Nº 613
A MORTE E O SENTIDO DA VIDA (incompleto)
Morrer…
Eis a derradeira possibilidade de voltar a nascer.
A consciência da nossa morte ilumina o sentido mais profundo que a vida tem.
Por outras palavras, os sentidos da vida e da morte caminham a passo igual.
Eis a razão pela qual o sentido máximo da vida acontece na fase terminal.
Há causas que valem para morrer que são exatamente as mesmas que valem para viver: o amor.
Na verdade, quem morre por amor gera comunhão amorosa e nasce para a vida plena.
No evangelho de São João, Jesus tem um ensinamento importante sobre esta verdade fundamental:
“É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como eu vos amei.
Ninguém tem mais amor do que quem dá a vida pelos seus amigos” (Jo 15, 12-13).
Felizes os que fazem do amor a razão primeira da sua vida, pois a morte surge-lhes como o nascimento que conduz à plenitude.
Felizes dos que sabem ir morrendo para dar vida, pois podem estar seguros de que participarão de modo pleno na ressurreição com Cristo.
A vida dos que se foram gastando ao serviço do amor deixa de ser só deles, pois é uma vida partilhada e assumida na Comunhão Universal da Família de Deus.
Na verdade, os que gastaram a vida dando-se às causas do amor encontram-na e possuem-na de modo pleno na comunhão com Deus.
A Vida Nova está a emergir no interior da pessoa à medida que esta se vai relacionando amorosamente com os outros.
Esta certeza é um convite a descobrir razões mais profundas para viver.
Felizes dos que descobrem que a grande razão para viver e morrer é o amor.
Na verdade, dançaremos eternamente o ritmo do amor com o jeito que tivermos treinado agora na História.
Calmeiro Matias
XXXI DOMINGO DO TEMPO COMUM
A liturgia deste domingo convida-nos a contemplar o quadro do amor de Deus. Apresenta-nos um Deus que ama todos os seus filhos sem excluir ninguém, nem sequer os pecadores, os maus, os marginais, os “impuros”; e mostra como só o amor é transformador e revivificador.
Na primeira leitura um “sábio” de Israel explica a “moderação” com que Deus tratou os opressores egípcios. Essa moderação explica-se por uma lógica de amor: esse Deus omnipotente, que criou tudo, ama com amor de Pai cada ser que saiu das suas mãos – mesmo os opressores, mesmo os egípcios – porque todos são seus filhos.
O Evangelho apresenta a história de um homem pecador, marginalizado e desprezado pelos seus concidadãos, que se encontrou com Jesus e descobriu n’Ele o rosto do Deus que ama… Convidado a sentar-se à mesa do “Reino”, esse homem egoísta e mau deixou-se transformar pelo amor de Deus e tornou-se um homem generoso, capaz de partilhar os seus bens e de se comover com a sorte dos pobres.
A segunda leitura faz referência ao amor de Deus, pondo em relevo o seu papel na salvação do homem (é d’Ele que parte o chamamento inicial à salvação; Ele acompanha com amor a caminhada diária do homem; Ele dá-lhe, no final da caminhada, a vida plena)… Além disso, avisa os crentes para que não se deixem manipular por fantasias de fanáticos que aparecem, por vezes, a perturbar o caminho normal do cristão.
Dehonianos
MEDITAR
FOME DE DEUS
A fome de Deus anda lado a lado
com a fome de pão…
Um homem bem apresentado
interroga-me, numa livraria,
sobre um livro acerca da existência
de Deus.
Expliquei-lhe o conteúdo
e ouvi da boca daquele homem,
em tom nostálgico, esta palavra:
«Eu já tive fé… Agora sou ateu…»
Recomendei-lhe a leitura do referido livro
despedi-me dele, com um olhar triste,
como olho os mendigos famintos
que se cruzam comigo…
Aquele homem, torturado,
recomeçava a procurar Deus.
Tinha perdido a fé,
sei lá por culpa de quem!...
Talvez porque lhe deram,
na infância ou na juventude,
um Deus capaz de morrer,
porque não era o Deus verdadeiro,
o Deus-Amor…
Mário Salgueirinho
CONTO (473)
OS SOBERBOS E OS HUMILDES
Era uma vez um mosquito que, estando a dormir junto a um ribeiro, acordou com o rugido de um poderoso leão que vinha da floresta.
Assustou-se e gritou indignado:
- Para quê esse barulho? Não me podias deixar dormir em paz?
O leão respondeu:
- Eu sou o rei da floresta e faço o que me apetece!
O mosquito disse então:
- Dizes que és o rei mas eu sou mais forte do que tu. Sou capaz de te vencer.
Nesse instante, porém, o mosquito aproveitou o momento de distração do leão para se meter dentro do seu nariz. E esta presença do mosquito dentro das narinas era tão incómoda para o leão, que este batia com a cabeça nas árvores e rugia fortemente:
- Oh, o meu nariz! Sai daí, mosquito malandro que me incomodas muito.
O mosquito, rindo-se saiu do nariz do leão e começou a dançar de alegria, dizendo:
- Sou eu o rei da floresta. Sou mais forte e esperto que o leão.
Ao dançar, o mosquito caiu sem querer numa teia de aranha, feita de fios brancos e quase invisíveis.
A aranha, escondida a um canto, veio logo a corre e disse:
- Que belo petisco para o meu jantar!
In Bom dia, alegria de Pedrosa Ferreira
Se amamos alguém, não podemos compará-lo.
A pessoa amada é incomparável.
Milan Kundera
A Vida é muito mais que uma série de acontecimentos, é sobretudo a qualidade e a luz pessoal que pomos em todas as coisas.
António Valério s. j
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Nº 1168Pensamento da Semana
PENSAMENTO DA SEMANA
«O amor é uma coisa «perigosa», só ele traz a única revolução que proporciona felicidade.
São poucos os que são capazes de amar, e tão poucos os que querem o amor.
Amamos segundo as nossas próprias condições, fazendo do amor um coisa de mercado. Temos mentalidade mercantil, mas o amor não é comercializável nem é um negócio de troca.
O amor é um estado de ser, no qual todos os problemas humanos se resolvem. Vamos ao poço com um dedal e assim a vida torna-se uma coisa sem qualidade, insignificante e limitada.»
J. Krishnamurti, in "Cartas a uma jovem amiga
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