Nº 792
O que tem de santa a Semana Santa?
Mais uma vez é Semana Santa. O que ela tem de santa? Nada de santa se a nossa vida não se aproximar da vida do Santo Filho de Deus, que morreu e ressuscitou possibilitando a todos saírem dos seus túmulos existenciais. Nada de santa se a nossa vida não melhorar. Para algumas pessoas ela será só uma semana como as outras do quotidiano, sem um significado especial, ou será uma semana com feriado prolongado. Mas, quem desejar, perceberá o significado desta semana e procurará viver a mística que dela emana. Nela celebra-se o maior ato de amor de Deus pela humanidade e por todo o mundo que Ele criou. A humanidade e a natureza a partir do facto central celebrado nesta semana ficou profundamente mergulhada no mistério da redenção. Segue-se uma história dos redimidos pelo amor grande de Deus. O que tem de santa a Semana Santa?
Esta semana merece ser vivida em clima de muita oração, contemplação, esforço de conversão e convivência fraterna. A oração, como disse Paulo VI, faz-nos respirar na graça. Através dela a leveza de Deus suaviza a vida dos peregrinos. Com esta grande Semana chega-se, para nós, o tempo de rezar contemplando a redenção.
Pelo esforço de conversão, o ser humano percebe que não está completo. Há um longo caminho a percorrer para todas as pessoas. Como disse Sartre «o ser humano é inacabado, é incompleto do seu nascimento até sua morte». Pelo esforço de conversão é possível corrigir as deformações pessoais e aquelas que na nossa fragilidade provocamos nos outros e na natureza. Vivendo desta forma pode dizer-se que está iniciado, desde já, o processo de convivência fraterna que culminará na eternidade. A vivência entre irmãos que se amam é repleta de ternura. Como é bom os irmãos viverem juntos, numa só fé, com muita esperança e cheios de amor! (Cf. Salmo 133).
Nesta semana maior a Igreja celebra o mistério central da nossa fé. Do Domingo de Ramos até Quinta-feira Santa, completamos o grande retiro quaresmal iniciado na Quarta-feira de Cinzas e vivido na perspetiva do crescimento cristão. Com a missa da Ceia do Senhor, na Quinta-feira à tarde, inicia-se o Tríduo pascal da morte e ressurreição do Senhor. O cume de todas as celebrações desta grande semana é a Vigília Pascal na noite do Sábado Santo. Esta Vigília desdobra-se na alegria do Domingo da Ressurreição e nos cinquenta dias do Tempo Pascal até ao Pentecostes sagrado. Este tempo pascal é considerado como que um único e grande domingo. O ritmo pascal envolve a todos na dança alegre das pessoas que têm um rosto iluminado pela fé na ressurreição.
Vamos viver cheios de esperanças esta semana especial da Igreja com o desejo de revigorar a vida cristã. Vamos entrar na Páscoa com semblantes de ressuscitados. «No Domingo de Páscoa tem-se a oportunidade para o ser humano deixar-se ser tocado pelo triunfo de vida sobre a morte. Cristo venceu a morte. Este é um bom dia para se semear uma flor»
Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura
DOMINGO DE RAMOS
A liturgia deste último domingo da Quaresma convida-nos a contemplar esse Deus que, por amor, desceu ao nosso encontro, partilhou a nossa humanidade, fez-Se servo dos homens, deixou-Se matar para que o egoísmo e o pecado fossem vencidos. A cruz (que a liturgia deste domingo coloca no horizonte próximo de Jesus) apresenta-nos a lição suprema, o último passo desse caminho de vida nova que, em Jesus, Deus nos propõe: a doação da vida por amor.
A primeira leitura apresenta-nos um profeta anónimo, chamado por Deus a testemunhar no meio das nações a Palavra da salvação. Apesar do sofrimento e da perseguição, o profeta confiou em Deus e concretizou, com teimosa fidelidade, os projetos de Deus. Os primeiros cristãos viram neste “servo” a figura de Jesus.
A segunda leitura apresenta-nos o exemplo de Cristo. Ele prescindiu do orgulho e da arrogância, para escolher a obediência ao Pai e o serviço aos homens, até ao dom da vida. É esse mesmo caminho de vida que a Palavra de Deus nos propõe.
O Evangelho convida-nos a contemplar a paixão e morte de Jesus: é o momento supremo de uma vida feita dom e serviço, a fim de libertar os homens de tudo aquilo que gera egoísmo e escravidão. Na cruz, revela-se o amor de Deus – esse amor que não guarda nada para si, mas que se faz dom total.
Dehonianos
MEDITAR
Entrada triunfal
Esta semana recordaremos a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém.
Ele bem sabia que toda aquela festividade não passava de mero folclore.
Ele bem sabia que provaria o pior veneno da humanidade. Iria sentir o verdadeiro peso da hipocrisia.
Aqueles que O proclamavam de Rei na Sua chegada seriam os mesmos que Lhe crucificariam.
Aqueles que O beijavam como prova de lealdade seriam os mesmos que Lhe cuspiriam como gesto de arrogância.
E nós? Quantas vezes não fazemos entradas triunfais para Jesus na nossa vida, para posteriormente O desprezarmos?
