Nº 1169

 

(Algumas) Bem-Aventuranças de Nossa Senhora

Em setembro, celebramos Nossa Senhora em três datas: Dia 8 – a sua Natividade; Dia 12 – o seu Santíssimo Nome; Dia 15 – Nossa Senhora das Dores.

Ela é a Senhora Nossa. É Ela a medianeira e a auxiliadora de todos os povos da Terra, como exemplo para nós.

As Bem-Aventuranças em Nossa Senhora

«Maria viveu como ninguém as bem-aventuranças de Jesus. É Aquela que estremecia de júbilo na presença de Deus, Aquela que conservava tudo no seu coração e Se deixou atravessar pela espada. É a mais abençoada dos santos entre os santos, Aquela que nos mostra o caminho da santidade e nos acompanha.» (Papa Francisco, exortação apostólica Alegrai-vos e exultai, n.º 176)

1ª – A fé de Maria em momentos de escuridão. Ela prefere confiar em Deus; um Deus que nos ama incondicionalmente, um Deus que quis estabelecer a sua presença entre nós e que deseja mantê-la através da comunidade dos seus discípulos, que é a Igreja.

2ª – O facto de Nossa Senhora jamais ter deixado de amar. Nunca esteve contra ninguém: inclusive quando viu, com os seus próprios olhos, o seu Filho, Jesus Cristo, a morrer na cruz, continuou a amar. Aceitou o pedido d’Ele para ser a Mãe de todos os viventes e tornou isso visível ao acolher o apóstolo João.

3ª – A sua simplicidade. Maria tornou natural aquilo que era sobrenatural, fácil o que era difícil, simples o que era complicado, costumeiro o que era extraordinário.

4ª – A grandeza da sua humildade. Aceitou ser Mãe de Deus sem Se vangloriar; em vez disso, pôs-se ao serviço, levando apressadamente Jesus aos outros e cantando as maravilhas de Deus.

5ª – A obediência. Não pretendeu determinar o modo de seguir a Deus, mas deixou que o seu Senhor dispusesse d’Ela como entendesse.

6ª – A fidelidade da Virgem, mesmo nos sofrimentos, e a sua força. Foi capaz de carregar a sua cruz. Sempre. Sem duvidar. Sem contestar. Sem resistir.

7ª – A presença. Teve força para suportar os sofrimentos e sabedoria para ver a vitória de Deus. Permaneceu junto à Cruz de seu filho, conforme lhe pedia o seu coração de Mãe – ou seja, de pé – e manteve-se unida à comunidade cristã,  assim como assídua à Eucaristia e à caridade fraterna.

 

Fraternitas Movimento

 

MEDITAR

«Effta» Abre-te

 

 Trouxeram um homem surdo e mudo a Jesus. Um homem prisioneiro do silêncio, uma vida sem palavras e sem música, mas que não naufragou, porque foi acolhido num círculo de amigos, que cuidam dele: e o conduzem a Jesus. A cura começa quando alguém põe a mão na humaníssima arte do acompanhamento.

E imploraram que lhe impusesse as mãos. Mas Jesus faz muito mais, não lhe basta impor as mãos num gesto hierático, quer mostrar o excesso e a proximidade de Deus: puxou-o para um lado, longe da multidão: “Só eu e tu, agora só tu contas e, neste momento ninguém é mais importante”. Eu imagino-os face a face, e Jesus segurando aquele rosto nas suas mãos.

Seguem-se gestos muito corporais e delicados: Jesus colocou os dedos nos ouvidos do surdo. Os dedos: como o escultor que modela delicadamente o barro que trabalha. Como uma carícia. Não há palavras, apenas a ternura dos gestos.

Depois, com a saliva, toca a sua língua. Gesto íntimo e envolvente: dou-te qualquer coisa de mim, algo que está na boca do homem, junto com a respiração e a palavra, símbolos de vida.

Evangelho de contactos, cheiros, sabores. O contacto físico não desagrava a Jesus, muito pelo contrário. E os corpos tornam-se um lugar sagrado de encontro com o Senhor, um laboratório do Reino. A salvação não é estranha aos corpos, passa por eles, que não são caminhos do mal, mas "atalhos divinos" (J.P.Sonnet).

Então, olhando para o céu, solta um suspiro. Um suspiro não é um grito que exprime força, não é um soluço, mas o sopro de esperança, calma e humilde, o suspiro do prisioneiro (Sl 102,21), e Jesus é também ele prisioneiro com aquele homem.

E diz-lhe: Effatà, abre-te! Em aramaico, no dialeto de casa, na língua materna, a partir das raízes: abre-te como se abre uma porta para o hóspede, uma janela para o sol, os braços para o amor. Abram-se para os outros e para Deus, mesmo com as feridas, pelas quais a vida sai e a vida entra. Se abrires a tua porta, a vida vem.

