Nº 690
O êxodo, experiência fundamental da vocação - (da Mensagem do Papa Francisco para o dia Mundial das Vocações). O IV Domingo de Páscoa apresenta-nos o ícone do Bom Pastor, que conhece as suas ovelhas, chama-as, alimenta-as e condu-las. Há mais de 50 anos que, neste domingo, vivemos o Dia Mundial de Oração pelas Vocações. Este dia sempre nos lembra a importância de rezar para que o «dono da messe – como disse Jesus aos seus discípulos – mande trabalhadores para a sua messe» (Lc 10, 2). Na raiz de cada vocação cristã, há este movimento fundamental da experiência de fé: crer significa deixar-se a si mesmo, sair da comodidade e rigidez do próprio eu para centrar a nossa vida em Jesus Cristo; abandonar como Abraão a própria terra pondo-se confiadamente a caminho, sabendo que Deus indicará a estrada para a nova terra. A vocação cristã é, antes de mais nada, uma chamada de amor que atrai e reenvia para além de si mesmo, descentraliza a pessoa, provoca um «êxodo permanente do eu fechado em si mesmo para a sua libertação no dom de si e, precisamente dessa forma, para o reencontro de si mesmo, mais ainda para a descoberta de Deus. Responder à chamada de Deus é deixar que Ele nos faça sair da nossa falsa estabilidade para nos pormos a caminho rumo a Jesus Cristo, meta primeira e última da nossa vida e da nossa felicidade. A vocação cristã, radicada na contemplação do coração do Pai, impele simultaneamente para o compromisso solidário a favor da libertação dos irmãos, sobretudo dos mais pobres. O discípulo de Jesus tem o coração aberto ao seu horizonte sem fim, e a sua intimidade com o Senhor nunca é uma fuga da vida e do mundo, mas, pelo contrário, «reveste essencialmente a forma de comunhão missionária» A Virgem Maria, modelo de toda a vocação, não teve medo de pronunciar o seu «fiat» à chamada do Senhor. Ela acompanha-nos e guia-nos. Com a generosa coragem da fé, Maria cantou a alegria de sair de Si mesma e confiar a Deus os seus planos de vida. IV DOMINGO DA PÁSCOA Conhecer o Pastor Começou então o dramaturgo: O Senhor é o meu Pastor, nada de falta... A plateia rendeu os seus numerosos aplausos àquela declamação tecnicamente perfeita. Depois foi a vez do padre. Na sua simplicidade começou a recitar: O Senhor é o meu Pastor, nada me falta, leva-me a descansar em prados verdejantes...A assembleia ouviu, comovida, o sacerdote. Os aplausos que se seguiram foram tão calorosos que Shakespeare concluiu: - Eu conheço bem o Salmo mas o sacerdote conhece melhor o Pastor. Podemos saber muitas coisas de Deus, muitas orações, belos discursos mas isso não basta. É preciso conhecer pessoalmente. Jesus é esse Bom Pastor que conhece as suas ovelhas e estas conhecem-n'O. Pe. José David Quintal Vieira, scj ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕES Deus Pai, fonte de toda a santidade, envia novas vocações à Tua Igreja, Servidores generosos Evangelizadores Pastores santos, que santifiquem o Teu povo com a palavra e os sacramentos da Tua Graça, Consagrados que mostrem Famílias tocadas pela Tua beleza, para que, pelo Teu Espírito Santo, comuniquem a salvação de Cristo a todas as pessoas da Terra. Amén. CONTO (550) A GRATIDÃO Era uma vez uma árvore que vivia solitária numa planície. Um dia, chegou um pássaro carpinteiro para fazer nela um buraco a fim de se acolher. Embora lhe fizessem doer as suas bicadas, deixou que fizesse o ninho no seu tronco. Mais tarde chegou um bando de avezinhas que precisavam de descansar. Embora a deixassem toda despenteada e com os seus cantos não a deixassem descansar, a árvore acolheu-as. Pouco tempo depois, passou