Nº 784

Quantas palavras cabem no que não se diz?!

 

No silêncio cabe tudo. Cabem muros, cabem pobres. Cabem palavras amordaçadas que só se soltam se se souber ler o que está por detrás dos olhos.
No silêncio cabe a fé. Que tem muitos nomes e muitas caras e que, por isso mesmo, é tão bonita.
No silêncio cabe o que não se pode chorar nem rezar em voz alta. Quem se arriscar a fazê-lo, não volta a ver a luz da liberdade.
No silêncio cabe a cruz que vai de mão em mão, sem nunca poder ser vista ou adivinhada. 
No silêncio cabe o grito de quem não pode dizer tudo o que lhe arrasa o coração.
No silêncio cabe a luta de quem não desiste. 
Cabe o que nos conforta quando não há palavras nem gestos capazes de nos alcançar os vazios.
Cabe o mundo inteiro e tudo o que sonhámos, um dia, fazer com ele. 
Não somos, mesmo assim, pessoas de silêncio. Somos barulho de quem se quer fazer ouvir. De quem se quer fazer ver. Somos gente de voz alta e quase rouca que precisa das palavras para ser feliz e para falar da Fé. Seja ela qual for. 
Mas, se somos feitos de barulho... 
Como é que se acredita num Deus que está calado?! Como é que se vive para uma Cruz que há-de queimar-nos a pele até à última réstia de vida?
Como é que se confia a vida a um Céu que está mudo e não devolve resposta alguma?!
Acredita-se como se acredita que o vento que passa é o vento que passa. 
Confia-se como se confia que o Céu há de salpicar a noite de estrelas.
Acredita-se como se acredita que as estrelas que brilham são as estrelas que brilham.
Confia-se como se confia nas nuvens que prometem chuva de gotas gordas.

 A Fé é uma certeza que aquece dos pés ao coração. Feita de silêncios e, na maioria das vezes, de muito barulho. De muitos incómodos. E ainda bem. Quem não se incomoda com o que acontece, não muda nem cresce. Quem não se inquieta, não pergunta e vive para colher as respostas alheias. Eu sei o nome da minha Fé. Que é minha e rima com o menino Jesus do presépio. A minha fé anda descalça e deixa-se ferir muitas vezes. Para depois se cicatrizar e se melhorar. A tua fé pode não ser uma fé de Deus ou do menino do presépio. Mas, se é a tua, cabe-me a mim e à minha fé, respeitar-te. Não precisamos de acreditar todos no mesmo Céu. Mas precisamos de acreditar que cada um pode acreditar (sempre) no que quiser.

Marta Arrais

 

VI DOMINGO DO TEMPO COMUM

A liturgia de hoje garante-nos que Deus tem um projeto de salvação para que o homem possa chegar à vida plena e propõe-nos uma reflexão sobre a atitude que devemos assumir diante desse projeto.

Na segunda leitura, Paulo apresenta o projeto salvador de Deus (aquilo que ele chama “sabedoria de Deus” ou “o mistério”). É um projeto que Deus preparou desde sempre “para aqueles que o amam”, que esteve oculto aos olhos dos homens, mas que Jesus Cristo revelou com a sua pessoa, as suas palavras, os seus gestos e, sobretudo, com a sua morte na cruz (pois aí, no dom total da vida, revelou-se aos homens a medida do amor de Deus e mostrou-se ao homem o caminho que leva à realização plena).

A primeira leitura recorda, no entanto, que o homem é livre de escolher entre a proposta de Deus (que conduz à vida e à felicidade) e a autossuficiência do próprio homem (que conduz, quase sempre, à morte e à desgraça). Para ajudar o homem que escolhe a vida, Deus propõe “mandamentos”: são os “sinais” com que Deus delimita o caminho que conduz à salvação.

O Evangelho completa a reflexão, propondo a atitude de base com que o homem deve abordar esse caminho balizado pelos “mandamentos”: não se trata apenas de cumprir regras externas, no respeito estrito pela letra da lei; mas trata-se de assumir uma verdadeira atitude interior de adesão a Deus e às suas propostas, que tenha, depois, correspondência em todos os passos da vida.

Dehonianos

 

MEDITAR

 

SALMO

 

Deus da Vida, da minha Vida também,

meu Senhor e meu Dono, meu Amor…

Deus que me abraças e envolves

com o Corpo feito de Vento da Ruah,

Espírito Santo de tantos Nomes,

Corpo feito de Água, Corpo feito de Fogo, Corpo feito de Ternura,

Corpo feito de tudo o que possa envolver cada recanto meu

e tomar a forma do meu corpo

para me animar da Vitalidade do Seu…

 

Deus que não me deixas.

Nunca acabarei de perceber o Teu cuidado,

o Teu Amor, a Tua Graça.

 

És grande: confundes-me!

És bom: surpreendes-me.

És Deus: salvas-me.

