Nº 450

 

DORES

 

“A mim agrada-me mais uma religião com sabor a alegria, a felicidade.”

Era assim a conversa na preparação da festa de Nª Sr.ª das Dores da Fajã do Ouvidor. E lá se foram enchendo de razões sobre estas questões de religião.

A vida é feita, também, destas coisas… refiro-me às dores. Não é só alegria e felicidade. Antes assim fosse. Todos experimentamos a limitação, a fragilidade e dai vêm os sofrimentos que custam a suportar muitas vezes.

Vi num folheto as sete dores atribuídas a Nossa Senhora: 1ª A profecia de Simeão; 2ª A perseguição de Herodes e a fuga para o Egipto; 3ª A perda do Menino Jesus no Templo; 4ª O encontro com o Filho, carregando com a cruz, a caminho do Calvário; 5ª A crucifixão de Jesus; 6ª Quando recebe nos seus braços a Jesus, descido da cruz; 7ª Quando depositou Jesus no túmulo, ficando ela em triste solidão. Estas são as dores que representam muitas outras que ela teve.

Nós, também, encontramos na vida muitas dores que são difíceis de entender e suportar, principalmente aquelas que nos são provocadas pela falta de entendimento, por difamação, por mentiras. Como nos custam devemos entender que quando as provocamos aos outros lhes são igualmente penosas e, por isso, devemos fazer todo o possível por as evitarmos.

Quem me dera que a vida fosse sempre alegre e feliz. E o ensino de Jesus vai mais neste sentido. Ele aproxima- se dos pobres para lhes dar força e ânimo, toca nos doentes, permite que os cegos vejam…

Jesus pede que usemos de caridade acima de tudo e a ela dá a maior importância. Quando se trata de questões de amor Ele repete-as e em questões de oração não as repete para aprendermos que o que Ele nos pede em primeiro lugar é o amor para com o próximo. Ele dá o exemplo de máximo amor dando até a própria vida.

A vida quando é feita destas coisas torna-se mais alegre e feliz porque o amor gera mais amor, ao passo que o ódio e rancor gera mais infelicidade. A questão é avaliarmos de que lado é que nos encontramos, se do lado de Cristo ou do amor, se do lado da infelicidade.

As festas servem para fazermos uma reflexão séria sobre a nossa vida. Muita gente procura esta espécie de breve retiro nos tempos das festas do seu lugar e fazem-no com muita seriedade e profundidade. E isto serve para conhecermos a nossa interioridade e o sentido da vida que vamos tendo.

Esta semana temos as festas de Nossa Senhora das Dores e de São Mateus na Urzelina. É a oportunidade para procurarmos aperfeiçoar o caminho de alegria e felicidade.

Pe Manuel António

 

XXV DOMINGO DO TEMPO COMUM

Tema:

A liturgia sugere-nos, hoje, uma reflexão sobre o lugar que o dinheiro e os outros bens materiais devem assumir na nossa vida. De acordo com a Palavra de Deus que nos é proposta, os discípulos de Jesus devem evitar que a ganância ou o desejo imoderado do lucro manipulem as suas vidas e condicionem as suas opções; em contrapartida, são convidados a procurar os valores do “Reino”.

Na primeira leitura, o profeta Amós denuncia os comerciantes sem escrúpulos, preocupados em ampliar sempre mais as suas riquezas, que apenas pensam em explorar a miséria e o sofrimento dos pobres. Amós avisa: Deus não está do lado de quem, por causa da obsessão do lucro, escraviza os irmãos. A exploração e a injustiça não passam em claro aos olhos de Deus.

O Evangelho apresenta a parábola do administrador astuto. Nela, Jesus oferece aos discípulos o exemplo de um homem que percebeu como os bens deste mundo eram caducos e precários e que os usou para assegurar valores mais duradouros e consistentes… Jesus avisa os seus discípulos para fazerem o mesmo.

Na segunda leitura, o autor da Primeira Carta a Timóteo convida os crentes a fazerem do seu diálogo com Deus uma oração universal, onde caibam as preocupações e as angústias de todos os nossos irmãos, sem excepção. O tema não se liga, directamente, com a questão da riqueza (que é o tema fundamental da liturgia deste domingo); mas o convite a não ficar fechado em si próprio e a preocupar-se com as dores e esperanças de todos os irmãos, situa-nos no mesmo campo: o discípulo é convidado a sair do seu egoísmo para assumir os valores duradouros do amor, da partilha, da fraternidade

(Dehonianos)

MEDITAR

Nascemos, nascemos, nascemos

 

Enganam-se os que pensam que só nascemos uma vez.

