Nº 748

 

O nosso tempo
Passos apressados; suspiros extenuantes; sucessivos olhares para o relógio; intermináveis agitações de pernas.
Nenhum sorriso; escassas palavras; pouquíssimos olhares.
Este é mais um dia apressado que, ainda mesmo sem ter começado, já se aproxima de chegar ao fim.
Todos se deslocam apressadamente, cada um tomando consciência apenas de si mesmo. Cruzam-se milhares de pessoas mas talvez não se cruzem sequer duas vidas. Reclamam-se as vidas uns dos outros e exige-se deles a paciência que nem os próprios têm.
A pressa que cada um leva dentro de si mesmo impede-o de ver aqueles que o rodeiam, de ouvir o que se passa à sua volta e de contemplar o novo dia que nasce para si.
Todos estão demasiado preocupados em gerir o seu tempo, ou a falta dele, e acabam por se esquecer que há uma vida para além da sua, um mundo para além do seu.
Um lugar cheio de pessoas torna-se num vazio imenso de uma profundidade vã e interminável. A vida de todos deixa de dizer respeito a cada um, ainda que o tempo de cada um seja o tempo de todos.
Que é afinal o tempo?
Talvez não mais que os sucessivos instantes nos quais a nossa vida se insere e sob os quais temos a possibilidade de agir da forma que entendermos. Talvez não mais que a possibilidade de ser e de viver que pode ou não ser aniquilada pela nossa vontade ou falta dela.
O tempo é o passado que um dia já foi presente, como é o presente que agora mesmo será passado, ainda que seja uma esperança projetada no futuro.
Mas este não foi feito para nós, nem nós fomos feitos para o tempo. Estamos inseridos nele e ele está inserido em nós, como que uma mistura heterogénea mas ao mesmo tempo indissolúvel.
Por isso comprometemo-nos com o tempo que não temos na esperança que esse tempo seja nosso. Porém, quando percebemos que não o é, e que nem nós somos dele, prendemo-nos neste círculo inconstante que, ainda que cheio de possibilidades, nos afasta da possibilidade de tudo fazer por saber que algo ficará para trás.
Porque "por vezes temos de roubar tempo às coisas urgentes para dar tempo às coisas importantes".
Não fosse o tempo uma coisa escassa, passageira, limitada.
Rita Santos
 
X DOMINGO TEMPO COMUM
 

 

A primeira leitura e o Evangelho contam dois factos muito parecidos. Falam de duas viúvas que perderam os seus filhos únicos e que depois foram consoladas por Deus que realizou a Sua obra de salvação através de dois enviados Seus.

 

Estas duas mulheres representam a humanidade inteira indefesa perante a força e o triunfo da morte.

 

A quem poderiam recorrer as pessoas para pedir auxílio?

 

Quem está em condições de as socorrer?

 

A primeira leitura e o Evangelho mostram que Deus é o Senhor da vida. Ela não abandona o homem nas mãos da morte, mas ressuscita-o para que viva e para sempre.

 

Talvez tenhamos olhado até agora para a morte ainda com olhos pagãos.

 

Devemos ter a coragem de mudar as nossas ideias, como nos sugere Paulo na segunda leitura.

 

Fernando Armelini

 

 
MEDITAR
 

 

Não te atrevas!

 

 

 

Não te atrevas a dizer que desistes.

 

Não te atrevas a dar desculpas a quem te ama.

 

Não te atrevas a andar depressa.

 

Não te atrevas a deixar ninguém caído.

 

Não te atrevas a avançar para o futuro se não tiveres resolvido tudo lá atrás.

 

Não te atrevas a dizer frases feitas.

 

Não te atrevas a não chorar se tiveres vontade para isso.

 

Não te atrevas a não perdoar.

 

Não te atrevas a gritar se podes falar baixo.

 

Não te atrevas a não ir atrás do sonho que te tira o sono.

 

Não te atrevas a não acreditar.

 

Não te atrevas a abdicar do que é teu. Seja lá isso o que for.

 

Não te atrevas a tirar de ninguém o que não te pertence.

 

Não te atrevas a adormecer sem pedir desculpa.

 

Não te atrevas a não dizer o que pensas.

 

Não te atrevas a achar que os dias são todos iguais.

 

Não te atrevas a pensar que as pessoas são todas iguais.

 

Não te atrevas a amar pouco.

 

Não te atrevas a descalçar os sapatos se ainda houver caminho para fazer.

 

Não te atrevas a esquecer.

 

Não te atrevas a viver mais ou menos ou porque sim.

 

Não te atrevas a baixar o coração ao que te incomoda.

 

Não te atrevas a ficar refém do que te fizeram.

