Nº 549

 

JESUS DE NAZARÉ.

TOCAVA o mais secreto das esperanças de todos, a ânsia de felicidade e de segurança que todos levavam dentro. Ensinava-os a amarem-se melhor, a perdoarem-se mais e a não viverem tão ocupados com a riqueza para o dia de amanhã…
Quando lhes falava desta Confiança em Deus, como um Filho se fia do Pai, estava também a propor-lhes que aprendessem a confiar uns nos outros. Na prática, esta Confiança exprimia-se como capacidade de Partilha. Mais que uma vez o fez, quando se juntavam multidões em seu redor, e todos podiam ter percebido que a Partilha é o segredo da Abundância e Jesus nos revela que o poder de realizar o Milagre da Multiplicação dos Pães é um poder que está em nós…
Fazia coisas que não ficavam bem a alguém da sua idade, sobretudo sendo homem, e considerado como Rabi por tantos… Estar com crianças, por exemplo, acolhê-las, sentá-las no colo e dá-las até como exemplo de acolhimento do Reino... ou comer e beber com as suas “companhias do costume”… ou falar sozinho com mulheres, dar-lhes atenção e admiti-las mesmo no grupo dos seus discípulos…
Muitas discussões cristológicas se podem manter sobre tantos aspetos doutrinais, mas é inquestionável este seu jeito incómodo de se comportar, a sua presença irreverente no meio do seu povo, a liberdade subversiva com que relia as Escrituras, relativizava as tradições dos antigos, secundarizava o Templo e a Lei e se dava com os mais pequenos dos lugares por onde passava.
Amava-os de uma maneira que os curava, os dignificava, os abria à esperança e ao carinho de Deus que, afinal, queria contar com eles para fazer acontecer o dinamismo do Seu Reino e manifestar o Poder do Seu Braço, não como Deus que pune, mas como Pai que salva.
[...]
 Rui Santiago cssr
 

XIX DOMINGO DO TEMPO COMUM

Tema:

A liturgia do 19º Domingo do Tempo Comum dá-nos conta, uma vez mais, da preocupação de Deus em oferecer aos homens o “pão” da vida plena e definitiva. Por outro lado, convida os homens a prescindirem do orgulho e da autossuficiência e a acolherem, com reconhecimento e gratidão, os dons de Deus
A primeira leitura mostra como Deus Se preocupa em oferecer aos seus filhos o alimento que dá vida. No “pão cozido sobre pedras quentes” e na “bilha de água” com que Deus retempera as forças do profeta Elias, manifesta-se o Deus da bondade e do amor, cheio de solicitude para com os seus filhos, que anima os seus profetas e lhes dá a força para testemunhar, mesmo nos momentos de dificuldade e de desânimo.
O Evangelho apresenta Jesus como o “pão” vivo que desceu do céu para dar a vida ao mundo. Para que esse “pão” sacie definitivamente a fome de vida que reside no coração de cada homem ou mulher, é preciso “acreditar”, isto é, aderir a Jesus, acolher as suas propostas, aceitar o seu projeto, segui-l’O no “sim” a Deus e no amor aos irmãos.
A segunda leitura mostra-nos as consequências da adesão a Jesus, o “pão” da vida… Quando alguém acolhe Jesus como o “pão” que desceu do céu, torna-se um Homem Novo, que renuncia à vida velha do egoísmo e do pecado e que passa a viver no caridade, a exemplo de Cristo.
Pe. José David Quintal Vieira, scj
 

MEDITAR

 

NÃO É FÉ

Se a nossa fé
não nos fizer acreditar que o dia de hoje pode ser melhor do que o de ontem;
se não nos arrancar da mesquinhez egoísta que nos esmaga de solidão e morte;
se não nos puxar os braços para os outros, na gratuidade natural de quem respira;
se não fizer com que a poesia desça ao nosso peito e as crianças e velhos bebam luz dos nossos olhos;
se formos secos de ternura e apenas e só prudentes como as serpentes;
se não passarmos de atarefados medricas a fugir, dias fora, da própria sombra;
se faz tremer a verdade e não rói os alicerces à mentira;
se não estrangula o desespero e incendeia a alegria;
se não nos fizer pôr na vida a beleza das palavras que engendramos,
então não é fé, pelo menos não é cristã.

