Nº 789

Pai

Escrevo para que outros filhos e outros pais não se esqueçam de que tudo passa, menos o amor. No coração de um pai ficam para sempre gravados todos os gestos de amor. No coração dos filhos também.

Nem todos temos a experiência de sermos pais, mas todos temos a experiência de sermos filhos. Mesmo aqueles que perderam os pais demasiado cedo ou nunca chegaram a conhecê-los, e até aqueles que foram abandonados ou mal-amados sabem a importância dum pai.

Um verdadeiro pai ajuda a crescer, educa, estrutura o carácter, ensina coisas banais e especiais, tem paciência para ouvir, enche de confiança, mostra mundos novos, consola na tristeza, alegra-se com as alegrias, leva pela mão, protege, sabe sempre como espantar os medos e convocar a coragem, conta histórias antigas, fala dos avós e de outros tempos, diz coisas que mais ninguém diz e faz coisas que mais ninguém faz. Um bom pai faz perguntas diretas, não evita as conversas difíceis, diz o que tem a dizer mesmo quando isso lhe custa e, tal como os bons mestres, espera que os filhos percebam mais à frente aquilo que nem sempre conseguem compreender ou aceitar de imediato.

Não ter pai ou não guardar a memória de um pai é um drama. Uma ferida que nunca sara e pode ficar aberta para sempre. Atravessar uma vida inteira sem a sua presença, ou perdê-lo demasiado cedo, é uma grande tristeza. Um pai faz uma falta terrível. Para tudo. Para dar colo, para ensinar a andar e até a nadar, mas também para orientar e dar exemplo. Para que os filhos possam aprender com ele a lidar com as conquistas, mas também a viver a dor e os sofrimentos 

Infelizmente nenhum pai dura para sempre. Nunca saberemos quando será o seu último dia, mas esse dia chega muitas vezes quando menos esperamos. Acordamos com pai e adormecemos órfãos. Assim mesmo. E no momento em que o perdemos, percebemos que não estávamos preparados. Por mais velho que seja, parece que nunca é suficientemente velho para partir. Egoisticamente apetece que fique connosco muito mais tempo, até para podermos ainda reparar alguma coisa que, porventura, precise de ser reparada ou feita de novo.

Uma das grandes marcas que ficam para a vida são as memórias das conversas e dos abraços de pai, seja quando os pais são de abraçar com naturalidade, seja quando nem sequer têm facilidade para o fazer. Se o abraço demora ou custa a chegar, sabe ainda melhor. Mas tão vital como receber abraços é (re)aprender a dá-los. Na idade adulta a vida torna-se tão acelerada e tão exigente, que demasiadas vezes esses abraços ficam por dar. E muitas palavras ficam por dizer, também. 

Acontece que os pais não são eternos. Não duram para sempre, embora nos custe acreditar nessa realidade. Porque os pais morrem e nunca saberemos o dia, nem a hora, importa ter muito presente esta verdade. Faz diferença viver com esta certeza, para não nos acontecer deixar alguma coisa por fazer ou por dizer.

iMissio (Adaptado)

 

III DOMINGO DA QUARESMA

A Palavra de Deus que hoje nos é proposta afirma, essencialmente, que o nosso Deus está sempre presente ao longo da nossa caminhada pela história e que só Ele nos oferece um horizonte de vida eterna, de realização plena, de felicidade perfeita.

A primeira leitura mostra como Jahwéh acompanhou a caminhada dos hebreus pelo deserto do Sinai e como, nos momentos de crise, respondeu às necessidades do seu Povo. O quadro revela a pedagogia de Deus e dá-nos a chave para entender a lógica de Deus, manifestada em cada passo da história da salvação.

 

A segunda leitura repete, noutros termos, o ensinamento da primeira: Deus acompanha o seu Povo em marcha pela história; e, apesar do pecado e da infidelidade, insiste em oferecer ao seu Povo – de forma gratuita e incondicional – a salvação.

O Evangelho também não se afasta desta temática… Garante-nos que, através de Jesus, Deus oferece ao homem a felicidade (não a felicidade ilusória, parcial e falível, mas a vida eterna). Quem acolhe o dom de Deus e aceita Jesus como “o salvador do mundo” torna-se um Homem Novo, que vive do Espírito e que caminha ao encontro da vida plena e definitiva.

Dehonianos

 

 

CONTO (646)

 

O PAI NÃO DESISTE DO FILHO

Era uma vez um homem muito rico, que possuía muitos bens: uma grande fazenda, muito gado e vários empregados ao seu serviço.

Tinha um único filho, que não gostava de trabalhar nem de compromissos. Só queria festas com os amigos e ser bajulado por eles. O pai e a mãe advertiam-no mas ele não prestava o mínimo de atenção aos seus conselhos.

Um dia, o pai, já viúvo e idoso, disse aos empregados para construírem um celeiro, mandou erguer um pilar de madeira e fazer uma forca. Ao lado, mandou pôr um letreiro: «para nunca mais desprezares as palavras do teu pai.» Concluída a obra, chamou o filho, levou-o ao seu celeiro e disse-lhe:

- Meu filho, eu estou velho e, quando eu partir, tomarás conta de tudo. Eu sei qual será o teu futuro: deixarás a fazenda nas mãos dos empregados e vais gastar todo o dinheiro com os amigos. Quando não tiveres mais dinheiro, eles vão abandonar-te. Então, vendo-te sem nada, vais arrepender-te amargamente de não me teres dado ouvidos. Virás aqui, e farás o que deves fazer.

