Nº 788
Quem anunciamos?
«É preciso saber quem anunciamos.»
Bento Oliveira - Coordenador do iMissio Em tempo de quaresma é essencial sabermos, efetivamente, quem anunciamos. É preciso termos conhecimento deste Jesus Cristo que nos fala, que nos ouve e que nos interpela. Este conhecimento só surgirá se nos deixarmos envolver, se deixarmos que exista uma relação com Aquele que nos convida sem cessar. O jejum, a esmola e a oração, a que somos convidados, têm de servir para que este encontro com o Messias seja verdadeiro e não meramente simbólico. Somos convidados, através do jejum, a deixarmos aquilo que nos afasta da simplicidade e do caminho da felicidade plena. Somos convidados, através da esmola, a partilharmos o pouco que temos com aqueles que necessitam da nossa palavra, do nosso alimento, do nosso olhar e do nosso acolhimento. Somos convidados, através da oração, a darmos testemunho da beleza do amor que acontece na vida de todos aqueles que se deixam entregar ao Príncipe da Paz. Para o conseguirmos anunciar temos de experienciar o seu modo de viver, o seu modo de estar e de falar com os outros. Para o conseguirmos anunciar temos de perceber que a diferença não é problema, mas sim verdadeira riqueza da vida que acontece em cada um de nós. Para o conseguirmos anunciar temos de ter marcada as suas passagens bíblicas em cada gesto que façamos. Não vale a pena anunciá-Lo se O rejeitarmos no nosso quotidiano. Não vale a pena anunciá-Lo se não pedirmos que aumente a nossa fé. Não vale a pena anunciá-Lo se não tivermos cicatrizado o Seu nome no nosso coração. Se queremos saber quem anunciamos temos, primeiramente, que conhecê-Lo. Se queremos saber quem anunciamos, temos que buscá-Lo. Se queremos saber quem anunciamos, temos que O manter nas nossas vidas. II DOMINGO DA QUARESMA No segundo Domingo da Quaresma, a Palavra de Deus define o caminho que o verdadeiro discípulo deve seguir: é o caminho da escuta atenta de Deus e dos seus projetos, da obediência total e radical aos planos do Pai. O Evangelho relata a transfiguração de Jesus. Recorrendo a elementos simbólicos do Antigo Testamento, o autor apresenta-nos uma catequese sobre Jesus, o Filho amado de Deus, que vai concretizar o seu projeto libertador em favor dos homens através do dom da vida. Aos discípulos, desanimados e assustados, Jesus diz: o caminho do dom da vida não conduz ao fracasso, mas à vida plena e definitiva. Segui-o, vós também. Na primeira leitura apresenta-se a figura de Abraão. Abraão é o homem de fé, que vive numa constante escuta de Deus, que sabe ler os seus sinais, que aceita os apelos de Deus e que lhes responde com a obediência total e com a entrega confiada. Nesta perspetiva, ele é o modelo do crente que percebe o projeto de Deus e o segue de todo o coração. Na segunda leitura, há um apelo aos seguidores de Jesus, no sentido de que sejam, de forma verdadeira, empenhada e coerente, as testemunhas do projeto de Deus no mundo. Nada – muito menos o medo, o comodismo e a instalação – pode distrair o discípulo dessa responsabilidade. Dehonianos O caminho sinuoso Senhor, Na minha pequenez, venho agradecer O caminho sinuoso que, por vezes, Me levas a percorrer. Nele tenho aprendido Que nada nesta vida é garantido E que o hoje é um dom, Mesmo quando é sofrido. Que estranho paradoxo encontrar Nas tempestades da alma, O doce sabor da serenidade E a brisa suave da Tua paz, Bonança de quem, enfim, compreende A beleza daquela cruz, Que transformou as nossas dores em luz, E das chagas da Tua paixão, Que nos trouxeram a glória da Tua ressurreição, Com uma promessa de salvação. Que enorme contradição descobrir, Na pobreza humilhante, riqueza E força, na incapacitante fraqueza, Pois, assim desamparada, Experimento a graça de ser consolada E o júbilo de ser amada, Mesmo quando não tenho nada Para oferecer. Que absurdo desvelar nesse nada A possibilidade de um tudo, No fim, um princípio e nas trevas, luz. Tecida de antíteses é a nossa história, De curvas e contracurvas, De danças e contradanças. Percebo então, com alegria, que, No silêncio ensurdecedor De uma vida mal vivida, Ouvi encorajar-me a Tua voz, Sob o peso esmagador das minhas dores, Senti a leveza das Tuas