Nº 831

Como os magos, sempre à procura da verdade que nos precede

A Epifania do Senhor é a Sua manifestação, a revelação aos gentios de todo o mundo do Menino nascido em Belém e já encontrado por Israel através dos pastores (cf. Lucas 2, 8-20). À manjedoura chegam também os magos, isto é, sábios, buscadores de Deus que não pertencem ao povo dos crentes no Deus único, a Israel.

Vêm daquelas terras do Oriente que desde sempre surgem a nós, ocidentais, como lugares em que os seres humanos praticaram, mais do que noutras culturas, uma procura da verdade marcada por uma purificada luta anti-idolátrica

O obscuro nascimento daquele Menino em Belém, de uma família de pobres, atrai assim estes magos, porque a encarnação do Filho de Deus era a maneira com que o próprio Deus desejava unir-se a cada ser humano e a toda a humanidade.

Eles encontram indicações e sinais para a sua procura no próprio céu, através de uma estrela que, no seu aparecimento, os coloca em viagem para um lugar desconhecido; uma estrela que se assemelha mais a um mensageiro de Deus do que a um cometa, uma estrela que os guia para o encontro com aquele que tanto era esperado, e todavia até então tinha permanecido anónimo e desconhecido...

Mais em profundidade, é uma necessidade que os conduziu até Jesus, a necessidade de conhecer o outro, de sair da auto-referencialidade religiosa, de procurar uma verdade nunca possuída, que sempre nos precede.

O Menino nascido em Belém surge assim, hoje, como um dom de Deus a toda a humanidade e, ao mesmo tempo, como a expetativa de toda a humanidade, mesmo de quantos não conhecem a fé dos crentes no Deus único. E assim a bênção chega a todos, segundo a promessa feita a Abraão: «Em ti e na tua descendência serão abençoadas todas as famílias da Terra» (Génesis 28, 14).

Os magos deixaram a sua terra, o seu mundo, e empreenderam uma longa viagem; impelidos pela sua sede de verdade e salvação, caminharam com perseverança para uma meta, porque Deus faz-se encontro a quem o procura com sinceridade. E não foram sós: levaram consigo a sua cultura, a sua identidade, a sua história, tudo oferecendo ao Salvador.

O seu encontro com o Messias, porém, não marcou o fim da sua procura: continuaram a caminhar «seguindo outra estrada», como diz Mateus, ou seja, prosseguindo a sua procura da verdade de maneira diferente. A partir do seu exemplo, nós, cristãos, estamos dispostos a procurar com humildade aquela verdade que sempre nos precede e que, no fim da história, nos acolherá, juntamente com todos os homens, no Reino?

Enzo Bianchi (Adaptado)

 

SOLENIDADE DA EPIFANIA DO SENHOR

A liturgia deste domingo celebra a manifestação de Jesus a todos os homens… Ele é uma “luz” que se acende na noite do mundo e atrai a si todos os povos da terra. Cumprindo o projeto libertador que o Pai nos queria oferecer, essa “luz” encarnou na nossa história, iluminou os caminhos dos homens, conduziu-os ao encontro da salvação, da vida definitiva.

A primeira leitura anuncia a chegada da luz salvadora de Jahwéh, que transfigurará Jerusalém e que atrairá à cidade de Deus povos de todo o mundo.

No Evangelho, vemos a concretização dessa promessa: ao encontro de Jesus vêm os “magos” do oriente,

representantes de todos os povos da terra… Atentos aos sinais da chegada do Messias, procuram-n’O com esperança até O encontrar, reconhecem n’Ele a “salvação de Deus” e aceitam-n’O como “o Senhor”. A salvação rejeitada pelos habitantes de Jerusalém torna-se agora um dom que Deus oferece a todos os homens, sem exceção.

A segunda leitura apresenta o projeto salvador de Deus como uma realidade que vai atingir toda a humanidade, juntando judeus e pagãos numa mesma comunidade de irmãos – a comunidade de Jesus.

Dehonianos

 

MEDITAR

UM CORAÇÃO CLARO

Senhor, veste os nossos olhos com a Tua luz

e a nossa carne com a Tua vitalidade.

Reveste o passado da Tua misericórdia

e o presente da Tua paz.

Dá a eternidade

a tudo o que de mais belo levamos no coração.

Vieste, flor da luz no nosso deserto,

vieste e fizeste resplandecer a vida.

