Nº 843

VOTOS
SANTA PÁSCOA
O Ressuscitado pede-nos para renascer, todos os dias,
para nos distanciarmos do nosso pequeno e prepotente eu,
para fazermos viver em nós um Tu maior,
para morrermos para os nossos apegos, as nossas certezas,
para darmos lugar ao deserto e esperarmos pela chuva.
Pela água que desce do céu e faz florescer até a areia.
Susanna Tamaro, in O Fogo e o Vento
DOMINGO DE PÁSCOA
A liturgia deste domingo celebra a ressurreição e garante-nos que a vida em plenitude resulta de uma existência feita dom e serviço em favor dos irmãos. A ressurreição de Cristo é o exemplo concreto que confirma tudo isto.
A primeira leitura apresenta o exemplo de Cristo que “passou pelo mundo fazendo o bem” e que, por amor, se deu até à morte; por isso, Deus ressuscitou-O. Os discípulos, testemunhas desta dinâmica, devem anunciar este “caminho” a todos os homens.
O Evangelho coloca-nos diante de duas atitudes face à ressurreição: a do discípulo obstinado, que se recusa a aceitá-la porque, na sua lógica, o amor total e a doação da vida não podem, nunca, ser geradores de vida nova; e a do discípulo ideal, que ama Jesus e que, por isso, entende o seu caminho e a sua proposta (a esse não o escandaliza nem o espanta que da cruz tenha nascido a vida plena, a vida verdadeira).
A segunda leitura convida os cristãos, revestidos de Cristo pelo batismo, a continuarem a sua caminhada de vida nova, até à transformação plena (que acontecerá quando, pela morte, tivermos ultrapassado a última barreira da nossa finitude).
Dehonianos
MEDITAR
Renascidos para a vida
Em cada dia se levanta a possibilidade de renascermos para a vida.
Somos as mudanças que aceitamos realizar, os tombos que não esperávamos,
os sonhos que queremos alcançar, a força interior que permite a ressurreição.
E é neste renascer que surgem novas luzes, novos horizontes de esperança,
novo caminhar e a certeza de podermos ver a vida com os olhos da luz que lhe dá claridade.
Cada dia nos traz um novo despertar.
Por detrás das sombras que pairam no ar que procuram cobrir a luz que nos ilumina,
somos confrontados com as possibilidades de criar um novo tempo: o da ressurreição.
É esta vida nova que nos traz a plenitude da existência e a certeza de que somos amados, para lá de todas as trevas e desastres existenciais que possamos experimentar.
Somos a vontade de enfrentar os limites – também os da morte – mas somos essencialmente vida em abundância.
Somos o querer de novos sentidos e propostas, mas somos sobretudo a possibilidade
de criar e apoderarmo-nos de uma nova vida. Aquela que desejamos.
Mas, particularmente, aquela que Deus sonhou para nós.
Precisamos florescer das cinzas, tal como a primavera que chega com novo convite ao despertar.
Precisamos deixar partir tudo aquilo que não nos corresponde e não nos permite renascer.
A vida é uma riqueza incomensurável e com novas raízes, chegam novas flores.
E é na seiva que tudo acontece, num silêncio e segredo profundo onde tudo em nós se pode transformar pela graça Divina que nos habita.
Retiremos os véus que não nos transportam à vida. Esses mesmos. Aqueles que tu e eu sabemos presentes no nosso viver.
Pois, em cada dia se levanta a possibilidade de renascermos para a vida!
CONTO (644)
UMA TARDE COM DEUS
Uma vez, uma criança queria encontrar Deus. Pôs no saco alguns bolos e bebidas e pôs-se a caminho.
Encontrou uma idosa sentada no jardim. A criança sentou-se junto dela, abriu o saco e disse-lhe:
- Tenho aqui estes bolos. Não quer comer?
A mulher, com um sorriso, respondeu:
- Sim. Aceito-os com todo o gosto.
O seu sorriso era tão lindo que nunca tinha visto nenhum assim. A criança, em seguida, disse-lhe:
- Tenho aqui também umas bebidas. Quer beber?
A mulher sorriu de novo e disse:
- Sim. Aceito com todo o gosto, até porque tenho sede.
A criança estava encantada, e também se ia alimentando. Ficaram assim toda a tarde a comer e a sorrir, sem dizer palavra.
Quando caiu a noite, a criança notou que ela estava cansada e ajudou-a a ir para casa, despedindo-se com um abraço e um sorriso. E a criança regressou a casa.
A mãe, ao vê-la chegar tão feliz, perguntou-lhe:
- Que fizeste hoje que estás tão feliz?
- Hoje comi com Deus. E sabes uma coisa? Tem um sorriso muito lindo.
Entretanto, a idosa estava também radiante. Ao entrar em casa, o filho perguntou-lhe:
- Mãe, que fizeste hoje para estares assim tão feliz?
- No jardim, comi bolos com Deus. E sabes uma coisa? É muito mais jovem do que eu julgava.
Não esperes que Deus desça sobre ti, e que diga: Eu sou.
Não tem sentido algum o Deus que afirma sua omnipotência.
Sente-O tu no divino sopro eterno com que vieste ao mundo.
Quando, e não sabes porquê, te arde a alma,
é Ele que em ti fala.
Rainer Maria Rilke
INFORMAÇÕES
FESTAS DO ESPÍRITO SANTO DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DA CALHETA
A Santa Casa da Misericórdia da Calheta vai celebrar a sua festa com os irmãos e benfeitores no próximo domingo, 8 de abril.
De 1 a 7 de abril, pelas 20 horas, teremos o terço, no Lar de Idosos da Santa Casa, em louvor do Divino Espírito Santo.
No Domingo a Coroação é às 11 horas e depois teremos o jantar, na Casa do Povo da Calheta para os irmãos, familiares e convidados.
Se alguém quiser contribuir com géneros ou dinheiro, pode fazê-lo entregando os donativos na Santa Casa da Misericórdia ou aos elementos da Mesa.
A Mesa agradece toda a colaboração.
Faça download desta Carta Familiar em formato PDF: Nº 843
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Nº 1020Pensamento da Semana
PENSAMENTO DA SEMANA
SABER-SE AMADO
«Pensar que Deus nos condena é um dos maiores obstáculos à fé. (...)
Se soubéssemos até que ponto certas crianças precisam que olhemos para elas com confiança para que possam reencontrar a alegria de viver...
No coração de uma criança, saber que se é amado com ternura, que se é perdoado, pode ser fonte de paz para toda a vida.»
Irmão Roger de Taizé
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