Nº 794
SÃO JORGE
As circunstâncias da sua morte devem ter sido espetaculares para os Orientais lhe terem sempre chamado “o grande Mártir” e para que a sua pessoa se tenha tornado tão depressa lendária. Figura entre os 14 Santos Auxiliadores (8 de agosto).
Quanto ao culto, não há outro mais antigo nem mais espalhado. Já no princípio do século IV, lhe levantava Constantino uma igreja.
Entre as lendas que se contam a respeito deste mártir, a mais conhecida é a do dragão. Este animal temível vivia num lago perto de Silene, na Líbia. Exércitos inteiros foram enviados contra ele, mas não conseguiram exterminá-lo. De vez em quando, deixava o lago e, vomitava fogo, aniquilava tudo o que no caminho encontrava. Para o apaziguarem, acabaram por lhe levar todos os dias duas ovelhas para as suas refeições. Quando lhe faltavam as ovelhas, era preciso oferecer-lhe raparigas, que eram tiradas à sorte… ou à desventura. Tinha a desventura caído sobre a filha do rei, quando aconteceu chegar a essa região Jorge, tribuno militar. Movido de compaixão, fez o sinal da cruz, partiu a cavalo em direção ao dragão, que já avançava de boca aberta, e atravessou-o com a lança. Fez a seguir a essa gente idólatra um belo sermão, depois do qual o rei e todos os súbditos se converteram e pediram o batismo.
O príncipe ofereceu grande soma de dinheiro ao salvador da cidade e da filha, mas Jorge distribuiu-o pelos pobres e continuou o seu caminho, sem nada querer para si.
Alguns hipercríticos, tentaram provar a inexistência de S. Jorge, mas considera-se que perderam o tempo. Julga-se que foi em Lida (Palestina), no fim do século III, que ele morreu pela fé. Manter porém a sua existência não é o mesmo que aceitar todas as lendas que lhe floreiam a vida.
Quanto ao desenvolvimento do culto em Portugal assim nos informa o Pe. Miguel de Oliveira: “O auxílio prestado pelo Duque de Lencastre, filho de Eduardo III de Inglaterra, a el-rei D. Fernando na luta contra Castela, trouxe-nos daquele país um incremento de devoção a S. Jorge. O grito de “S. Jorge” substitui na guerra, para os portugueses, o de S. Tiago, até então usado em toda a Península. No lugar onde esteve içada a bandeira portuguesa por ocasião da batalha de Aljubarrota, fundou-se em 1388 uma ermida dedicada a S. Jorge. Em 1387, começou a incorporar-se na procissão do Corpo de Deus, por ordem de D. João I, a imagem do mesmo Santo a cavalo”.
Do Livro “Santos de cada dia”
II DOMINGO DE PÁSCOA
A liturgia deste domingo apresenta-nos essa comunidade de Homens Novos que nasce da cruz e da ressurreição de Jesus: a Igreja. A sua missão consiste em revelar aos homens a vida nova que brota da ressurreição.
Na primeira leitura temos, na “fotografia” da comunidade cristã de Jerusalém, os traços da comunidade ideal: é uma comunidade fraterna, preocupada em conhecer Jesus e a sua proposta de salvação, que se reúne para louvar o seu Senhor na oração e na Eucaristia, que vive na partilha, na doação e no serviço e que testemunha – com gestos concretos – a salvação que Jesus veio propor aos homens e ao mundo.
No Evangelho sobressai a ideia de que Jesus vivo e ressuscitado é o centro da comunidade cristã; é à volta d’Ele que a comunidade se estrutura e é d’Ele que ela recebe a vida que a anima e que lhe permite enfrentar as dificuldades e as perseguições. Por outro lado, é na vida da comunidade (na sua liturgia, no seu amor, no seu testemunho) que os homens encontram as provas de que Jesus está vivo.
A segunda leitura recorda aos membros da comunidade cristã que a identificação de cada crente com Cristo – nomeadamente com a sua entrega por amor ao Pai e aos homens – conduzirá à ressurreição. Por isso, os crentes são convidados a percorrer a vida com esperança (apesar das dificuldades, dos sofrimentos e da hostilidade do “mundo”), de olhos postos nesse horizonte onde se desenha a salvação definitiva.
Dehonianos
MEDITAR
Quando puderes, recomeça!
Quando puderes, recomeça. Faz outra vez. Esquece o que te fez andar para trás e anda para a frente.
Quando puderes, recomeça. Decide como se fosse a primeira vez. Prepara-te como se fosse a primeira aventura. Olha como se fosse o primeiro de todos os dias.
Quando puderes, recomeça. Sem atropelar o que te fez chegar até aqui e sem perder o que te há de levar onde ainda não sabes que vais chegar.
Quando puderes, recomeça. Faz do medo uma pulseira e usa-o preso ao braço para te lembrares sempre que és tu que o prendes e nunca ele que te prende a ti.
Quando puderes, recomeça. Faz da dúvida um pássaro de origami e deixa-o voar num qualquer céu que não seja o teu. Que não sejas tu.
Quando puderes, recomeça. Respira fundo e levanta-te sempre como quem nunca chegou a cair.
Quando puderes, recomeça. Desiste do que te fez e faz andar em círculos e agarra o que te vai fazer quebrar a corrente.
Quando puderes, recomeça. Espera que a maré suba e mergulha como quem recebe o que a vida tiver para oferecer.
Quando puderes, recomeça. Leva aos outros o que achas que te deviam ter trazido a ti.
Quando puderes, recomeça. Solta as amarras do que te faz recuar.
Quando puderes, recomeça. Duvida do que pensas ser teu para sempre. Duvida das promessas e das garantias. Duvida da perfeição. Duvida de quem nunca tem dúvidas.