Agora ensina-nos olhares profundos

para além do véu das derrotas.

Dá-nos um coração claro que veja o céu aberto

e o mundo com os olhos de uma criança,

olhos de confiança e de descoberta

que nos salvem dos hábitos.

E também no coração daquelas provações

que pareciam sem saída,

e também daquilo que nos pareceu

um chorar inútil

até mesmo do sentimento de estar a caminhar

para lado nenhum,

sem ver nem o caminho, nem a meta,

até mesmo aí gera o teu futuro,

como uma semente que espera no escuro

o apelo da primavera.

Senhor, neste dia acende de luz

todos os nossos horizontes,

acende de generosidade as nossas mãos,

dá-nos uma vida de luz.

Ámen.

Ermes Ronchi, in As inquietantes perguntas do Evangelho

 

CONTO (634)

 

AS MORADAS DO CÉU

Aquele homem rico que morrera depois de grande refeição para festejar o contrato milionário que fizera, chegou à porta do céu e como é tradição veio S. Pedro atender. Perguntou-lhe quem era e o que tinha feito, como lhe tinha corrido a vida antes da morte. Muito contente o homem lá foi contando que não se dera mal com as coisas da vida e até tinha juntado uma fortuna.

S. Pedro ouviu calmamente e lá o foi conduzindo para o lugar que lhe estava reservado.

Passaram por lugares aprazíveis de gente muito feliz, com espaços bem cuidados onde se respirava um ar perfumado e se ouvia uma música verdadeiramente celestial.

À medida que foram avançando pareceu ao homem rico que o lugar era mais pobre, os espaços mal cuidados e uma sensação de coisas mal acabadas e de vez em quando odores mal cheirosos a lembrar os esgotos dos bairros onde o homem rico só tinha entrado para exigir os arrendamentos das barracas que alugara.

Mais à frente, um espaço verdadeiramente pobre, onde a gente tinha um ar infeliz. Via-se que ali faltava tudo e que as pessoas não se davam bem entre si. O homem começou a sentir um calafrio. Algumas moradias estavam em construção mas muito mal amanhadas. Entre elas havia uma que metia dó. Estava desabitada.

S. Pedro apontou para ela e disse ao homem rico:

- Aquela é a tua última morada.

- A minha? Assim tão miserável?

Retorquiu S. Pedro:

- É verdade! Nós aqui só construímos com o material que nos mandam lá de baixo.

 

 

 

 

 

A presença dos sonhos transforma os miseráveis em reis, e a ausência dos sonhos transforma milionários em mendigos. A presença de sonhos faz de idosos, jovens, e a ausência de sonhos faz dos jovens, idosos.

Os sonhos trazem saúde à emoção, equipam os frágeis para serem autores da sua história, renovam as forças do ansioso, animam os deprimidos, transformam os inseguros em seres humanos de raro valor. Os sonhos fazem os tímidos terem rompantes de ousadia e os derrotados serem construtores de oportunidades.

Augusto Cury

 


INFORMAÇÕES

 

ADORAÇÃO DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO

Biscoitos - terça-feira, 9 de janeiro, das 17 às 18 horas, seguindo-se a celebração da Eucaristia.

Manadas - quinta-feira, 11 de janeiro, das 16 às 17 horas, seguindo-se a celebração da Eucaristia.

Ribeira Seca - sexta-feira, 12 de janeiro, das 17 às 18 horas, seguindo-se a celebração da Eucaristia.

 

CELEBRAÇÃO NOSSA SENHORA DE FÁTIMA

No dia 13 de janeiro, sexta-feira, celebração em louvor de Nossa Senhora de Fátima, na Ribeira Seca, às 18 horas com, Eucaristia e Procissão no interior da Igreja.

 

RECEITAS

O peditório a favor da Liga Portuguesa Contra o Cancro, no Concelho da Calheta, teve a receita de 5.275, 83 €.

 

Cortejo de Oferendas da Ribeira Seca - 634,00€


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Pensamento da Semana

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 

Jesus veio ensinar-nos a conhecermo-nos tais como somos,
com a nossa vocação profunda para o amor,
com todos os nossos dons,
com toda a beleza que está em nós,
mas também com tudo o que está ferido,
com tudo o que é frágil,
com tudo o que é pobre.

Jean Vanier, in A Fonte das Lágrimas

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