Agarra-nos pelos ombros e diz-nos outra vez: «se a tua fé fosse sequer do tamanho de um grão de mostarda, dirias a esta montanha: vai daqui para ali, e ela iria e nada te seria impossível.»
Henrique Manuel, em "Mas Há Sinais..."
 

CONTO (413)

 

A DIGNIDADE HUMANA

O professor queria mostrar como se está a dar importância à vida humana. Começou por ler um artigo do jornal que contava como, num cenário de guerra, um grupo de camponeses tinham sido torturados e assassinados. Numa outra página, a notícia de reféns que tinham sido executados.
Terminada a leitura, pareceu-lhe que ninguém tinha ficado impressionado. Todos permaneceram insensíveis. Estavam verdadeiramente acostumados a tragédias e assassinatos!
Ao ver isto o professor pegou num isqueiro e numa nota de dez euros. Depois deitou fogo à nota, perante a admiração dos seus alunos. Um deles disse:
- Senhor professor, isso não se faz! Essa nota valia muito!
Outros alunos tomaram a palavra. O professor deixou-os falar e, no final, disse-lhes:
- Ficastes mais impressionados com uma nota a arder do que com pessoas humanas que foram torturadas e mortas. Achais, porventura, que uma vida humana não vale mais do que a maior fortuna?
Ao ouvirem estas palavras, olharam uns para os outros e fez-se silêncio na aula. O professor concluiu:
- A vida humana vale mais do que todo o ouro do mundo. E é com toda a facilidade que se matam pessoas por causas tão relativas como o dinheiro, o petróleo, os diamantes.
 In Alegre Manhã de Pedrosa Ferreira
 

AMAR SEM MEDIDA

A maior prova de amor é amar é dar a vida. Quem não ama não conhece a Deus. Quem diz amar a Deus e não ama o irmão é mentiroso. A caridade, o amor, é a perfeição da lei. A santidade mede-se pelo amor.
Amar a todos. Amar sempre. Não se cansar de amar os de longe e os de perto, os amigos e os inimigos, os simpáticos e os antipáticos. Amor concreto, ativo, traduzido em obras.
Amar é compreender, estimar, ajudar, perdoar. Amar é sorrir, dar servir. Amar é ver Jesus no outro, em cada pessoa, quem quer que seja. Cristos vivos, homens nossos irmãos, membros do Corpo Místico.
O bem ou o mal que fazemos aos outros é a Cristo que o fazemos. Murmurar, caluniar, criticar os outros é fazê-lo a Cristo. Desprezar, colocar de lado, sentir má vontade com alguém, é a Jesus que o fazemos. Impacientar-se, insultar, perseguir uma pessoa, é fazê-lo ao próprio Senhor.
Amar, amar, amar sem medida, pois a medida do amor é amar sem medida. E quando nos cansarmos de amar, só temos uma coisa a fazer: recomeçar de novo, no momento seguinte.
Só serás santo se amares. Só serás feliz se amares.
Amor cristão, à semelhança do Mestre que deu a vida por nós.
 
In Firmes na Fé de Dário Pedroso

 

«Fica sabendo que um homem pode estar sentado no Paraíso com um amigo e sentir todos os prazeres e os divertimentos do mundo, enquanto o amigo não sentirá nada e não sentirá nenhum prazer. Porque o essencial do prazer reside no coração e nem o paraíso causará prazer àquele que não tiver um coração sensível.» 

Rabi Nahman de Bratislava  

 

FESTA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO

NORTE PEQUENO
Tríduo: dias 13 e 14 de agosto às 20h00.
FESTA: dia 15 de agosto - MISSA às 13h30 - Procissão às 19h00.
BODO DE LEITE: dia 19 de agosto às 9h00
 
 

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Nº 1148

Pensamento da Semana

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 

A alegria e a surpresa andam de mãos dadas.

Isso revela-se sempre que conseguimos reagir com criatividade

às coisas inesperadas que fazem mudar

os nossos planos e, mesmo assim,

sentimos que tudo continua bem.


Por vezes, a alegria surpreende-nos.
Apanha-nos totalmente desprevenidos.
O importante é deixarmos que ela tome
conta de nós e continuarmos recetivos
à surpresa divina.

Anselm Grün, in Em cada dia... um caminho para a felicidade

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