Nº 711
OS MILAGRES NÃO SE FAZEM NOTAR
Quando se faz um bem, importa cuidar das aparências, revelando apenas o essencial. O ideal atinge-se quando tudo parece fruto do acaso! O mal procura sempre criar grandezas pomposas em torno dos seus gestos. A vaidade é um sinal claro de um mal que pretende disfarçar-se.
O amor e a inteligência exigem delicadeza. Só através dela se atingem as profundidades.
Mesmo quando são grandes os milagres passam despercebidos. Há gente que não sabe que é sagrado o chão que pisa, que não se dá conta de que o fundamento da sua existência não é o que parece…
A força bruta pode muito pouco. Os milagres parecem muitas vezes insignificâncias. Quem não viu já coisas pequenas revelarem-se enormes e coisas grandiosas sem qualquer valor?
Não se trata de um disfarce, uma fraude ou um engano. Mas apenas o bem cuidando de não se manifestar de forma evidente como seu autor.
Importa aprender a olhar. Distinguir os aspetos subtis e delicados de cada coisa, reconhecer as relações, as diferenças e as harmonias.
É preciso que o coração aprenda a estar atento.
Os milagres não são tão raros quanto se julga. As árvores crescem e as flores brotam todos os dias, sempre sem qualquer alvoroço. É a beleza pura, apenas.
Todos os dias, há gente a nascer e gente a morrer... enquanto tantos outros julgam que no mundo continua tudo igual... a criação é uma constante do tempo.
O que começa por ser uma mera suspeita, pode revelar-se, quando se é capaz de ver até ao fundo, um milagre. Uma espécie de enigma que se aprende a desvendar e, depois, a admirar.
O bem está no coração e nas mãos dos que sabem sonhar, viver e amar. Longe das aparências enganadoras e vaidosas. A liberdade humana tem os olhos bem abertos e não tem asas nem rodas nos pés. Apenas a sua vontade de criar, de dar ao mundo um mundo melhor.
Fazer acontecer um milagre é possível a qualquer um de nós. Alimentar um faminto, acolher com um olhar aquele que é invisível aos outros, sorrir quando se chora, dar a mão a quem sofre... acolher no íntimo dos nossos silêncios aqueles que mais precisam do nosso amor.
Nada acontece ao acaso. Não há fado nem sorte.
Frágil é quem não sabe o que quer.
A sabedoria conhece e usa a dose certa em cada gesto. A perfeição é sempre simples, mínima e subtil. Ainda assim, apesar de toda a sua divina delicadeza, há milagres
que se repetem até alcançarem o seu propósito!
José Luís Nunes Martins (Adaptado)
XXV DOMINGO DO TEMPO COMUM
Servo dos servos - Pensa nos girassóis. Inclinam-se para o sol mas se vires alguns demasiado inclinados significa que estão mortos! Estás a servir, mas não és criado. Servir é uma arte superior. Deus é o primeiro servidor... Se alguém quiser ser o primeiro, seja o último e o servo de todos. Talvez para evitar dúvidas, os Evangelhos referem-se nada mais nada menos que seis vezes a estas palavras do Mestre. Na comunidade cristã, quem ocupa o primeiro lugar deve prescindir de todos os sinais de grandeza. A comunidade não é o lugar apropriado para alcançar posições, para dominar sobre os outros, para se impor. É o lugar onde cada um, conforme os dons recebidos de Deus, celebra a própria grandeza servindo os irmãos. Não há lugares altos ou baixos, mas a justa dimensão, que nos define diante de Deus e dos homens. A importância do lugar está em ocupá-lo bem. Não é o lugar que me eleva a mim, mas eu que elevo o lugar. O meu lugar é Cristo. Onde Ele estiver, quero estar também. Pe. José David Quintal Vieira, scj Louvado sejas, ó meu Senhor, pelo irmão Fogo, pelo qual alumias a noite: e ele é belo, e jucundo, e robusto e forte. pela nossa irmã a mãe Terra, que nos sustenta e governa, e produz variados frutos, com flores coloridas, e verduras. por aqueles que perdoam por teu amor e suportam enfermidades e tribulações. Bem-aventurados aqueles que as suportam em paz, pois por ti, Altíssimo, serão coroados. por nossa irmã a Morte corporal, à qual nenhum homem vivente pode escapar. Ai daqueles que morrem em pecado mortal! Bem-aventurados aqueles que cumpriram