carícias, No fel da minha angústia, Saboreei o mel da Tua ternura E, no abismo do meu desespero, Senti o alento da Tua esperança. Por isso, Senhor, Na minha pequenez, venho agradecer O caminho sinuoso que, por vezes, Me levas a percorrer, Pois nele encontro um sentido renovado para o meu ser, E mais oportunidades para crescer Na fé, na esperança e na caridade, Na comunhão e na fraternidade, Pintando com a Tua paleta o meu viver! Raquel Dias CONTO (645) O Menino Pobre Era uma vez, há muitos anos, um menino muito pobre que frequentava a igreja, levando sempre uma roupa muito remendada e uns sapatos gastos. Certo dia, um homem sem fé, que o via passar todos os domingos diante da sua casa, quis brincar com ele. Quando regressava da igreja, perguntou-lhe: - Olha lá, menino, tu acreditas mesmo em Deus? A criança respondeu: - Sim, acredito que Deus existe e que nos ama muito. - E achas que Ele é mesmo teu amigo, que gosta muito de ti? - Sim. É o meu maior amigo. - Então, se Ele é teu grande amigo, porque é que não te dá uma roupa melhor e não te ajuda a comprar uns sapatos novos? O menino, com um olhar de tristeza, olhou bem para esse homem ateu e disse-lhe: - Certamente que Deus encarregou alguém neste mundo de fazer isso para mim. Mas esse alguém ainda não me viu ou não me quis ver. Tutti Fruti, Pedrosa Ferreira MEDITAR
Estas palavras foram proferidas já há algum tempo, mas só esta semana é que fizeram algum eco no meu pensamento.
Senhor, ajuda-nos a fazer jejum das palavras.
Das palavras desnecessárias, ruidosas, poluídas.
Das palavras dúplices e opulentas, das palavras que atropelam,
das palavras injustas, das palavras que divergem e atraiçoam, das palavras que separam.
Ajuda-nos a jejuar das palavras que Te escondem,
das palavras onde o amor não emerge, das palavras confusas, ressentidas, atiradas como pedras, das palavras que muralham a comunicação, das palavras que nada mais permitem senão palavras.
José Tolentino Mendonça, in Um Deus Que Dança
INFORMAÇÕES
ADORAÇÃO DO SANTÍSSIMO
Ribeira Seca - quinta-feira, 16 de março, das 17 às 18 horas, seguindo-se a celebração da eucaristia. Manadas - sexta-feira, 17 de março, das 17 às 18 horas, seguindo-se a celebração da eucaristia. CELEBRAÇÃO NOSSA SENHORA DE FÁTIMA No dia 13 de março (segunda-feira), celebração em louvor de Nossa Senhora de Fátima, na Ribeira Seca, às 18 horas com recitação do terço, eucaristia e procissão no interior da Igreja. CELEBRAÇÃO DO DIA DO PAI Domingo, dia 19, nas comunidades de Manadas, Biscoitos e Ribeira Seca RECEITA Culto - Portal 230,00€ PROCISSÃO DE PASSOS - URZELINA A procissão da mudança da imagem do Senhor dos Passos, realizar-se-á no dia 18 de março às 20h. A procissão do Encontro, será no dia 19 de março às 15horas. MISSA NO SANTUÁRIO DA CALDEIRA DE SANTO CRISTO No próximo domingo, 19 de março, haverá a habitual missa no Santuário da Caldeira de Santo Cristo às 15 horas. Convocatória O Presidente da Assembleia Geral da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários da Calheta - São Jorge convoca todos os sócios para a reunião da Assembleia Geral que realizar-se-á no dia 30 de Março do corrente ano, pelas 19h com a seguinte ordem de trabalho: - Apreciação, discussão e votação do relatório de contas respeitante ao exercício findo a trinta e um de Dezembro de dois mil e dezasseis . - Outros assuntos de interesse para a Associação.
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Nº 1170Pensamento da Semana
PENSAMENTO DA SEMANA
“ENSINAR É AMAR”
"Ser professor é dar-se (...) Tens muito que fazer? – Não; tenho muito que amar. Não entendo ser professor de outra maneira. (...)
Para ser professor, também é preciso ter as mãos purificadas. A toda a hora temos de tocar em flores. A toda a hora a Poesia nos visita. O aluno acredita em nós e não deve acreditar em vão. Impõe-se-nos que mereçamos, com a nossa, a pureza dos nossos alunos; que a nossa alimente a deles, a mantenha. (...)
Sejamos a lição em pessoa – que é isso mais importante e mais eficaz que sermos o papel onde a lição está escrita; e possamos dizer sem constrangimento: Deixai-as vir a mim, as criancinhas…”
Sebastião da Gama, in Diário
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