por ali um grupo de abelhas. Custou-lhe deixar que elas levassem grande quantidade do seu néctar precioso, mas não as impediu. Mais tarde, vieram dois lenhadores. Montaram uma tenda e com um machado preparavam-se para cortar a árvore. Mas, de repente, apareceram as abelhas com a ameaça que, se cortassem a árvore, os picaria. Também o pássaro carpinteiro, com o seu bico, estragou o cabo do machado. E o bando de passarinhos entrou na tenda e levou-a pelos ares. Os lenhadores desistiram da ideia de fazer mal à árvore. In Tutti Frutti de Pedrosa Ferreira MEDITAR
a santidade do Teu Reino,
entusiasmados e corajosos,
da humanidade ferida,
Conta-se que um dia, no Theatre Royal de Londres, encontrava-se Shakespeare a declamar poemas. A multidão que assistia, não se furtava a calorosos aplausos. No fim do espetáculo, Shakespeare lançou um desafio: o público que escolhesse o que quisesse para ele declamar. No princípio ninguém respondeu mas, perante a sua insistência, um padre levantou-se e perguntou se ele conhecia o Salmo 23. Shakespeare afirmou que sim mas só o declamaria se depois o padre também o fizesse. Desafio aceite.
Nunca choraremos bastante quando vemos
O gesto criador ser impedido
Nunca choraremos bastante quando vemos
Que quem ousa lutar é destruído
Por troças por insídias por venenos
E por outras maneiras que sabemos
Tão sábias tão subtis e tão peritas
Que nem podem sequer ser bem descritas.
Sophia de Mello Breyner Andresen, in Livro Sexto
Segundo os últimos dados divulgados pelo Vaticano, há mais de 415 mil padres em todo o mundo, um aumento de 2,2% nos últimos 10 anos.
O crescimento desde 2005 é mais acentuado em dois continentes, África (+29,2%) e Ásia (+22,8%), em contraste com a quebra de 7,1% na Europa e de 10,4% na América do Norte. Em Portugal, a mais recente edição do Anuário Católico de Portugal revela uma quebra no número de sacerdotes: de 2880 padres diocesanos no ano de 2007 para 2661 em finais de 2011, menos 7,6%.
A Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios preparou um guião com o lema Caminho de Beleza. Seguir Jesus, vocação e santidade, que, entre vários conteúdos, apresenta uma proposta de Catequese para Crianças, outra para Adolescentes e outra para Jovens, um esquema de uma Vigília de Oração pelas Vocações e ainda o de um Rosário.
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Nº 1173Pensamento da Semana
PENSAMENTO DA SEMANA
SEJA FEITA A TUA BONDADE!
"Jesus não ensinou o Pai Nosso aos discípulos como uma fórmula para estes repetirem de cor e de modo completo." (Calmeiro Matias)
Jesus não definiu a entoação certa ou o sotaque mais apropriado.
Cada um tem um dialeto feito de silêncios, de palavras, de cumplicidades.
Um dia, em Vila Nova de Gaia, o meu primo recebeu-me com um "bons olhos te beijam!" A resposta ao meu "Ãh?" não tardou: "És surda? Bons olhos te beijam!"
Soou-me a poesia. O sotaque tornou tudo mais bonito.
À semelhança do meu primo e do meu Pai, "aboli os vês" e digo:
Seja feita a tua bondade! A tua bondade, Pai! A tua bondade, Pai!
Quando Jesus partilhou com os discípulos o modo como conversava com o seu Pai, demorou-se a mostrar-lhes a confiança na bondade de Deus. Lucas fez chegar até nós a história do amigo que aparece fora d'horas e termina perguntando se um Pai poderá recusar o maior bem - a convivência e a intimidade do Espírito - aos seus filhos. (Lucas 11, 1-13)
"Este assunto da bondade de Deus é uma questão de sensatez. Ser sensato. Como pode existir Deus, se não for bom?" (José António Pagola)
Eneida Costa
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