Quantas vezes nos esquecemos da Sua verdadeira entrega?
Quantas vezes não O entregamos por meia dúzia de moedas de prata?
Ali está representado o ser humano na sua verdadeira essência, onde incapaz de perceber o que se passa ao seu redor muda repentinamente de atitude, passando para atos extremamente bruscos.
Eles fizeram-no, porque não entenderam que o Seu reinado era outro.
Construiu um reino sem exército, nem de grandes armaduras.
Construiu um reino com a Sua palavra e simplicidade.
Construiu um reino com o Seu afeto, a Sua proximidade e o Seu amor.
Mas por ser tão diferente e por não perceberem a Sua grandiosidade não Lhe deram o reconhecimento de realeza.
Trocaram o ouro pelos espinhos.
Trocaram a contemplação pelas piadas sem graça.
Trocaram o bem servir pelas chicotadas.
Trocaram as boas maneiras pelas cuspidelas na Sua cara.
Ele era Rei, mas eles não o queriam ver... Ele era Rei, mas eles não percebiam.
Ele era, é e será sempre Rei.
Ele era, é e será sempre o único Rei que usou uma coroa de espinhos.
Que a Sua entrada nas nossas vidas seja bem diferente daquela que aconteceu em Jerusalém.
Que a Sua entrada nas nossas vidas seja marcada para sempre no nosso coração e que seja congruente em todos os nossos gestos.
Que a Sua entrada nas nossas vidas seja a verdadeira Páscoa (passagem) para um novo começo!
CONTO (648
CRISTO DISFARÇADO
Num mosteiro reinava o egoísmo e a mediocridade. Os monges não eram amigos, não se ajudavam, não sorriam uns aos outros. O abade, muito preocupado, interrogava-se acerca do motivo desta falta de vida santa.
Muitas vezes pensava no que deveria fazer para que os monges desse convento vivessem como irmãos muito amigos e fossem felizes.
Um dia, o abade teve uma ideia. Decidiu ir visitar um santo homem e expôs-lhe as suas preocupações. O santo homem respondeu-lhe:
- Diga aos seus frades que um deles é Cristo disfarçado e ninguém sabe quem é.
Ao regressar ao mosteiro, o abade contou isso mesmo aos monges. E todos começaram a interrogar-se: «Quem será o Cristo disfarçado? Será o porteiro? O cozinheiro? O abade?».
E, como não sabiam qual deles era Cristo disfarçado, começaram a tratar-se uns aos outros com respeito e amizade.
Aconteceu que o ambiente no mosteiro mudou completamente.
E por isso não me canso de referir que a Sua realeza rompia o que jamais tinham visto.
“Há quem, pelo dom de si mesmo, testemunhe que o ser humano não está condenado ao desespero. A sua perseverança permite-lhes olhar para o futuro com profunda confiança.”
Irmão Roger de Taizé, in “Não pressentes a felicidade?”, Paulinas, 2014
INFORMAÇÕES
ADORAÇÃO DO SANTÍSSIMO
Ribeira Seca - quinta-feira, 13 de abril, depois da Missa Vespertina da Ceia do Senhor. Manadas - quinta-feira, 13 de abril, depois da Missa Vespertina da Ceia do Senhor. CONFISSÕES Calheta - dia 11 de abril, às 19 horas. VISITA DO PÁROCO AOS DOENTES Ribeira Seca - segunda-feira, 10 de abril, a partir das 11 horas (Filomena). Norte Pequeno - terça - feira, 11 de abril, a partir das 10 horas. MISSA NO SANTUÁRIO DA CALDEIRA DE SANTO CRISTO No próximo domingo, 16 de abril, haverá a habitual missa no Santuário da Caldeira de Santo Cristo às 16 horas. PEDIDO DE AJUDA A Escola Básica e Secundária de Velas e um grupo de professores voluntário pretende associar-se à causa da irmã Dorinda, oriunda da paróquia de S. Miguel de Vila Boa (Sátão), distrito de Viseu. Esta irmã está no Sudão do Sul desde 1979 e na Missão de Kajo-Kaji- Lomin Parish há cinco anos. Confronta-se diariamente com as atrocidades inerentes à guerra e pretende ajudar o campo de refugiados que tinha espaço para 50.000 refugiados e já alberga 100.000 pessoas. Para que ela os possa ajudar precisamos da ajuda de todos! Pretendemos fazer uma Feira com produtos diversos doados por toda a comunidade. Quem quiser colaborar com bens ou dinheiro, pode entregar na Escola ao cuidado da professora Ana Almeida ou Margarida Soares. Cada produto será vendido a 1€ e a verba resultante desta venda será enviada diretamente para a Missão. A Feira decorrerá no dia 10 de maio na entrada da Escola!
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Agenda Pastoral
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Nº 1176Pensamento da Semana
PENSAMENTO DA SEMANA
Queria ter a posição dos claustros
A posição do monge antigo que os varre
A posição do moribundo que pergunta as horas
A posição das árvores quando as crianças sobem
A posição dos ramos quando os ninhos nascem
A posição de alguém que já não mora. Queria
Como se tivesse
A posição da casa e alguém me visitasse.
Daniel Faria
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