Nº 700
A encíclica verde
Na Encíclica Laudato si, o Papa Francisco junta a sua voz à da terra que "clama contra o mal que lhe provocamos por causa do uso irresponsável e do abuso dos bens que Deus nela colocou" (nº 2).
O texto dá continuidade ao discurso ecológico introduzido por Paulo VI no magistério social da Igreja. Em 1971, na carta apostólica Octogesima adveniens para comemorar a publicação da Rerum novarum de Leão XIII, "referiu-se à problemática ecológica, apresentando-a como uma crise que é ‘consequência dramática’ da atividade descontrolada do ser humano", recorda o Papa Francisco no nº 4 da sua última Encíclica.
João Paulo II propôs a fundamentação bíblica e teológica destas questões. Bento XVI assumiu e aprofundou o pensamento do seu antecessor, chegando mesmo a ser apelidado como "o primeiro papa verde" pela revista National Geographic, de 28 de fevereiro de 2013.
Francisco é o primeiro Papa a dedicar um texto com a relevância de uma Encíclica à problemática do ambiente.
A preocupação que ele procura suscitar é traduzida pela questão: "Que tipo de mundo queremos deixar a quem vai suceder-nos, às crianças que estão a crescer?" Com uma linguagem frontal, que não se submete à lógica do politicamente correto, critica os governos e as grandes empresas que contribuem para a degradação ambiental e o acentuar da pobreza. Denuncia o consumismo e a divinização do mercado.
"Convém evitar uma conceção mágica do mercado, que tende a pensar que os problemas se resolvem apenas com o crescimento dos lucros das empresas ou dos indivíduos" (nº 190). Mas também censura aqueles que se preocupam mais com o desaparecimento de algumas espécies do que com os atentados contra a vida humana, como o aborto, ou o desaparecimento de uma cultura. Por isso, propõe uma ecologia integral que não seja só ambiental, mas que inclua também as dimensões humanas e sociais.
Para salvar, não só o planeta, mas também a humanidade e a sociedade, convoca todos e acredita que "nem tudo está perdido, porque os seres humanos, capazes de tocar o fundo da degradação, podem também superar-se, voltar a escolher o bem e regenerar-se, para além de qualquer condicionalismo psicológico e social que lhes seja imposto" (nº 205).
Fernando Calado Rodrigues
XIV DOMINGO DO TEMPO COMUM
Sem fronteiras
Um grupo de jovens partilhou a sua reflexão sobre a frase evangélica: Ninguém é profeta na sua terra pois só é desprezado aí, entre os seus parentes e em sua casa...
- Esta frase vem confirmar que o profeta não deve casar porque senão seria desprezado lá em casa, comprometendo a sua ação.
- Porque o profeta não tem terra, não tem família, não é de ninguém: é só de Deus. Como deve viver despojado, o profeta não tem raízes fixas.
- Isto é para evitar a tentação de muitas pessoas que para os de fora são mel mas para os de dentro são fel.
- Porque ser profeta é ser peregrino, missionário ou enviado.
- Porque o conhecimento que os outros têm do profeta não pode sobrepor-se ao conhecimento da palavra que ele proclama.
- Porque os da sua terra poderiam achar que têm mais direito do que ele a ser profeta.
- Para que ninguém possa concluir que a sua mensagem é uma questão de bairrismo.
- Para que uma terra possa ajudar outra e vice-versa, pois nenhuma é autossuficiente.
- Para que seja mais livre e não esteja condicionado pelos laços familiares.
- Porque é preciso alargar fronteiras.
- Para lembrar que um profeta vem de fora: vem do Céu.
Pe. José David Quintal Vieira, scj
MEDITAR
O Verbo de Deus é amar
O Verbo de Deus é amar,
Conjugado no perfeito incondicional.
Tendo amado, o seu particípio é passado
Mas o seu amor é sempre presente.
Amo de modo imperfeito,
No conjuntivo ou indicativo.
Ativa quando amo
Mas passiva quando sou amada.
Alegro-me ao saber que Aquele que me ama,
Amar-me-á no futuro
E que o seu amor por mim
Será sempre mais-que-perfeito.
Bendito sejas, Senhor,
Pela paciência e misericórdia
Com que me ensinas a conjugar
O único Verbo que me pode salvar.
Raquel Dias
CONTO (560)
SALVO PELA GENTILEZA
João trabalhava numa fábrica de distribuição de carne. Um dia, quando terminou o seu horário de trabalho, foi a um dos frigoríficos para inspecionar algo, mas num momento de azar a porta fechou-se e ele ficou trancado lá dentro.
Ainda que tenha gritado e batido na porta com todas as suas forças, jamais poderiam ouvi-lo. A maioria dos trabalhadores já se fora embora, e no exterior da arca frigorifica era impossível ouvir o que acontecia lá dentro.
Cinco horas mais tarde, quando João já se encontrava à beira da morte, alguém abriu a porta. Era o segurança da fábrica.
João perguntou ao segurança como foi possível ele passar e abrir a porta, se isso não fazia parte da sua rotina de trabalho, e este explicou:
- Trabalho nesta fábrica há 35 anos. Centenas de trabalhadores entram e saem todos os dias, mas você é um dos poucos que me cumprimenta pela manhã e se despede de mim à noite. Hoje, como todos os dias, você disse-me «olá» à entrada, mas ainda não tinha ouvido o seu «até amanhã». Espero os seus «olá» e «até amanhã» todos os dias. Ao não ouvir a sua despedida. Eu sabia que algo tinha acontecido… Procurei por si e encontrei-o.
In Revista Audácia de junho de 2015
A Bíblia não é a Palavra de Deus encadernada. Não é correto agarrarmo-nos a ela como se suas palavras fossem uma verdade mágica.
Um engano tantas vezes repetido: querer ser livre fora do território do Amor e querer ser Feliz sem pertencer a ninguém.
Rui Santiago cssr
INFORMAÇÕES
FESTA DE NOSSA SENHORA DO CARMO NA FAJÃ DOS VIMES
No dia 7 de julho tem início o Novenário de Nossa Senhora do Carmo na Fajã dos Vimes. A Eucaristia será todos os dias às 20 horas.
A Missa de festa do dia 16 de Julho virá no próximo Boletim.
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Agenda Pastoral
Destaque
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Nº 1168Pensamento da Semana
PENSAMENTO DA SEMANA
«O amor é uma coisa «perigosa», só ele traz a única revolução que proporciona felicidade.
São poucos os que são capazes de amar, e tão poucos os que querem o amor.
Amamos segundo as nossas próprias condições, fazendo do amor um coisa de mercado. Temos mentalidade mercantil, mas o amor não é comercializável nem é um negócio de troca.
O amor é um estado de ser, no qual todos os problemas humanos se resolvem. Vamos ao poço com um dedal e assim a vida torna-se uma coisa sem qualidade, insignificante e limitada.»
J. Krishnamurti, in "Cartas a uma jovem amiga
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