O jovem riu-se. Achou aquilo tudo um absurdo.

O tempo passou. O pai morreu. E o filho fez tudo o que o pai previu.  Desprezado e aflito, começou a refletir sobre a sua vida. Concluiu que tinha sido um tolo, lembrou-se do pai e começou a chorar. Ao avistar ao longe o celeiro, dirigiu-se até lá, viu a forca e o letreiro.

- Nunca segui as palavras do meu pai. Não o alegrei enquanto estava vivo, mas agora vou fazer a vontade dele… Ah, se tivesse uma nova oportunidade…

Então… agarrou o letreiro e, para sua surpresa, tinha joias e um bilhete que dizia: «Esta é a tua nova e última oportunidade. Amo-te muito».

in Revista Audácia, março de 2017

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

MEDITAR

Olhos e mãos de Pais

Pai...
Pai, olho para as tuas mãos,
Elas são importantes na construção de teus filhos;
Que elas saibam ser firmes no orientar,
Serenas no amparar;
Que elas não fujam ao dever de punir,
E não se aviltem por agredir...

 

Tuas mãos, pai,
Devem ser o exemplo do teu trabalho
E que não se abram apenas materialmente,
Que isso é um modo de fechar a consciência,
Mas que, ao abri-las estejas a abrir muito mais
O teu coração e a tua compreensão…

 

Teus olhos, pai, que responsabilidade eles têm,
Que eles vejam as qualidades de teus filhos,
Por pequenas que sejam, para que as faças crescer,
Mas que não deixem de ver os defeitos e as falhas,
Porque pode ser teu o dever de corrigi-las…

 

Não te consideres, pai, sem defeitos,
Mas que isso não te desobrigue
Da perfeição de ensinares o que sabes ser certo,
Ainda que tu mesmo tenhas dificuldade em segui-lo,
Mais importante do que conseguí-lo,
Sem dúvida será lutar por ele.

 

Pai, o que se quer de ti,
É que pai sejas,

Pai, estás presente no sangue,
Na herança biológica,
Na cor, no nome, na língua,
Tudo isso, porém, desaparecerá
Senão te fizeres presente no coração.

Autor desconhecido

 

No receber por amor,
No renunciar por amor,
No amor total dos filhos que,
sem teu amor,
perderão o significado da própria vida.

«Ando à procura de Deus», respondeu a criança quando o pai lhe perguntou porque corria ela para a Igreja.

 

 - Mas Deus não está em todo o lado? - insiste o pai.

- Sim, Deus está em todo o lado.

- E não é sempre o mesmo onde quer que esteja?

- É, responde a criança, Deus é sempre o mesmo. Eu é que não sou o mesmo em todos os sítios…

 

Henrique Manuel, em Mas Há Sinais...

 

 

 

 

 

 

 


INFORMAÇÕES

ADORAÇÃO DO SANTÍSSIMO

Ribeira Seca - quinta-feira, 23 de março, das 17 às 18 horas, seguindo-se a celebração da eucaristia.

 

 

Manadas - sexta-feira, 24 de março, das 17 às 18 horas, seguindo-se a celebração da eucaristia.

 

 

FESTAS DA CATEQUESE

Domingo dia 26 de março:

Biscoitos - Festa do Pai-Nosso (1º e 2º ano); Festa da Palavra (4º ano) e do Credo (5º Ano)

 

 

 

 

Ribeira Seca - Festa da Palavra (4º ano) e do Credo (5º ano)

 

 

MUSEU FRANCISCO LACERDA

O Museu informa que está uma exposição aberta ao público da ilha com o tema: “A Máquina do Tempo”, até ao dia 30 de abril.

 

 


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Agenda Pastoral

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Nº 1173

Pensamento da Semana

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 SEJA FEITA A TUA BONDADE!

"Jesus não ensinou o Pai Nosso aos discípulos como uma fórmula para estes repetirem de cor e de modo completo." (Calmeiro Matias)

Jesus não definiu a entoação certa ou o sotaque mais apropriado.

Cada um tem um dialeto feito de silêncios, de palavras, de cumplicidades.

Um dia, em Vila Nova de Gaia, o meu primo recebeu-me com um "bons olhos te beijam!" A resposta ao meu "Ãh?" não tardou: "És surda? Bons olhos te beijam!"

Soou-me a poesia. O sotaque tornou tudo mais bonito.

À semelhança do meu primo e do meu Pai, "aboli os vês" e digo:

Seja feita a tua bondade! A tua bondade, Pai! A tua bondade, Pai!

Quando Jesus partilhou com os discípulos o modo como conversava com o seu Pai, demorou-se a mostrar-lhes a confiança na bondade de Deus. Lucas fez chegar até nós a história do amigo que aparece fora d'horas e termina perguntando se um Pai poderá recusar o maior bem - a convivência e a intimidade do Espírito - aos seus filhos. (Lucas 11, 1-13)

"Este assunto da bondade de Deus é uma questão de sensatez. Ser sensato. Como pode existir Deus, se não for bom?" (José António Pagola)

 

Eneida Costa

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