Um grupo de jovens estava a refletir sobre o diálogo de Jesus com o jovem rico. Nas conclusões alguém referiu, maliciosamente, que Jesus não sabia os mandamentos da Lei de Deus.
Fiquei surpreendido e pedi explicações.
É que Jesus pergunta ao jovem se sabia os mandamentos para alcançar a vida eterna, e enumera-os mas de maneira incompleta. Faltam os três primeiros, que dizem respeito a Deus, inclusivamente o primeiro de todos que é o amor a Deus.
Todos os outros jovens esforçaram-se para justificar esta aparente omissão de Jesus.
- Para Jesus basta a observância da segunda parte do decálogo, a que fala dos deveres em relação ao homem, para receber em herança a vida eterna. Com efeito, a única forma de mostrar o próprio amor a Deus é aceitar o seu projeto de amor para com toda a humanidade.
- O jovem rico já estava a mostrar que observava os mandamentos em relação a Deus e por isso Jesus pergunta-lhe apenas sobre os outros. De facto chama-o de Bom Mestre. Jesus responde que ninguém é bom senão Deus. Ora, se o jovem lhe chama bom, está a declarar que Jesus é Deus e que acredita nele.
E nós? Sabemos os mandamentos? Quais deles deixaria Jesus de perguntar por ver já realizados?
Pe. José David Quintal Vieira, scj
MEDITAR
A CIDADE ESTÁ VAZIA
Como está vazia a cidade,
Como está morta!
O inverno cava rugas,
Longas noites sem porta.
Utensílios sem mãos,
A cidade sem tempo,
A rua grita por pão,
Não tem a cidade emprego.
Mas como está tão vazia
E tão morta
É Paris que decide,
A banca é mais forte.
Mil braços abatidos,
Punhos florindo de raiva.
Mil empregos suprimidos,
A cidade sem trabalho.
Meu Deus, que cidade tão triste!
Como está morta!
O betão terrorista,
O provir que se deporta.
Viver de nada vale.
Sucumbimos ao medo.
Deitou-se vida aos cães
E o homem foi vendido.
In Viver de J. Debruynne
CONTO (422)
EXISTIR E VIVER
Um turista parou numa pequena aldeia. À entrada estava um modesto cemitério cercado de ciprestes. Entrou e começou a andar lentamente pelo meio das lápides brancas.
Começou a ler as inscrições. A primeira: «John Tareg, viveu 8 anos, 6 meses, 2 semanas, 3 dias». Uma criança tão nova sepultada naquele lugar… Curioso, leu a inscrição da lápide ao lado: «Denis Kalib, viveu 5 anos, 8 meses e 3 semanas». Uma a uma, começou a ler as lápides e as inscrições eram todas semelhantes. Ninguém tinha vivido 11 anos. Comoveu-se e começou a chorar.
Uma pessoa idosa que o viu a chorar em silêncio, perguntou-lhe se era da família de algum dos defuntos. O turista respondeu:
- Não, não sou daqui. Mas o que é que acontece nesta terra, que todos morrem tão novos?
Essa pessoa sorriu e disse:
- Vou explicar-lhe. Quando um jovem completa quinze anos, os pais dão-lhe um caderno como este que trago comigo. E é tradição que, todas as vezes que alguém vive intensamente alguma coisa, abre o caderno e toma nota do tempo que durou esse momento de intensa e profunda felicidade. Escrevem-se os meses, semanas e dias em que a pessoa sentiu que viveu verdadeiramente e foi feliz.
Quando a pessoa morre, pega-se no caderno e faz-se a soma de todo esse tempo. E é esse que fica gravado no seu túmulo.
In Bom dia, alegria de Pedrosa Ferreira
«A oração salvou-me a vida. Sem a oração teria ficado muito tempo sem fé.
Ela salvou-me do desespero. Com o tempo a minha fé aumentou e a necessidade de orar tornou-se mais irresistível…
A minha paz muitas vezes causa inveja. Ela vem-me da oração.
Eu sou um homem de oração.
Como o corpo se não for lavado fica sujo, assim a alma sem oração se torna impura.»
M. Gandhi
1º Ano -
Mariana Fernandes
2º Ano
- Bárbara Santos
3º Ano -
4º Ano
- Celestina Sousa
5º Ano -
6º Ano
- Iva e Ana Zoé
8º Ano
9º Ano
10º Ano
- Pe. Manuel António (quarta-feira após a escola)
«Deserto» espiritual ameaça humanidade
Ano da Fé e 50.º aniversário da abertura do Vaticano II apelam à redescoberta do legado conciliar face ao «vazio» da sociedade
Bento XVI desafiou os católicos a enfrentarem o avanço da "desertificação" espiritual que se espalhou pelo mundo, nas últimas décadas, e reafirmou a atualidade do trabalho realizado no Concílio Vaticano II (1962-1965), inaugurado há 50 anos.
“Qual seria o valor de uma vida, de um mundo sem Deus, já se podia perceber no tempo do Concílio a partir de algumas páginas trágicas da história, mas agora, infelizmente, vemo-lo todos os dias à nossa volta: é o vazio que se espalhou”, alertou o Papa, na homilia da Missa a que presidiu na Praça de São Pedro, para a inauguração do Anoda Fé, por ele proclamado no 50.º aniversário do Vaticano II.
In Agência Ecclesia
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"Jesus não ensinou o Pai Nosso aos discípulos como uma fórmula para estes repetirem de cor e de modo completo." (Calmeiro Matias)
Jesus não definiu a entoação certa ou o sotaque mais apropriado.
Cada um tem um dialeto feito de silêncios, de palavras, de cumplicidades.
Um dia, em Vila Nova de Gaia, o meu primo recebeu-me com um "bons olhos te beijam!" A resposta ao meu "Ãh?" não tardou: "És surda? Bons olhos te beijam!"
Soou-me a poesia. O sotaque tornou tudo mais bonito.
À semelhança do meu primo e do meu Pai, "aboli os vês" e digo:
Seja feita a tua bondade! A tua bondade, Pai! A tua bondade, Pai!
Quando Jesus partilhou com os discípulos o modo como conversava com o seu Pai, demorou-se a mostrar-lhes a confiança na bondade de Deus. Lucas fez chegar até nós a história do amigo que aparece fora d'horas e termina perguntando se um Pai poderá recusar o maior bem - a convivência e a intimidade do Espírito - aos seus filhos. (Lucas 11, 1-13)
"Este assunto da bondade de Deus é uma questão de sensatez. Ser sensato. Como pode existir Deus, se não for bom?" (José António Pagola)