Nº 787
Cruz: O que sabem eles?
«Queres saber qual o teu valor?
Olha para a cruz: tu vales um Deus crucificado!»
Santo Agostinho
Vemos muitas pessoas que usam um crucifixo ao peito, mas terão consciência do seu verdadeiro “peso”?
Saberão quanto sofrimento coube numa cruz?
Saberão que a humanidade nunca mais foi a mesma depois de tamanho sacrífico?
Saberão que na cruz surge toda a vida?
Saberão que na cruz se reflete o maior de todos os amores?
Saberão que foi na cruz que tudo ficou consumado?
Saberão que na cruz se transcendeu toda e qualquer lógica deste Deus de amor?
Saberão que o Messias teve de a carregar às costas?
Saberão que na cruz surge a esperança de uma vida eterna?
Saberão que a cruz simboliza a maior de todas as alianças?
Saberão que não é uma mera peça de bijuteria, mas símbolo de uma entrega total?
Saberão que na cruz formou-se a maior de todas as teologias?
Saberão que a cruz é o único caminho da vida?
Saberão a responsabilidade de dar testemunho de tal entrega?
Saberão quantas questões foram feitas perante a cruz do Senhor?
Saberão quantas lágrimas foram derramadas?
Saberão que foi na cruz que o Filho de Deus sofreu a maior de todas as provocações?
Saberão que na cruz surgiu o medo e a dúvida de não existir um novo amanhã?
Saberão quantas vidas se entregaram para dar testemunho da árvore da vida?
Saberão quantas vidas se salvaram por experimentarem a paixão da cruz?
Saberão que na cruz morreu o maior de todos os inocentes?
Saberão que na cruz se revelou toda a Sua verdade?
Neste tempo de quaresma temos a obrigação de nos prepararmos devidamente para olharmos para o maior ato de amor.
É tempo de silêncio, mas não podemos, nem devemos adormecer.
É agora, mais do que nunca, que devemos perceber a importância que a cruz tem nas nossas vidas.
Não nos deixemos cair na ignorância, nem tenhamos medo do conflito interior que isso nos poderá causar.
Tenhamos a audácia de sentir o verdadeiro significado da cruz.
Tenhamos a oportunidade, de cada vez que usarmos o crucifixo ao peito, de sentirmos o quanto somos amados por este Pai.
Não a usemos por vaidade ou por modas, usemo-la como reconhecimento da nossa fragilidade e da nossa confiança num Deus que morreu na cruz.
Emanuel António Dias
I DOMINGO DA QUARESMA
No início da nossa caminhada quaresmal, a Palavra de Deus convida-nos à “conversão” – isto é, a recolocar Deus no centro da nossa existência, a aceitar a comunhão com Ele, a escutar as suas propostas, a concretizar no mundo – com fidelidade – os seus projetos.
A primeira leitura afirma que Deus criou o homem para a felicidade e para a vida plena. Quando escutamos as propostas de Deus, conhecemos a vida e a felicidade; mas, sempre que prescindimos de Deus e nos fechamos em nós próprios, inventamos esquemas de egoísmo, de orgulho e de prepotência e construímos caminhos de sofrimento e de morte.
A segunda leitura propõe-nos dois exemplos: Adão e Jesus. Adão representa o homem que escolhe ignorar as propostas de Deus e decidir, por si só, os caminhos da salvação e da vida plena; Jesus é o homem que escolhe viver na obediência às propostas de Deus e que vive na obediência aos projetos do Pai. O esquema de Adão gera egoísmo, sofrimento e morte; o esquema de Jesus gera vida plena e definitiva.
O Evangelho apresenta, de forma mais clara, o exemplo de Jesus. Ele recusou – de forma absoluta – uma vida vivida à margem de Deus e dos seus projetos. A Palavra de Deus garante que, na perspetiva cristã, uma vida que ignora os projetos do Pai e aposta em esquemas de realização pessoal é uma vida perdida e sem sentido; e que toda a tentação de ignorar Deus e as suas propostas é uma tentação diabólica e que o cristão deve, firmemente, rejeitar.
Dehonianos
MEDITAR
A culpa é a dor que não fomos
A culpa pisa e repisa. Calca e esmaga. Chicoteia, quase sem fim. Nunca mata, apenas quer prolongar o sofrimento.
A liberdade condena-nos à responsabilidade. Ser livre é decidir, mas é, ainda mais, ter de aprender a viver com todas as consequências das nossas escolhas. Boas e más. A culpa aparece quando nos damos conta de termos sido autores de um mal.
Contudo, muitas vezes somos irresponsáveis… não só não assumimos as nossas faltas como as atribuímos a outros… alguns dos quais as aceitam sem compreender que carregam peso que não é seu.
