Nº 698

O AMOR NÃO ACONTECE. DECIDE-SE.

Há quem julgue que o amor é alheio à vontade humana, algo superior que elege, embala e conduz… e que quase nada se pode fazer perante tamanha força. Isso é uma mera paixão no seu sentido menos nobre. E, nesse caso, sim, o amor acontece... Ao contrário, amar é estar acima das paixões e dos apetites. Mesmo quando o amor nasce de uma espontaneidade, resulta de um claro discernimento.

O amor decorre de uma decisão. De um compromisso. Constrói-se de forma consciente. Através do heroísmo de alguém livre que decide ser o que poucos ousam. Sim, decide-se amar e, sim, decide-se a quem amar.

O amor autêntico é raro e extraordinário, embora o seu nome sirva para quase tudo...

O amor não supõe reciprocidade. Amar é dar-se por completo e aceitar tudo... não se contabilizam ganhos e perdas, porque o seu maior ganho é esse mesmo: perder-se. Entregar o corpo e o espírito, o passado e o futuro, a razão e o coração... não é ser metade de qualquer coisa, é dar-se inteiro em troca de nada.

Quem ama nunca se funde nem confunde com o amado. Os egoísmos buscam modificar o outro para o fazer à sua imagem e semelhança. O amor aceita e promove o ser do outro, enquanto verdade livre e autónoma, com o seu significado, rumo e valor próprios.

O amor envolve alegrias puras e tristezas fundas, sorrisos sinceros e dores profundas. Amar não é ser feliz.

Nunca se está tão perto da solidão absoluta como quando se é capaz de amar. O risco de tudo ser absurdo... é grande. Enorme. Mas o amor é uma perfeição, não uma perdição. É uma virtude porque resulta de uma escolha responsável, um compromisso íntimo de alguém com outra pessoa a quem se dá o melhor de si… face a face com a possibilidade do pior dos fracassos: uma vida em vão.

É mais forte do que a morte. Quando se ama alguém, a sua perda apenas aprofunda e eleva, engrandece e alarga o coração. A verdade é que se todos os caminhos nos levam ao amanhã, só o do amor nos entrega à eternidade.

Amar é renunciar a muito, a quase tudo, sentir, pensar e dizer não… a todas as outras possibilidades, às superficialidades e aos prazeres, ao próprio egoísmo que tenta impor-se, tantas vezes, como se fosse uma questão de sobrevivência.

Amar é criar. Do nada faz tudo. A sua essência escapa por completo à compreensão humana. A sua lógica é outra... O amor é divino. Quem ama faz-se a si mesmo imagem de Deus.

É preciso muita coragem e uma nobreza suprema para sentir, pensar e dizer a cada dia e a cada noite: sim, quero! sim, aceito! sim, amo!

José Luís Nunes Martins

 

 

XII DOMINGO DO TEMPO COMUM

Brigar com Deus

Alguém briga com Jesus porque ele dorme enquanto o barco se debate com ondas encapeladas.

No mar da nossa vida quantas vezes perguntamos mas afinal onde é que Deus está?

O Pe. Zezinho tem um texto no qual nos podemos rever:

"Depois daquela morte repentina, depois que dos meus olhos Deus levou a luz do sol, depois daquela perda sem aviso e sem sentido, admito que duvidei de Deus.

Briguei com Deus porque não respondeu quando lhe perguntei porquê. Ele, que tudo sabe, tudo pode, tudo vê, parece que não viu, nem me escutou.

Doeu demais e, quando dói do jeito que doeu, a gente chora, grita e desafia o Criador. Admito que me revoltei. Onde é que estava Deus com o seu imenso amor? Se Deus é amoroso, então por que deixou? Por que tinha de ser do jeito como foi?

Briguei com Deus e se briguei foi por saber que Deus ouvia... Admito que voltei para Deus e voltei porque não me calei..."

Se alguém hoje briga com Deus é porque sabe que Ele está próximo.

Depois de ser interpelado, Jesus, apenas com duas palavras, acalma a tempestade, isto é, Jesus faz muita coisa com poucas palavras (multa paucis) enquanto quem discute faz pouca coisa com muitas palavras (pauca multis).

