Nº 1172

 

“CARTA FAMILIAR”

Este Boletim começou a ser publicado, nos molde atuais, em 2001.  Existia antes de eu vir para a paróquia de Santa Catarina da Calheta, em outros moldes, e saía apenas nos tempos fortes da vida da Igreja nesta paróquia.

Foi com a vinda do Pe. Hélder Cosme, que residiu durante um ano e meio no Passal da Calheta, a quem lancei a proposta de fazermos uma publicação semanal com as leituras  do domingo, uma breve reflexão sobre as mesmas, horários e intenções de missas, documentos da Igreja e breves notas de reflexão, que começou. Esta “Carta Familiar”

O Pe. Hélder aceitou o desafio e começamos nessa mesma semana.

Com o Pe. Nuno Maiato o Boletim mudou um pouco o seu formato, mas continuou a ser um meio de informação muito simples que era distribuído nas paróquias que trabalhavam “in solidum” das quais eu era o moderador, ou seja, nas paróquias onde ainda hoje é distribuído.

Como já não sou moderador e nem Ouvidor, não faz sentido este Boletim ser distribuído nas paróquias onde não tenho ação pastoral direta.

Assim, a “Carta Familiar” continuará a ser publicada e distribuída nas paróquias onde sou pároco atualmente ou seja: Manadas, Biscoitos, Calheta, Ribeira Seca, Portal e Fajã dos Vimes.

Foram quase vinte e cinco anos de uma presença em muitas paróquias da nossa Ilha com um serviço simples, humilde, mas com vontade de informar e refletir. Procurei ser útil no âmbito eclesial.

A “Carta Familiar” continuará no site da Internet  aberto a todos.

Agradeço a colaboração e acolhimento durante todos este anos.

Pe. Manuel António Santos

 

MEDITAR

  É de Deus quem dá um gole de vida

Mestre, esse homem não é um de nós. Aquele estranho que faz milagres, mas que não é membro do grupo; que melhora a vida das pessoas, mas talvez seja um pouco herético ou demasiadamente livre, fica bloqueado. E à frente da operação está João, o discípulo amado, o bom teólogo, "o filho do trovão", mas que ainda é filho de um coração pequeno, mordido pelo ciúme. "Não te é licito tornar o mundo melhor se não fores um de nós!"

A forma antes do conteúdo, a inscrição no grupo antes do bem, a ideia antes da realidade! Em vez disso, Moisés, na primeira leitura, dá uma resposta tão libertadora para aqueles que lhe falam sobre os dois que não são do grupo, mas profetizam: quem dera que todos fossem profetas ...

A resposta de Jesus, o homem sem fronteiras, é muito articulada e muito semelhante à de Moisés: Deixa-o fazer! Não traçar limites. O nosso objetivo não é aumentar o número de quem nos segue, mas fazer o bem crescer; aumentar o número daqueles que, de muitas maneiras diferentes, possam experimentar o Reino de Deus, que é alegria, liberdade e plenitude.

É bom ver que para Jesus a prova definitiva da bondade da fé não está na adesão teórica ao "nome", mas na sua capacidade de transmitir humanidade, alegria, saúde, vida. Quem dá um gole de vida é de Deus.

Isso coloca-nos serena e alegremente ao lado de tantos homens e mulheres, crentes ou não, mas que se preocupam com a vida e se apaixonam por ela, que são capazes de inventar milagres para trazer um sorriso ao rosto de alguém. O Evangelho chama-nos a «estar ao lado deles, sonhando uma vida juntos» (Evangelii gaudium, 74).

Quem lhe der um copo d'água ... não perderá sua recompensa.

Um pouco de água, um quase nada, algo tão simples e pobre que ninguém perde nada com isso.

Jesus simplifica a vida: todo o evangelho num copo d'água. Frente à invasão do mal, Jesus conforta: opõe ao mal o teu copo d'água; e depois confia: o pior não prevalecerá.

Moisés e Jesus, mestres da fé, convidam-nos não a colocar limites, mas a amar os horizontes, a olhar para além do pátio da casa, para todo o acampamento humano, para todo o caminho à frente: levantem os olhos, não veem quantas sementes do Espírito voam por toda parte?