 

Meu Senhor e meu Dono,

Pai do Messias galileu que Te chamava “Abba

e me chamou “amigo” e “irmão",

de dentro da Tua Ruah,

Esta que me enviaste agora como Anjo da Consolação,

não Te peço senão isto: ajuda-me a ser parecido com Jesus."

 

http://livrosporcorreio.blogspot.pt

 

CONTO (641)

 

O DEMÓNIO E O CAMPONÊS

Um dia, o Demónio deu a volta ao mundo para ver como as pessoas rezavam. A sua viagem foi muito breve, pois havia muita pouca gente que rezava. E ficou muito satisfeito porque essas orações pareciam insípidas cantilenas que até faziam bocejar o Pai Eterno.

Estava decidido a regressar a casa quando encontrou um camponês que, irritado, gesticulava. Parou a ver e a escutar. Verificou que esse homem estava a discutir violentamente  com Deus. Repreendia-O sem papas na língua. Chamando-lhe os piores nomes.

O Demónio já esfregava as mãos de contente. Mas nesse preciso momento, passou por ali um padre que lhe disse:

- Bom-dia! Que modos são esses de falares com Deus? Não sabes que insultar a Deus é um pecado muito grave?

O homem respondeu:

- Senhor padre, se eu discuto com Deus é porque acredito n’Ele. Se lhe grito é porque sei que Ele me escuta.

O padre, muito irritado, disse-lhe:

- Estás a delirar.

Mas o Demónio, que sabia mais teologia que o padre, ficou muito alarmado por ter encontrado finalmente um homem que sabia rezar.

 In ALEGRE MANHÃ  de Pedrosa Ferreira

 

Não é sinal de fraqueza precisar de um abraço, não é sinal de fraqueza precisar de colo, não é sinal de fraqueza precisar de descansar do mundo, não é sinal de fraqueza ficar triste com a vida.

 

Sinal de fraqueza é fingir ser o que não somos, sinal de fraqueza é dizer o que não sentimos, sinal de fraqueza é permanecer onde nos falta o ar, é ficar quando queremos ir, é calar quando só queremos falar, é sorrir quando queremos chorar.

As nove no meu blogue

 


INFORMAÇÕES

 

CELEBRAÇÃO NOSSA SENHORA DE FÁTIMA

No dia 13 de janeiro (segunda-feira), celebração em louvor de Nossa Senhora de Fátima, na Ribeira Seca, às 18 horas com recitação do terço, eucaristia e procissão no interior da Igreja.

 

ADORAÇÃO DO SANTÍSSIMO

Ribeira Seca - quinta-feira, 16 de fevereiro, das 17 às 18 horas, seguindo-se a celebração da Eucaristia.

Manadas - sexta-feira, 17 de fevereiro, das 17 às 18 horas, seguindo-se a celebração da Eucaristia.

 

MISSA NO SANTUÁRIO DA CALDEIRA DE SANTO CRISTO

No próximo domingo, 19 de fevereiro, haverá a habitual missa no Santuário da Caldeira de Santo Cristo às 15 horas.

 

CARTAZ OFICIAL DA VISITA DO PAPA A FÁTIMA

O reitor do Santuário de Fátima apresentou hoje em conferência de imprensa a identidade visual para a visita do Papa à Cova da Iria, nos dias 12 e 13 de maio, elaborada pelo designer Francisco Providência. O cartaz para a visita tem uma imagem do Papa em fundo, onde se desenha um coração com a inscrição 'Papa Francisco' e 'Fátima 2017', a "assinatura motivacional" 'Com Maria peregrino na esperança e na paz' e o logótipo do centenário das Aparições de Fátima.


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Nº 1173

Pensamento da Semana

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 SEJA FEITA A TUA BONDADE!

"Jesus não ensinou o Pai Nosso aos discípulos como uma fórmula para estes repetirem de cor e de modo completo." (Calmeiro Matias)

Jesus não definiu a entoação certa ou o sotaque mais apropriado.

Cada um tem um dialeto feito de silêncios, de palavras, de cumplicidades.

Um dia, em Vila Nova de Gaia, o meu primo recebeu-me com um "bons olhos te beijam!" A resposta ao meu "Ãh?" não tardou: "És surda? Bons olhos te beijam!"

Soou-me a poesia. O sotaque tornou tudo mais bonito.

À semelhança do meu primo e do meu Pai, "aboli os vês" e digo:

Seja feita a tua bondade! A tua bondade, Pai! A tua bondade, Pai!

Quando Jesus partilhou com os discípulos o modo como conversava com o seu Pai, demorou-se a mostrar-lhes a confiança na bondade de Deus. Lucas fez chegar até nós a história do amigo que aparece fora d'horas e termina perguntando se um Pai poderá recusar o maior bem - a convivência e a intimidade do Espírito - aos seus filhos. (Lucas 11, 1-13)

"Este assunto da bondade de Deus é uma questão de sensatez. Ser sensato. Como pode existir Deus, se não for bom?" (José António Pagola)

 

Eneida Costa

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