Nº 592

 

DEUS É CORAÇÃO

 O mundo à nossa volta tem sintomas de crise, tem o coração doente. O mundo onde existem guerras, crimes, roubos, assassínios, violência doméstica, exploração sexual, venda de pessoas, sobretudo de mulheres e crianças, está doente. Tem um coração em crise grave de amor, de dom, de serviço, de dedicação, de entrega, de respeito pela dignidade da pessoa humana. Crise de amor significa crise de coração, enquanto o coração é símbolo desse mesmo amor.
Não deve haver país no mundo onde o coração não apareça para simbolizar o amor, o bem, a doação, a paixão. Nós afirmamos, quando uma pessoa é boa, que tem um coração de ouro, que é rica de coração. Quando a pessoa é má, costumamos afirmar que tem um coração de pedra, que é dura de coração. E toda a gente vê nos muros, nas paredes das casas, nos bancos dos jardins, nas cascas das árvores, nas carteiras da escola, nos livros e cadernos dos estudantes, desenhado um coração para simbolizar o amor, a paixão entre dois amados. O coração anda desenhado ou pintado nas bandeiras, nos cartazes, nos balões das romarias, nos brincos, etc. Sempre com o mesmo sentido: simboliza o amor. O pior é que muitos que não amam também se apropriam desse símbolo e usam e abusam dele.
A Bíblia usa a palavra coração 834 vezes, sempre para significar o interior, o âmago, o mais profundo. Assim, encontramos expressões como estas: «o coração da terra», «o coração do mar», «o coração dos abismos», «o coração dos céus». E quando se refere ao homem, afirma que o coração é que pensa, é que é arguto ou inteligente, colocando todas as capacidades intelectuais no coração. E faz o mesmo das virtudes ou qualidades morais, ao afirmar que o coração é humilde, bom, manso, simples, dedicado, casto, etc. A Bíblia, no seu jeito de falar, afirma que todas as atividades estão no coração, pois é este que se alegra, que chora, que se angustia, que sofre, que clama, etc. O homem é coração e vale o que o seu coração vale.
Quando a Bíblia nos ensina que Deus é Amor, afirma que Deus é coração, que Deus não é outra coisa senão um Coração que ama, que nos ama infinita e loucamente, terna e apaixonadamente. Deus é Amor que Se revela no Coração de Cristo, no Seu Coração trespassado na Cruz. No Coração de Jesus temos todo o amor divino, pois Ele é Deus verdadeiro, e todo o amor humano, pois é verdadeiro homem. No Coração de Jesus Cristo temos todo o amor da Trindade.
A devoção ao Coração de Jesus é algo cada vez mais urgente, pois o mundo precisa de contemplar esse Coração e deixar-se curar. Desse Coração, fonte de todo o amor, nascerá a civilização do amor. Olhando esse Coração trespassado por amor, aprenderemos a amar e a curar as feridas do egoísmo, do orgulho, do ódio, do rancor, de todo o pecado. Acabarão as violências, as guerras, os crimes, a depravação moral e sexual, os atentados à dignidade humana, etc. Aprenderemos a amar e a ser amor com os outros, na entrega generosa, na simplicidade do dom, na dedicação sem limites. Homens e mulheres de coração sempre aberto como o de Jesus Cristo, pois a devoção leva à imitação d’Aquele a quem rezamos.
Dário Pedroso, s.j.(Adaptado)
 

X DOMINGO DO TEMPO COMUM

A dimensão profética percorre a liturgia da Palavra deste domingo, em Elias, o profeta da esperança e da vida, em Paulo, o profeta do Evangelho recebido de Deus, e, particularmente, em Jesus, o grande profeta que visita o seu povo em atitude de total oblação.
A primeira leitura apresenta-nos a figura da mulher de Sarepta, que significa a perda da esperança e o sentimento de derrota e de procura de um culpado, e a figura do profeta Elias, que acredita no Deus da vida, que não abandona o homem ao poder da morte, ressuscitando o filho da viúva.
No  Evangelho,  temos  a  revelação  de  Deus  expressa  na  atitude  de  piedade  e compaixão de Jesus no milagre da ressurreição do filho da viúva. Deus visita o seu povo em Jesus, “um grande profeta”, realizando o reino pela ressurreição, oferecendo a sua vida e dando-lhe pleno sentido.
Na segunda leitura, acolhemos a absoluta gratuidade da conversão de Paulo, para quem o Evangelho é uma força vital e criadora, que produz o que anuncia; a sua força é Deus. É uma força vital, uma dinâmica profética que ele recebeu diretamente de Deus.
Dehonianos
 

MEDITAR

 

Salmo 167
 

 

Deus de todas as manhãs, da Vida e da Paz, meu Senhor e meu Dono,
Jesus ensinou-nos a chamar-te “Abba” e abriu-nos a porta…

Depois, ensinou-nos a pedir-Te o Pão Nosso de cada dia,
a olharmos ao fim do dia as cores do horizonte
para discernirmos como vai ser o dia seguinte
e…
a deixarmos o resto para a Confiança
.