A falta nunca está no que sentimos, mas no que aceitamos sentir. A culpa também.
O pior da culpa é o espaço e o tempo que abre ao medo. O culpado que tem disso consciência já está a cumprir parte da sua pena, um temor constante que o paralisa, impedindo-o das alegrias mais simples.
A culpa redime-se, não pelo pesar nem pelo remorso, mas pelo arrependimento. Compromisso pelo qual o futuro se altera a fim de lançar um verdadeiro perdão sobre o passado. Quem se perde a justificar-se apenas mascara a sua culpa, dando ao mal ainda mais força e poder.
O arrependimento só tem sentido e valor se, de facto, as decisões futuras obedecerem à nobre vontade de nos aperfeiçoarmos e, recorrendo a todos os meios necessários, não voltarmos a cometer o mesmo crime contra nós mesmos.
A vontade de expiar a culpa é o princípio do seu fim.
A culpa de tanta infelicidade não costuma ser dos outros, mas de nós mesmos.
Nascemos para ser felizes, não para ser escravos do passado, nem do medo ou da culpa.
José Luís Nunes Martins
CONTO (644)
A UNIÃO FAZ A FORÇA
Quatro bois que estavam sempre juntos, juraram eterna amizade. Por isso, quando o lobo os atacava, defendiam-se uns aos outros de tal forma que jamais eram vencidos e nenhum perecia.
O lobo, ao ver que eles viviam tão unidos, encontrou um estratagema para os enfrentar. Foi ter com cada um deles, em separado, e disse-lhes secretamente:
- Os outros três já não gostam de ti.
O boi perguntou:
- O que dizes é mesmo verdade?
O lobo disse:
- Sim. Os outros três detestam-te. Estão apenas a fingir que são teus amigos.
Os bois acreditaram que eram mesmo detestados pelos companheiros. Por isso, eles que habitualmente andavam juntos, passaram a andar cada um para seu lado.
Desconfiavam uns dos outros. Deixaram de se ver como amigos unidos.
O lobo, quando verificou que andavam cada qual para seu canto, aproveitou para os ir matando, um após outro.
O último boi, antes de morrer, exclamou com pesar:
- A culpa da nossa morte é toda nossa, pois demos crédito às intrigas do lobo. Não permanecemos unidos.
in, Bom dia, alegria de Pedrosa Ferreira
Só os amigos conservam no olhar o nosso nome.
Só eles nos devolvem o movimento
das mãos para que os gestos nos comovam.
Só com eles partilhamos a casa e o silêncio.
Sem urgência.
Graça Pires, in Caderno de significados
INFORMAÇÕES
ADORAÇÃO DO SANTÍSSIMO
Biscoitos - terça-feira, 7 de março das 17 às 18 horas., seguindo-se a celebração da Eucaristia. Ribeira Seca - quinta-feira, 9 de março, das 17 às 18 horas, seguindo-se a celebração da Eucaristia. Manadas - sexta-feira, 10 de março, das 17 às 18 horas, seguindo-se a celebração da Eucaristia. PROCISSÃO DE PASSOS NAS VELAS No dia 11 de março, haverá missa, na Igreja Matriz de São Jorge, às 20 horas, seguida de mudança da Imagem do Senhor dos Passos para a Igreja de Nossa Senhora da Conceição. No dia 12 de março, Procissão de Passos com o percurso habitual às 15 horas. FESTAS DA CATEQUESE MANADAS - domingo, 12 de março, Festa do Pai-Nosso (1º e 2º anos); Festa da Palavra (4º ano) e Festa do Credo (5º ano). RIBEIRA SECA - domingo, 12 de março, Festa do Pai-Nosso (1º e 2º anos). RECEITAS Ribeira Seca - Culto 3.540,00€. Portal - Cortejo do Menino Jesus 700,00€. CLÍNICA DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DA CALHETA A Direção da Associação de Bombeiros Voluntários da Calheta informa que estará na Clínica da Instituição a Dr.ª Maria Graça Almeida, Ginecologista e Obstetra, no dia 14 de março. Os interessados podem fazer as suas marcações para os números 295 460 110/ 295460111.
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Agenda Pastoral
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Nº 1176Pensamento da Semana
PENSAMENTO DA SEMANA
Queria ter a posição dos claustros
A posição do monge antigo que os varre
A posição do moribundo que pergunta as horas
A posição das árvores quando as crianças sobem
A posição dos ramos quando os ninhos nascem
A posição de alguém que já não mora. Queria
Como se tivesse
A posição da casa e alguém me visitasse.
Daniel Faria
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