 

Não te atrevas a ceder aos teus medos.

 

Não te atrevas a não tentar ser luz por muito escura que seja a noite.

 

A vida há-de atrever-se a surpreender-te.

 

Marta Arrais

 

 
CONTO (607)
 
O FOGO DA CARIDADE
Era uma vez uma caixa cheia de fósforos, todos eles com grande desejo de levar luz e calor aos Homens. Por isso, saíram de dentro da caixa e lançaram-se ao trabalho.
Os fósforos viram um grupo de jovens junto de uns ramos, querendo fazer uma fogueira para se aquecerem. Nenhum deles tinha fósforos. Foi então que o primeiro se ofereceu para acender a fogueira. E assim foi.
Contudo, a lenha estava húmida e o fósforo apagou-se inutilmente. Ofereceu-se de seguida um segundo fósforo, mas de novo a chama se apagou sem produzir o efeito desejado. E assim com mais alguns, continuando os jovens sem fogueira.
Como os fósforos se iam apagando todos, um atrás do outro, os jovens desistiram da fogueira e embrulharam-se em sacos-cama, decididos a começar a dormir mais cedo, sem a projetada velada juvenil.
Havia ainda doze fósforos. Desanimados, após tantas tentativas frustradas, reuniram-se e decidiram:
- Vamos unir-nos todos: façamos juntos uma só chama. Se nos unirmos, conseguiremos, certamente que estes jovens acendam a fogueira.
E assim aconteceu. A chama pegou e os jovens fizeram festa ao calor da fogueira até madrugada.
 In Alegre Manhã de Pedrosa Ferreira

 

 
Querido junho.

 

Que sejas o ponto de viragem onde o tempo (de tudo) se alinha.

 

Que tragas amor no coração e uma alegria sem prazo de validade.

 

Que somes dias maiores na luz bonita que ensina a não ter pressa para nada, apenas e só de querer ser feliz.

 

Que saibas que te prometo deixar o meu coração aberto, com esperança e fé que me ensines a acreditar - todos os dias - que o verão é muito mais do que uma estação. É uma forma de ser e de estar na vida.

 

Confio em ti.

 

www.asnovenomeublog

 


 

INFORMAÇÕES
 
ADORAÇÃO DO SANTÍSSIMO
MANADAS - Quinta-feira, dia 9 de junho, das 18 às 19 horas, seguindo-se a celebração da Eucaristia.
RIBEIRA SECA - Sexta-feira, dia 10 de junho, das 18 às 19 horas, seguindo-se a celebração da Eucaristia
 

 

MUSEU FRANCISCO LACERDA

 

HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO – De terça-feira a domingo e feriados das 10h00 às 17h30. Segunda-feira encerrado ao público.FESTAS DE SANTO ANTÓNIO
 
 
PARÓQUIA DE SANTO ANTÓNIO
Tríduo nos dias 8, 9 e 10 de junho, com exposição do Santíssimo e confissões a partir das 19horas e Eucaristia às 20h00.
Festa no dia 12 de junho com a Eucaristia às 12h00 e a procissão às 19h30.
 
ERMIDA DE SANTO ANTÓNIO - RUA DE BAIXO - CALHETA
Missa Solene às 19 horas do dia 12 de junho.

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Pensamento da Semana

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 SEJA FEITA A TUA BONDADE!

"Jesus não ensinou o Pai Nosso aos discípulos como uma fórmula para estes repetirem de cor e de modo completo." (Calmeiro Matias)

Jesus não definiu a entoação certa ou o sotaque mais apropriado.

Cada um tem um dialeto feito de silêncios, de palavras, de cumplicidades.

Um dia, em Vila Nova de Gaia, o meu primo recebeu-me com um "bons olhos te beijam!" A resposta ao meu "Ãh?" não tardou: "És surda? Bons olhos te beijam!"

Soou-me a poesia. O sotaque tornou tudo mais bonito.

À semelhança do meu primo e do meu Pai, "aboli os vês" e digo:

Seja feita a tua bondade! A tua bondade, Pai! A tua bondade, Pai!

Quando Jesus partilhou com os discípulos o modo como conversava com o seu Pai, demorou-se a mostrar-lhes a confiança na bondade de Deus. Lucas fez chegar até nós a história do amigo que aparece fora d'horas e termina perguntando se um Pai poderá recusar o maior bem - a convivência e a intimidade do Espírito - aos seus filhos. (Lucas 11, 1-13)

"Este assunto da bondade de Deus é uma questão de sensatez. Ser sensato. Como pode existir Deus, se não for bom?" (José António Pagola)

 

Eneida Costa

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