Como um filho…

Que os dias que ficaram para trás repousem agora nas tuas mãos
para serem curados
e os que ainda não existem nasçam também nas tuas mãos
para nos poderem ser oferecidos,
para vivermos o melhor da vida como um dom.

Porque, Bom Deus, tenho dúvidas se o melhor da vida
também se ganha com o suor do rosto…

Como um filho…

É mais importante ter um Coração maleável
à brisa do Espírito e às curvas da vida,
do que uma ideia fixa que esmague os obstáculos e perfure todos os montes.
Porque o fim, ainda que se lá chegue, é sempre triste e solitário…
... e não se celebra bem sozinho.

 

 

Rui Santiago cssr

 

CONTO (453)

 A TENAZ

Uma pobre viúva cuidava com muita dificuldade de um neto, que ficou órfão desde muito pequeno. Mas com o correr do tempo descobriu uma coisa terrível: o menino tinha começado a roubar. Aplicou todos os meios para combater esta tendência. Nem ameaças nem promessas surtiram qualquer efeito.

Como último recurso, ameaçou-o com um castigo terrível:

- Vês esta tenaz? Se te encontro a roubar, ponho-a a aquecer ao fogo e trespasso-te a mão.

Mas a criança voltou a roubar. Pegou na carteira já gasta da avó e tirou as poucas notas para gastar.

Quando chegou a casa, já a avó tinha descoberto o roubo. Foi para a lareira, pegou na tenaz, meteu-a nas brasas acesas e esperou que ficassem incandescentes.

A criança contemplava assustada todos estes preparativos. Não podia acreditar na ameaça. Estava tão convencido da bondade da avó, que a julgava incapaz de um gesto tão atroz. E eis que a idosa retirou a tenaz incandescente e trespassou a sua própria mão, de pele já enrugada.

Passou o tempo e o pequeno ladrão cresceu. Um homem que, recordando o amor da avó, jamais roubou. Antes queimar a mão que roubar.

 In Alegre Manhã de Pedrosa Ferreira

 

 

É no coração que todo o homem ri, sofre, se perde ou se descobre. 
É nele que tudo nasce ou morre. 
É por dentro de nós que partem todos os caminhos. 
 
Henrique Manuel, Mas há sinais.

 

INFORMAÇÕES

 

FESTAS DE SANTO ANTÓNIO

Paróquia de Santo António

Tríduo: nos dias 13, 14 e 15 de junho às 20 horas.
Festa (dia 16 de junho)
- Eucaristia às 12:30 horas;
- Procissão às 19:30 horas.
 

Paróquia de Manadas

- Eucaristia às 16:00 horas seguida de procissão.
 

VENDE-SE

Estão à venda os prédios pertencentes aos herdeiros de Emília Pedroso Botelho, entre os quais um sítio de casa e quintal na Rua Nova, Calheta. Aceitam-se propostas as quais, contudo, serão submetidas a decisão dos herdeiros.
Contatar pelo telefone 295416573.
 

CLÍNICA DENTÁRIA DA RIBEIRA SECA

A Clínica Dentária da Ribeira Seca informa que a Dr.ª Cátia Reis, médica dentista, estará a prestar consultas de medicina dentária de 17 a 22 de junho de 2013.
As marcações podem ser feitas através do nº 962577473.

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Agenda Pastoral

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Nº 1173

Pensamento da Semana

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 SEJA FEITA A TUA BONDADE!

"Jesus não ensinou o Pai Nosso aos discípulos como uma fórmula para estes repetirem de cor e de modo completo." (Calmeiro Matias)

Jesus não definiu a entoação certa ou o sotaque mais apropriado.

Cada um tem um dialeto feito de silêncios, de palavras, de cumplicidades.

Um dia, em Vila Nova de Gaia, o meu primo recebeu-me com um "bons olhos te beijam!" A resposta ao meu "Ãh?" não tardou: "És surda? Bons olhos te beijam!"

Soou-me a poesia. O sotaque tornou tudo mais bonito.

À semelhança do meu primo e do meu Pai, "aboli os vês" e digo:

Seja feita a tua bondade! A tua bondade, Pai! A tua bondade, Pai!

Quando Jesus partilhou com os discípulos o modo como conversava com o seu Pai, demorou-se a mostrar-lhes a confiança na bondade de Deus. Lucas fez chegar até nós a história do amigo que aparece fora d'horas e termina perguntando se um Pai poderá recusar o maior bem - a convivência e a intimidade do Espírito - aos seus filhos. (Lucas 11, 1-13)

"Este assunto da bondade de Deus é uma questão de sensatez. Ser sensato. Como pode existir Deus, se não for bom?" (José António Pagola)

 

Eneida Costa

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