a tua santíssima vontade, porque a segunda morte não lhes fará mal. e dai-Lhe graças e servi-O com grande humildade. Cântico do Irmão Sol ou Cântico das Criaturas CONTO (571) O AUTOCARRO E O COMBOIO Na praça da estação de caminho-de-ferro, um autocarro esperava os viajantes que deviam chegar no comboio das 9 da manhã. Este chegou com pontualidade e, durante os minutos em que o comboio aguardava que lhe dessem o sinal de partida e o autocarro ia recebendo os passageiros e as bagagens, os dois iniciaram esta conversa: - Querido autocarro, tu, sim, fazes o que te dá na gana; podes circular com plena liberdade; vais por onde te apetece; se te apetece virar à esquerda ou à direita, nada nem ninguém te impede; tu és realmente livre. Tens muita sorte! Eu, pelo contrário, estou sempre preso a estas vias de ferro; que desgraça a minha se tentasse sair destes carris que marcam inexoravelmente o meu caminho! - Tens muita razão, velho amigo comboio! Eu posso escolher a minha rota e mudá-la quantas vezes quiser; posso descobrir lugares novos, horizontes insuspeitos; inclusive, se me apetecer, paro numa pradaria verde e descanso um pouco enquanto os meus ocupantes almoçam. É verdade, mas nem tudo é tão simples. Sabes a quantidade de perigos a que estou exposto em cada instante? Devo estar muito atento em cada passo que dou; os outros veículos passam por mim por todos os lados. Ai de mim se me distraio um segundo! E se saio da estrada? E se me aproximo demasiado da valeta? E se me aparece um automóvel de frente? A catástrofe pode ser monumental. - É verdade, não tinha pensado nisso. A minha submissão à via reduz a minha liberdade, mas aumenta a minha segurança. Posso circular quilómetros e quilómetros com os olhos fechados, por assim dizer, e posso alcançar velocidades de sonho… sempre que não saio dos meus carris. Não sou dono da minha direção; o meu itinerário é marcado pelos outros, e as mudanças de agulhas solucionam-me as encruzilhadas que me poderiam fazer hesitar. Sim, velho comboio. Acontece-nos como às pessoas, sabes? Quanto mais liberdade, mais riscos, maiores perigos, mais responsabilidade face às decisões. É muito bonito ser livre, mas também é muito difícil . O preço a pagar pela liberdade é altíssimo, mas vale a pena. O diálogo foi interrompido pelo apito do chefe da estação que dava o sinal de partida ao expresso Lisboa-Porto. Ao mesmo tempo, alguém dentro do autocarro perguntava em voz alta: Por onde vamos passar? In De valor em valor… voamos mais alto! Louvai e bendizei o meu Senhor,MEDITAR
Louvado sejas, ó meu Senhor,
Louvado sejas, ó meu Senhor,
Louvado sejas, ó meu Senhor,
No filme La Vita è Bella há uma cena em que Guido presta provas para empregado de mesa. Para mostrar que percebe de cortesia, inclina o tronco a 50, 90º e mais. É repreendido pelo tio:
“Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.”
Fernando Teixeira de Andrade
INFORMAÇÕES
RECEITA - 1.305,00€ FESTA DE SANTA RITA MANADAS Dia 27 de setembro - Eucaristia de festa às 16 horas seguida de procissão. FESTA DO BOM JESUS FAJÃ GRANDE Tríduo: 23, 24 e 25 de setembro às 20 horas. Festa dia 27 de setembro: - Eucaristia de festa às 16 horas seguida de procissão.
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Nº 1170Pensamento da Semana
PENSAMENTO DA SEMANA
“ENSINAR É AMAR”
"Ser professor é dar-se (...) Tens muito que fazer? – Não; tenho muito que amar. Não entendo ser professor de outra maneira. (...)
Para ser professor, também é preciso ter as mãos purificadas. A toda a hora temos de tocar em flores. A toda a hora a Poesia nos visita. O aluno acredita em nós e não deve acreditar em vão. Impõe-se-nos que mereçamos, com a nossa, a pureza dos nossos alunos; que a nossa alimente a deles, a mantenha. (...)
Sejamos a lição em pessoa – que é isso mais importante e mais eficaz que sermos o papel onde a lição está escrita; e possamos dizer sem constrangimento: Deixai-as vir a mim, as criancinhas…”
Sebastião da Gama, in Diário
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