Quantas pessoas lutam pela vida dos seus irmãos contra os demónios modernos: a poluição, a violência, as notícias falsas, a corrupção, a economia que mata? E mesmo que estejam fora de nosso acampamento, ainda são profetas. São eles que ouvem o clamor dos ceifeiros não pagos (Tiago 5: 4) e lhes dão a palavra, porque tudo o que diz respeito à aventura humana nos diz respeito. Porque todos são dos nossos e nós somos de todos.

 

Ermes Ronchi

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 

A ÁRVORE DO OUTONO

No outono eu sou a árvore da casa

e começo a recolher-me, a guardar

as últimas tranças do sol. Um frio ligeiro

arranha o pouco que tenho, as noites

começam a ser mais longas e as pessoas

que amava vão-se embora. É mais difícil

o início.

a ideia da ausência, do meu corpo sem folhas,

do que a ausência viva que habitará o inverno.

À minha frente, parada como eu, a árvore

da outra casa sofre a mesma agonia. E não falamos,

não aprendemos como se falam e abraçam,

as árvores no outono.

Teresa Agustín


 

INFORMAÇÕES

 

ABERTURA DO ANO DE CATEQUESE

A abertura do ano de catequese para toda a ilha de São Jorge,  será no próximo sábado, dia 5 de outubro, na Paróquia da Ribeira Seca.

O Programa do encontro;

10h00 - Acolhimento

11h00 - Missa

12h00 - Almoço Partilhado

13h30 – Atividades

Haverá autocarros a sair dos vários pontos da Ilha:

Autocarro 1 - Santo Amaro, Rosais, Beira e Nortes.

Autocarro 2 – Velas, Urzelina, Manadas, Biscoitos e Calheta.

Autocarro 3 – Topo.

Nota: Os autocarros saem às 9h00.

 

REUNIÃO DE PAIS

Haverá uma reunião para os pais que têm  os seus filhos a frequentar a catequese da Ribeira Seca no próximo dia 30 de setembro, na igreja paroquial, às 19 horas.

 

A catequese do 10º ano da Ribeira Seca e Biscoitos  na próxima terça-feira, na escola, às 17 horas em sala a indicar.

 

  

FESTA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO - RIBEIRA SECA

Tríduo - dias 2, 3 e 4 de outubro, missa às 19 horas.

Visita do pároco aos doentes - Segunda-feira, dia 30 de setembro, a partir das 10 horas,

Confissões - Quinta-feira, 3 de outubro, das 18 horas às 19 horas.

Festa - dia 6 de outubro com Eucaristia às 14 horas seguida de  procissão.


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Pensamento da Semana

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 SEJA FEITA A TUA BONDADE!

"Jesus não ensinou o Pai Nosso aos discípulos como uma fórmula para estes repetirem de cor e de modo completo." (Calmeiro Matias)

Jesus não definiu a entoação certa ou o sotaque mais apropriado.

Cada um tem um dialeto feito de silêncios, de palavras, de cumplicidades.

Um dia, em Vila Nova de Gaia, o meu primo recebeu-me com um "bons olhos te beijam!" A resposta ao meu "Ãh?" não tardou: "És surda? Bons olhos te beijam!"

Soou-me a poesia. O sotaque tornou tudo mais bonito.

À semelhança do meu primo e do meu Pai, "aboli os vês" e digo:

Seja feita a tua bondade! A tua bondade, Pai! A tua bondade, Pai!

Quando Jesus partilhou com os discípulos o modo como conversava com o seu Pai, demorou-se a mostrar-lhes a confiança na bondade de Deus. Lucas fez chegar até nós a história do amigo que aparece fora d'horas e termina perguntando se um Pai poderá recusar o maior bem - a convivência e a intimidade do Espírito - aos seus filhos. (Lucas 11, 1-13)

"Este assunto da bondade de Deus é uma questão de sensatez. Ser sensato. Como pode existir Deus, se não for bom?" (José António Pagola)

 

Eneida Costa

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