Quando puderes, recomeça. Põe sempre um pé atrás mas nunca ponhas os dois.
Quando puderes, recomeça. Surpreende-te com o que já tinhas visto e deslumbra-te com o que fez sempre parte de ti.
Quando puderes, recomeça. Aprende palavras novas. Aprende as pessoas. Aprende os países que visitares. Principalmente o teu.
Quando puderes, recomeça e prepara-te para descobrir que, afinal, ainda não sabes nada.
Quando puderes, recomeça. Como quem não tem medo de nascer outra vez.
Marta Arrais
CONTO (650)
AS MELHORES SEMENTES
Era uma vez um empresário agricultor que participava todos os anos na feira da agricultura da cidade. E vencia, ano após ano, o trofeu Milho do Ano. Mais, o seu milho era cada vez melhor.
Numa ocasião, um jornalista perguntou ao agricultor campeão qual era o segredo para cultivar tão qualificado e valioso cereal. E o fazendeiro respondeu-lhe que partilhava boa parte das melhores sementes da plantação de milho com os vizinhos.
- Como pode o senhor partilhar as melhores sementes com os seus vizinhos, quando eles estão a competir diretamente com o senhor?
- Você não sabe? É simples: o vento apanha o pólen do milho maduro e leva-o de campo para campo. Se os meus vizinhos cultivarem milho inferior ao meu, a polinização degradará continuamente a qualidade do meu milho. Mas se eu quiser cultivar milho bom, tenho de os ajudar a cultivar o melhor milho, cedendo-lhes as melhores sementes.
E o jornalista percebeu que também é assim que se cultiva a amizade e a paz: aqueles que querem viver felizes e em concórdia têm de partilhar com os outros os seus melhores sentimentos.
Revista “Audácia”
A misericórdia perfura os irremediáveis da história, a misericórdia nunca cruza os braços, nunca descorçoa, a misericórdia insiste junto do outro. (...) A misericórdia é uma arte pequenina, é uma arte humilde, é uma arte frágil. A compaixão é o quase nada. Mas em tantos momentos da nossa vida nós dependemos dessa coisa pequenina que é a compaixão, que é a misericórdia, que é o amor, que é a amizade, que é a caridade de estar próximo, que é um alívio das dores só com um olhar, só com um pequeno gesto, só com uma palavra. Isso é alguma coisa que todos nós temos, essa capacidade em nós.
José Tolentino Mendonça
INFORMAÇÕES
RECITAL DE ÓRGÃO (No Órgão antigo da Igreja)
Na Igreja Matriz de Calheta, no dia 29 de abril, pelas 21 horas. Será executado pelo organista José Carlos Araújo.
CLÍNICA DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DA CALHETA
A Direção da Associação de Bombeiros Voluntários da Calheta informa que estará na Clínica da Instituição o Dr. Rui Amaral, especialista em imagiologia e radiologia, nos dias 23 e 24 de abril; Dr.ª Alexandra Dias, pediatra, no dia 6 de Maio; Dr.ª Maria Graça Almeida, ginecologista e obstetra, em maio; Dr.ª Renata Gomes, cardiologista, em maio; Dr.ª Paula Pires, neurologista e neuro-pediatra, em julho; Dr. Brasil Toste, otorrinolaringologista, em julho; Dr. Carlos Aguilar, oftalmologista, data por estabelecer; Dr.ª Lourdes Sousa, dermatologista, em agosto; Elisabel Barcelos, psicóloga clínica e formadora, nas áreas de avaliação psicológica de condutores (testes psicotécnicos), avaliação psicológica, acompanhamento psicológico e formação em temas ligados à saúde mental e/ou psicologia, às quintas e sextas.
Os interessados podem fazer as suas marcações para os números 295 460 110/ 295460111.
IRMANDADE DO DIVINO ESPÍRITO SANTO DA VILA DA CALHETA
Pagamento de quotas e entrega de prémios para o bazar, a partir do dia 2 de maio, na sede da Irmandade, às terças e quintas-feiras das 16:30 às 18:30 horas e domingos das 10 às 12 horas.
Faça download desta Carta Familiar em formato PDF: Nº 794
Agenda Pastoral
Destaque
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Nº 1173Pensamento da Semana
PENSAMENTO DA SEMANA
SEJA FEITA A TUA BONDADE!
"Jesus não ensinou o Pai Nosso aos discípulos como uma fórmula para estes repetirem de cor e de modo completo." (Calmeiro Matias)
Jesus não definiu a entoação certa ou o sotaque mais apropriado.
Cada um tem um dialeto feito de silêncios, de palavras, de cumplicidades.
Um dia, em Vila Nova de Gaia, o meu primo recebeu-me com um "bons olhos te beijam!" A resposta ao meu "Ãh?" não tardou: "És surda? Bons olhos te beijam!"
Soou-me a poesia. O sotaque tornou tudo mais bonito.
À semelhança do meu primo e do meu Pai, "aboli os vês" e digo:
Seja feita a tua bondade! A tua bondade, Pai! A tua bondade, Pai!
Quando Jesus partilhou com os discípulos o modo como conversava com o seu Pai, demorou-se a mostrar-lhes a confiança na bondade de Deus. Lucas fez chegar até nós a história do amigo que aparece fora d'horas e termina perguntando se um Pai poderá recusar o maior bem - a convivência e a intimidade do Espírito - aos seus filhos. (Lucas 11, 1-13)
"Este assunto da bondade de Deus é uma questão de sensatez. Ser sensato. Como pode existir Deus, se não for bom?" (José António Pagola)
Eneida Costa
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