Pe. José David Quintal Vieira, scj

 

MEDITAR

FAZER JEJUM DAS PALAVRAS

Senhor, ajuda-nos a fazer jejum das palavras. 

Das palavras desnecessárias, ruidosas, poluídas.

Das palavras dúplices e opulentas, das palavras que atropelam, 

das palavras injustas, das palavras que divergem e atraiçoam, das palavras que separam. 

Ajuda-nos a jejuar das palavras que Te escondem,

das palavras onde o amor não emerge, das palavras confusas, ressentidas, atiradas como pedras, das palavras que muralham a comunicação, das palavras que nada mais permitem senão palavras. 

 

E que nesse jejum abramos mais o coração àquele silêncio onde os encontros verdadeiros se insinuam.

José Tolentino Mendonça, in Um Deus Que Dança

 

CONTO (558)

 

O BANQUETE

Um dia, uma mulher vestida de trapos velhos percorreu a cidade pedindo esmola. Não teve sorte. Uns diziam-lhe palavras ofensivas, outros davam-lhe um pedaço de pão duro, outros atiravam-lhe pedras.

Apenas um casal pobre que habitava num casebre a convidou a entrar, a sentar-se à mesa, servindo-lhe uma sopa quente e mais alguma coisa. A mendiga comeu, despediu-se com um sorriso e partiu.

No dia seguinte, um mensageiro do rei passou por todas as casas deixando um convite para uma festa no palácio real. Toda a gente ficou feliz. Vestiram as melhores roupas e dirigiram-se para o castelo.

Quando todos estavam na sala do banquete, vieram os empregados com as iguarias.

Imediatamente se ouviram murmúrios de desilusão. É que os empregados deitavam nos pratos pedaços de pão duro e também pedras. Apenas nos pratos de um casal pobre, sentado a um canto, eram colocadas ricas e saborosas iguarias.

De improviso, entra na sala a mendiga do dia anterior. Despe os trajes de pedinte e aparece com o vestido de rainha.

In Tutti Frutti  de Pedrosa Ferreira

 

O coração necessita de afinação como os rádios. Por vezes, em simultâneo, escutamos duas canções, e uma perturba a outra.

 

Gonçalo M. Tavares

 

Se nenhuma flor muda a tua filosofia e se também nenhum animal a muda, eis que foste derrotado pelo que é falso.

 

Gonçalo M. Tavares

 


INFORMAÇÕES

 

FESTA DO CRUZEIRO  NA CALHETA

Haverá preparação nos dias 22, 23 e 24 de junho às 19 horas, com missa.

A festa será no dia 25 de junho, com missa às 20h30 horas seguida de procissão.

 

FESTA DE SÃO JOÃO NA FAJÃ DO OUVIDOR

No dia 27 de junho irá realizar-se a festa de S. João, às 12 horas, na Fajã do Ouvidor, com missa seguida de procissão.

 

FESTA DE SÃO PEDRO NA BEIRA

No dia 28 de junho irá realizar-se a festa de São Pedro na Ermida com o mesmo nome na Beira, às 18 horas, com missa e procissão.

 

PREPARAÇÃO PARA AS FESTAS DA 1ª COMUNHÃO E PROFISSÃO DE FÉ

A preparação para as festas da 1ª Comunhão e Profissão de Fé que se realizam no próximo domingo,  dia 28 de junho, na Calheta, serão nos dias 21 e 23 pelas 18 horas. Os pais que quiserem acompanhar os seus filhos durante as preparações devem fazê-lo.

 

CLÍNICA DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DA CALHETA                A Direção da Associação de Bombeiros Voluntários da Calheta informa que se encontrará na clinica da Instituição os seguintes médicos: Dr.ª Maria Graça Almeida, Ginecologista e Obstetra, em julho de 2015 (dia ainda por estabelecer); Dr. Carlos Aguilar Oftalmologista, de 13 e 24 de julho de 2015; Dr.ª Rute Couto, Cardiologista, de 4 e 5 de setembro de 2015; Dr.ª Alexandra Dias Especialidade, Pediatra, em setembro de 2015 (dias ainda por estabelecer); Dr. Brasil Toste, Otorrinolaringologista, em setembro de 2015 (dia ainda por estabelecer

 


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