Para quem quiser ver a vida está cheia de nascimentos.

Nascemos muitas vezes ao longo da infância

quando os olhos se abrem em espanto e alegria.

Nascemos nas viagens sem mapa que a juventude arrisca.

Nascemos na sementeira da vida adulta,

entre Invernos e Primaveras maturando

a misteriosa transformação que coloca na haste a flor

e dentro da flor o perfume do fruto.

Nascemos muitas vezes naquela idade

onde os trabalhos não cessam, mas reconciliam-se

com laços interiores e caminhos adiados.

 

Enganam-se os que pensam que só nascemos uma vez.

Nascemos quando nos descobrimos amados e capazes de amar.

Nascemos no entusiasmo do riso e na noite de algumas lágrimas.

Nascemos na prece e no dom.

Nascemos no perdão e no confronto.

Nascemos em silêncio ou iluminados por uma palavra.

Nascemos na tarefa e na partilha.

Nascemos nos gestos ou para lá dos gestos.

Nascemos dentro de nós e no coração de Deus.

 

O que Jesus nos diz é: "Também tu podes nascer",

pois nós nascemos, nascemos, nascemos.  

 José Tolentino Mendonça

 

CONTO (320)

 

OS POBRES E OS HUMILDES

Quando caminhava no deserto, Moisés viu um pastor. Ajudou-o a mugir as ovelhas e, ao entardecer, viu que levava um recipiente com leite do melhor e o colocava atrás de uma rocha. Só depois ia descansar.

Moisés perguntou-lhe para quem era esse leite e ele respondeu:

- É para Deus.

Moisés perguntou-lhe:

- E Deus bebe-o?

O humilde pastor disse que sim, que acreditava que Deus também tinha sede e necessitava de beber.

Então Moisés quis explicar-lhe que Deus é puro espírito e, por conseguinte, não bebe leite. E recomendou-lhe que fosse espreitar durante a noite se via Deus a beber o leite.

Ele foi observar e viu que quem bebia o leite era uma pequena raposa. Ficou triste e disse a Moisés:

- Tens razão. Mas eu apenas queria mostrar a Deus o meu grande amor.

Na noite seguinte, Deus apareceu a Moisés e disse-lhe:

- Fizeste mal. É verdade que sou um puro espírito, mas aceito com prazer o leite, como sinal de amor. Mas, como não preciso dele, dou-o a uma pequena e gulosa raposa.

in, Bom dia, alegria de Pedrosa Ferreira

 

 

A maior força consiste em reconhecer a própria fraqueza.

C.Barreau

De nada serve ao homem queixar-se dos tempos em que vive. A única coisa boa que pode fazer é tentar melhorá-los.

Thomas Carlyle

Duas coisas indicam fraqueza – calar-se quando é preciso falar, e falar quando é preciso calar-se.

Provérbio persa    

 


 

CONVITE

António e Maria Alice convidam as comunidades de Calheta e Biscoitos para as “Sopas do Divino Espírito Santo” que serão servidas na Associação dos Bombeiros Voluntários da Calheta, no próximo Domingo, dia 26 de Setembro, a partir das 11 horas.

 

FESTA DE NOSSA SENHORA DA BOA VIAGEM

A festa de Nª Srª da Boa Viagem do Portal teve a receita de 1.325 €.

 

Ajudar a combater a pobreza pelo multibanco

Para ajudar os mais pobres a enfrentar a crise, a Comissão Episcopal da Pastoral Social criou o «Fundo de Solidariedade Social» (FSS). Através do multibanco qualquer cidadão pode aumentar os valores deste fundo de solidariedade. Para tal, basta colocar o dígito 2 em todos os campos (entidade e referência). Depois é escolher o montante a doar. Poderá também utilizar a transferência bancária através do NIB 003300000109004015012.

Desde Julho, data da criação do FSS, até meados de Setembro foram depositados cerca de 35 mil Euros na conta bancária destinada para estes fins. A gestão do fundo foi delegada à Caritas Portuguesa, Sociedade S. Vicente de Paulo, Comissão Nacional Justiça e Paz e a Comissão Justiça e Paz dos Religiosos.


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Nº 1149

Pensamento da Semana

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 

Jesus veio ensinar-nos a conhecermo-nos tais como somos,
com a nossa vocação profunda para o amor,
com todos os nossos dons,
com toda a beleza que está em nós,
mas também com tudo o que está ferido,
com tudo o que é frágil,
com tudo o que é pobre.

Jean Vanier, in A Fonte das Lágrimas

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