Nº 1067

 

A ARTE DE EDUCAR

“Há quem afirme que a tragédia mais grave da sociedade contemporânea é a crise da relação educativa. Os pais cuidam dos seus filhos e os professores ensinam os seus alunos, mas em muitos lares e escolas perdeu-se o “espírito da educação”.

Uma sociedade que não sabe educar as novas gerações não conseguirá ser mais humana, por maiores que sejam os seus avanços tecnológicos e resultados económicos. Para o crescimento humano, os educadores são mais importantes e decisivos do que os políticos, os técnicos ou os economistas.

Educar não é instruir, doutrinar, mandar, obrigar, impor ou manipular. Educar é a arte de aproximar-se da criança, com respeito e amor, para ajudá-la para que desabroche nela uma vida verdadeiramente humana.

A educação está sempre ao serviço da vida. O verdadeiro educador é o que sabe despertar toda a riqueza e possibilidades existentes na criança. O que sabe estimular e fazer crescer nela, não só as suas aptidões físicas e mentais, mas também o melhor do seu mundo interior e o sentido gozoso e responsável da vida. A célebre educadora M. Danielou dizia que “a criança mais humilde tem direito a uma certa iniciação à vida interior e à reflexão pessoal”.

Quando as instituições educativas afogam o “gosto pela vida”, e quem ensina se limita a transmitir de modo disciplinado o conjunto das matérias que lhe foram atribuídas, ali perde-se “o espírito da educação”. (…)

Na relação educativa há além disso um clima de alegria, pois a alegria é sempre um “sinal de criação” e, por isso, um dos principais estímulos do acto educativo. Escrevia Simone Weil: “A inteligência não pode ser estimulada senão através da alegria. Para que exista desejo tem de haver prazer e alegria. A alegria de aprender é tão necessária para os estudos como a respiração para os atletas”

Por estes dias abrirão escolas, colégios e centros de ensino. Milhares de crianças voltarão novamente para os seus professores e orientadores. Quem terá a sorte de encontrar-se com um verdadeiro educador ou educadora? Quem as acolherá com o respeito e a solicitude daquele que um dia abraçou uma delas e disse: “Quem acolhe uma criança como esta em meu nome acolhe-me a mim”? (Cf. Mc 9, 30-37)

José Antonio Pagola

 

MEDITAR

 

Dinheiro

A sociedade que conheceu Jesus era muito diferente da nossa. Apenas as famílias poderosas de Jerusalém e os grandes senhores de Tiberíades podiam acumular moedas de ouro e prata. Os camponeses só podiam ficar com algumas moedas de bronze ou cobre, de escasso valor. Muitos viviam sem dinheiro, intercambiando produtos num regime de pura subsistência.

Nesta sociedade, Jesus fala do dinheiro com uma frequência surpreendente. Sem terras nem trabalho fixo, sua vida itinerante de Profeta dedicado à causa de Deus permite-lhe falar com total liberdade. Por outra parte, o seu amor aos pobres e a sua paixão pela justiça de Deus urgem-no a defender sempre os mais excluídos.

Fala do dinheiro com uma linguagem muito pessoal. Chama-lhe espontaneamente «dinheiro injusto» ou «riquezas injustas». Ao que parece, não conhece «dinheiro limpo». A riqueza daqueles poderosos é injusta porque foi amassada de forma injusta e porque desfrutam sem a compartilhar com os pobres e os famintos.

Que pode fazer quem possui estas riquezas injustas? Lucas conservou umas palavras curiosas de Jesus. Apesar de que a frase pode resultar algo obscura pela sua concisão, o seu conteúdo não deve cair no esquecimento. «Eu vos digo: Ganhai amigos com o dinheiro injusto para que quando os falte, os recebam nas moradas eternas».

Jesus está dizendo assim aos ricos: «Utilizai a vossa riqueza injusta em ajudar os pobres; ganhai a sua amizade partilhando com eles os vossos bens. Eles serão vossos amigos e, quando na hora da morte o dinheiro não vos sirva já para nada, eles vos acolherão na casa do Pai». Dito com outras palavras: a melhor forma de «branquear » o dinheiro injusto ante Deus é partilhá-lo com os seus filhos mais pobres.

Suas palavras não foram bem acolhidas. Lucas  disse-nos que «estavam ouvindo estas coisas uns fariseus, amantes das riquezas, e escarneceram dele». Não entendem a mensagem de Jesus. Não lhes interessa ouvir falar de dinheiro. A eles só lhes preocupa conhecer e cumprir fielmente a lei. A riqueza considera-se como um sinal de que Deus abençoa a sua vida.

Apesar de vir reforçada por uma larga tradição bíblica, esta visão da riqueza como sinal de bênção não é evangélica. Há que o dizer em voz alta porque há pessoas ricas que de forma quase espontânea pensam que o seu êxito económico e a sua prosperidade é o melhor sinal que Deus aprova a sua vida.

Um seguidor de Jesus não pode fazer qualquer coisa com o dinheiro: há um modo de ganhar dinheiro, de gastá-lo e de desfrutá-lo que é injusto, pois esquece os mais pobres.

José Antonio Pagola

 

Maria de Nazaré

Há pessoas de quem não nos é contado passado,

mas sabemos que abriram futuros ao mundo.

 

Há maneiras de viver que semeiam na história

de muitas pessoas coisas boas e esperançosas.

 

Há pessoas tão bonitas que o mais importante que temos a dizer delas é o que elas deixaram de herança no mundo.

 

Há maneiras de viver tão fecundas que nem a morte pode com elas!

 

ERA UMA VEZ uma pessoa assim,

uma mulher bonita,

que viveu na Galileia e se chamava Maria.

Não nos foi contada nenhuma história do seu passado.

O seu feito mais famoso foi ter sido Mãe.

A obra mais famosa da sua vida é o seu filho Jesus.

As mães entendem isto muito bem.

Rui Santiago cssr, in Contar, 2018

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 

Quando Jesus diz «Eis o teu filho», indica alguém que caminha ao nosso lado na existência.

Quando acrescenta «Eis a tua mãe», indica alguém que, um dia, nos socorrerá, nos ajudará a viver: inumeráveis pequenas mães da nossa existência, os muitos samaritanos, quem quer que ainda agora nos apoie na vida.

Filho e mãe para cada criatura: é este o homem de Deus.

Filho e mãe para cada vida: é este todo aquele que pertence a Cristo.

No fundo, a única heresia é a indiferença.

Ermes Ronchi, in As casas de Maria


 

INFORMAÇÕES

 

 

FESTA DE SÃO MATEUS - URZELINA

Dia 25 de setembro - Eucaristia às 17 horas, seguida de procissão.

 

FESTA DE SANTA RITA DE CÁSSIA

MANADAS

Dia 25 de setembro - Eucaristia de festa às 11 horas seguida de procissão.

 

FESTA DO BOM JESUS

FAJÃ GRANDE

Tríduo: 21, 22 e 23 de setembro às 20 horas.

Festa dia 25 de setembro:

                        - Eucaristia de festa às 16 horas seguida de arrematações e  procissão.


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Pensamento da Semana

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 

Não se caminha quando não se acredita.
Não se estende a mão quando não se ama.
Não se muda quando nada se espera.

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