Uma vida curada é aquela que se abre para os outros: e imediatamente os seus ouvidos se abriram, o nó da língua foi desatado e falou corretamente. Primeiro os ouvidos. Porque o primeiro serviço a ser prestado a Deus e ao homem é sempre ouvir. Se não conseguem ouvir, perdem a fala, ficam mudos ou falam sem tocar o coração de ninguém.

Talvez a afasia da igreja, hoje, dependa do facto de não sabermos ouvir, Deus e o homem. Pormenor eloquente: só quem escuta pode falar. Dom a pedir incansavelmente, pelos surdos-mudos que nós somos: dá-nos, Senhor, um coração que escuta (cf. 1 Rs 3, 9). Então nascerão pensamentos e palavras com cheiro de céu.

Ermes Ronchi

 

Setembro...

Mês de recomeços. Dos recomeços que fazem parte do dia a dia de cada um. Regressar aos mesmos locais,  às mesmas pessoas, às rotinas mais comuns e que também ajudam a organizar a vida.

No tempo de paragem, coloca-se muitas vezes a vida em perspetiva. Reavalia-se crenças, emoções, pensamentos, ações.

Assim setembro, para tantos, também traz recomeços internos.

Recomeçar pressupõe abrir a mente e coração. Largar o velho que só ocupa espaço e já não nos acrescenta. Que apenas nos limita e não nos deixa ver, sentir, agir, expandir a alma.

O tempo é agora e é este.

Agradecer todas as aprendizagens e experiências que nos trouxeram até aqui. Das mais pequenas às maiores. Das mais simples às mais complexas. 

Recomeçar pressupõe mais consciência de si, do outro, do todo que nos rodeia.

Recomeçar pressupõe novos limites. Daqueles que não nos limitam, mas nos permitem existir tal como nos recomeçamos.

Recomeçar é desfrutar do que vem.

Estarmos presentes na vida tal como somos. Deixar ir as máscaras que não nos protegem e só nos aprisionam a uma realidade que não é nossa.

Despir o que nos pesa e amar a vida. 

Recomeçar permite-nos estar nos mesmos lugares com amor, com as mesmas pessoas com amor e ver o que sempre vimos com um novo olhar. 

Setembro... lugar do (meu e teu) reencontro.

Carla Correia

  PENSAMENTO DA SEMANA

 A Fé é a experiência de confiança em Deus pela qual nos sentimos seguros de que não esperamos nem amamos em vão.

A Fé é um Espanto diante da Beleza de Deus e da Vida.

A Fé é um Desconforto diante do Sofrimento, um Incómodo diante da Injustiça.

A Fé é uma Inimizade com o Mal.

A Fé é uma Esperança, uma Atração pelo Futuro de Deus que é a Plenitude dos Homens!

A Fé é uma Revelação do Agir de Deus a fecundar o húmus da História,

um Encantamento pela Vitalidade do Poema Criador que a Sua Boca não cessa de Fazer.

A Fé é uma Narrativa de Boas Notícias e surpresas de Salvação.

A Fé é um pôr-se-a-jeito do Deus que Vem, que passa, visita o Seu Povo.

 

Rui Santiago Cssr


 INFORMAÇÕES

 

  FESTA DE NOSSA SENHORA DAS DORES

 

FAJÃ DO OUVIDOR

Tríduo - 11, 12 e 13 de setembro às 20h00 horas.

Festa dia 15 de setembro - Eucaristia de festa às 11:30 horas, procissão às 19 horas.

Será recitado o terço na Ermida, a partir do dia 8 de setembro, às 19 horas.

 


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Agenda Pastoral

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Nº 1173

Pensamento da Semana

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 SEJA FEITA A TUA BONDADE!

"Jesus não ensinou o Pai Nosso aos discípulos como uma fórmula para estes repetirem de cor e de modo completo." (Calmeiro Matias)

Jesus não definiu a entoação certa ou o sotaque mais apropriado.

Cada um tem um dialeto feito de silêncios, de palavras, de cumplicidades.

Um dia, em Vila Nova de Gaia, o meu primo recebeu-me com um "bons olhos te beijam!" A resposta ao meu "Ãh?" não tardou: "És surda? Bons olhos te beijam!"

Soou-me a poesia. O sotaque tornou tudo mais bonito.

À semelhança do meu primo e do meu Pai, "aboli os vês" e digo:

Seja feita a tua bondade! A tua bondade, Pai! A tua bondade, Pai!

Quando Jesus partilhou com os discípulos o modo como conversava com o seu Pai, demorou-se a mostrar-lhes a confiança na bondade de Deus. Lucas fez chegar até nós a história do amigo que aparece fora d'horas e termina perguntando se um Pai poderá recusar o maior bem - a convivência e a intimidade do Espírito - aos seus filhos. (Lucas 11, 1-13)

"Este assunto da bondade de Deus é uma questão de sensatez. Ser sensato. Como pode existir Deus, se não for bom?" (José António Pagola)

 

Eneida Costa

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