a seu tempo tudo se converte em bem para os que O amam. Esta fonte chama-se esperança. A terceira fonte vem de ser reconhecido e saber que se tem lugar neste mundo. Ou seja, estar convencido que se tem uma missão única, como membro único que somos da sociedade e do corpo místico que é Cristo e a sua Igreja.
Vasco Pinto de Magalhães, s.j. (Adaptado
XIII DOMINGO DO TEMPO COMUM
Naquele tempo vinham pessoas ter com Jesus de toda a parte e abeiravam-se pessoalmente…
Em linguagem moderna, Deus prefere os encontros pessoais ao uso de telemóvel.
Que sucederia se Cristo instalasse uma central de telemóveis no céu?
Imagine-se alguém a rezar e ouvir a seguinte mensagem: "Central Celeste, por favor marque uma das seguintes opções: para pedidos marque 1; para queixas marque 2, para outro assunto marque 3… "
Ou então: "Neste momento os nossos anjos estão ocupados. Por favor deixe a sua mensagem no serviço de espera. Se deseja falar com o Anjo Gabriel marque 5, com outro Anjo marque 6."
O pior seria: "A sua alma apresenta um saldo de tantos méritos. Deverá ser recarregada no próximo domingo na missa das 9h."
Por fim imaginemos outra resposta: "O número que marcou não está atribuído. Por favor, certifique-se da sua intenção ou então marque de novo sem distrações…"
Graças a Deus que nada disto acontece.
Podemos chamar a Deus quantas vezes quisermos que somos sempre atendidos. A Sua linha nunca está ocupada. Ainda bem que nos responde pessoalmente e nos conhece antes mesmo de nos apresentarmos. Deus não deixa recados no gravador mas estende-nos imediatamente a sua mão.
Pe. José David Quintal Vieira, scj.
 
MEDITAR
 
ABRE O DIA DE PAR EM PAR...
Olha para ti olhos nos olhos.
Vê o que guardas e já não te serve.
Vê o que está a mais.
Não ocupes o espaço das coisas importantes com coisas que não adiantam. Com coisas que atrasam a tua vontade. Com coisas ocas. São as que pesam mais.
Não guardes ofensas.
Não guardes rancor.
Não guardes nada que te aperte. Nenhum atilho que te impeça os movimentos. Guarda só os abraços. São a única coisa que, quanto mais apertada, mais te liberta.
Guarda os sorrisos, as flores e os corações. Mantém os amigos verdadeiros.
Não precisas de quem te procura só quando precisa.
Não precisas de nada que possas trocar.
Não te curves para apanhar do chão o carinho que alguém deixou cair. Varre-o. Não te serve.
Não te curves a não ser para estender a mão, não te baixes a não ser para ajudar alguém a levantar.
Deixa ficar a bondade e alguma raiva. Às vezes é preciso dar um murro na mesa.
Deixa ficar a poesia e a música.
Canta, dança, escreve.
Deixa ficar os talentos que ainda não usaste à espera da altura certa. Está na altura de os combinar com o novo dia.
Não deites fora nenhum segundo. Não são uma gota no oceano. É o teu tempo a contar. Faz com que conte.
lado.a.lado
 
CONTO (657)
 
A EXPERIÊNCIA
Era uma vez um jovem que, tendo passado umas férias em Viena de Áustria, aproveitou o tempo para escutar concertos musicais, ficando verdadeiramente encantado.
Ao chegar à sua terra, decidiu formar uma orquestra musical, um pouco no estilo das que tinha visto em Viena.
Ele próprio decidiu ser o diretor de orquestra. Para se preparar, leu muitos livros e escutou muitas conferências. Encheu a cabeça de teorias acerca de como deve ser uma orquestra e de como se deve tocar cada um dos instrumentos.
Em seguida, gastou uma fortuna a comprar os instrumentos musicais. Reuniu as pessoas que queria para a sua orquestra e explicou-lhes todas as noções que tinha aprendido, definindo com palavras qual a função de cada instrumento.
Depois de tantas explicações, julgava que podia realizar o primeiro concerto. Porém, quando os músicos pegaram nos instrumentos, saiu apenas um ruído desagradável.
Tinham a teoria toda sabida, mas faltava-lhes a prática.
In Tutti Frutti  de Pedrosa Ferreira

 PENSAMENTO DA SEMANA

 

O teu problema não é a opinião dos outros; o problema é a opinião que tens sobre a opinião dos outros.

O problema não é que tenhas medo de não ser aceite; o problema é que ainda não te aceitas a ti mesmo... e talvez andes a esconder isso de ti próprio dizendo que são os outros - são sempre os outros - o problema.

Experimenta isto: começa por ti: reconhece, aceita, abraça tudo o que és.

Se fores humilde serás verdadeiro.

Se fores verdadeiro, serás livre.

Se fores livre, serás a torrente de vida que deseja manifestar-se em ti!

 

João Delicado

 


 INFORMAÇÕES

 
FESTA DE NOSSA SENHORA DO CARMO NA FAJÃ DOS VIMES
No dia 7 de julho (Sábado) tem início o Novenário de Nossa Senhora do Carmo na Fajã dos Vimes. A Eucaristia será todos os dias às 20 horas.
A Missa de Festa do dia 16 de julho, virá no próximo Boletim.
 
BAZAR CASA DO POVO DA CALHETA
A Casa do Povo da Calheta, pretende fazer um bazar durante o Festival de Julho. Para isso, pede a todos os que quiserem colaborar com prémios ou outros, que entreguem aos elementos da Direção. Desde já agradecem toda a colaboração que lhes for dada.
 
MUSEU FRANCISCO LACERDA
Lançamento do projeto Bibliocaixas nas freguesias do Norte Grande e Norte Pequeno:
1-      Norte Pequeno: dia 2 de julho, na Casa do Povo, pelas 14.30 m;
2-      Norte Grande: dia 2 de julho, na Casa do Povo, pelas 15.30 m.

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Agenda Pastoral

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Pensamento da Semana

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 

Jesus veio ensinar-nos a conhecermo-nos tais como somos,
com a nossa vocação profunda para o amor,
com todos os nossos dons,
com toda a beleza que está em nós,
mas também com tudo o que está ferido,
com tudo o que é frágil,
com tudo o que é pobre.

Jean Vanier, in A Fonte das Lágrimas

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