Nº 406

 

 

SACERDOTES

Na outra Carta dei uma pequena informação sobre a Semana dos Seminários. Hoje, ao querer escrever alguma coisa, vinha-me sempre esta exigência: deve ser sobre os Seminários!

Não sei o que vai sair e, muito menos o que dizer.

Reparo que para o Seminário vão pessoas normais com a sua história pessoal e com os apelos que achou que lhe trazem a presença e a marca de um Deus que chama. Um Deus que ama. Um Deus que é Pai.

Há um amadurecimento que é feito pouco a pouco com a ajuda de todos os que se sentem em busca de Deus. Procurando descobrir no emaranhado da vida o que mais convém e o que mais o pode realizar como pessoa.

Nesta caminhada encontra-se a alegria da descoberta  da beleza do chamamento e as incertezas que preocupam e que são próprias de todas as procuras de realização pessoal.

Há a aceitação, a tomada de decisão. Há sonhos e projectos.

Depois vem o campo do trabalho, o lugar da realização. Pretende-se mudar e revolucionar.

Quer-se executar. Fazer…

Cheguei a este emaranhado de coisas, onde a vida se entrelaça com outras vidas que também são sonhos e projectos. É o campo das paróquias onde, já outros sonharam, realizaram, fizeram e deram o que sabiam e podiam…

Hoje é muito diferente. Hoje há as crises. Sim. A crise económica, da família, da política, da sociedade, da fé…

Hoje já não há um padre em cada paróquia. Hoje é muito diferente.

Hoje já não há missas todos os dias em todas as paróquias. Já não há o Padre sempre ali, ao dispor de todos e de todas as coisas. Com tempo. Conhecia e sabia…

Penso que vamos acabar por entender muitas coisas. Acabar por entender que não vale a pena esperar que outros façam o que devemos fazer. Que temos de deixar de ser egoístas e acomodados.

Penso que vamos acabar por entender que fazer é diferente de falar…

Penso que vamos acabar por entender que não posso esquecer que a cada um foi dado carismas e dons…

Penso que vamos acabar por entender a riqueza que vem quando todos trabalham no mesmo campo e que a sementeira feita por todos é mais bela e dá mais fruto…

Penso que vamos acabar por entender que os Padres também desanimam porque têm sentimentos, sentem-se magoados, por vezes, perante a incompreensão. Entender que são gente e não anjos nem super-homens.

Acabar por entender que têm um coração que foi feito para o amor. Que ama.

                                                                                                     Pe. Manuel António

XXXIII DOMINGO COMUM

Tema:

A liturgia do 33º Domingo do Tempo Comum apresenta-nos, fundamentalmente, um convite à esperança. Convida-nos a confiar nesse Deus libertador, Senhor da história, que tem um projecto de vida definitiva para os homens. Ele vai – dizem os nossos textos – mudar a noite do mundo numa aurora de vida sem fim.

A primeira leitura anuncia aos crentes perseguidos e desanimados a chegada iminente do tempo da intervenção libertadora de Deus para salvar o Povo fiel. É esta a esperança que deve sustentar os justos, chamados a permanecerem fiéis a Deus, apesar da perseguição e da prova. A sua constância e fidelidade serão recompensadas com a vida eterna.

No Evangelho, Jesus garante-nos que, num futuro sem data marcada, o mundo velho do egoísmo e do pecado vai cair e que, em seu lugar, Deus vai fazer aparecer um mundo novo, de vida e de felicidade sem fim. Aos seus discípulos, Jesus pede que estejam atentos aos sinais que anunciam essa nova realidade e disponíveis para acolher os projectos, os apelos e os desafios de Deus.

A segunda leitura lembra que Jesus veio ao mundo para concretizar o projecto de Deus no sentido de libertar o homem do pecado e de o inserir numa dinâmica de vida eterna. Com a sua vida e com o seu testemunho, Ele ensinou-nos a vencer o egoísmo e o pecado e a fazer da vida um dom de amor a Deus e aos irmãos. É esse o caminho do mundo novo e da vida definitiva.

(Dehonianos)

 

MEDITAR

ORAÇÃO DOS SEMINÁRIOS 2009

Palavra incriada e criadora,

Palavra incarnada e reveladora,

Palavra do Pai, salvadora,

Palavra no Espírito Presente,

Palavra que convoca e provoca,

Palavra que chama e envia.

 

És Tu, Senhor Jesus, a Palavra definitiva da História;

És Tu, Senhor Jesus, a Palavra do Pai que se faz ouvir pela força do Espírito Santo;

És Tu, Senhor Jesus, a Palavra que toda a humanidade espera.

 

Faz de nós instrumentos audazes e fortes

Para que a tua Palavra se faça ouvir

Na autenticidade do nosso testemunho,

Na coerência da nossa vida.

 

Faz de nós mensageiros fiéis e credíveis

Para que a tua Palavra seja recebida

Nos corações de tantos jovens

Que querem construir um mundo melhor,

Que querem colaborar na edificação do Reino,

Que querem encontrar o seu lugar na Igreja.

 

Faz, Senhor, que estejamos atentos à tua voz

Para que à primeira Palavra nos levantemos sem demora

E avancemos de imediato para a missão.

Faz, Senhor, que o nosso testemunho seja a nossa oração

Pelos Seminários e pelos seminaristas

E por todos os jovens a quem a tua Palavra chama e envia. Ámen.

 

CONTO (280)

 

LIBERTA-NOS, SENHOR, DA PERFEIÇÃO

Era uma vez um carregador de água na Índia que levava todas as manhãs ao Senhor daquelas terras dois potes grandes, ambos pendurados em cada ponta de uma vara que ele carregava atravessada aos ombros, apoiada sobre o pescoço. Um dos potes tinha uma rachadela, enquanto o outro era perfeitinho e chegava sempre cheio de água no fim da longa jornada entre o poço e a casa do Senhor daquele carregador. O pote rachado chegava sempre pela metade.

Foi assim durante dois anos, diariamente, o carregador entregando um pote e meio de água na casa do seu Senhor. Claro, o pote perfeito estava orgulhoso de si mesmo. Até parecia maior, tanto lhe tinha inchado o orgulho! O outro pote, rachado, estava envergonhado da sua imperfeição, e sentia-se miserável por só conseguir realizar metade do que se esperaria dele.

Ao aperceber-se mesmo disto, depois daqueles dois anos, o pote finalmente falou para o homem um dia, à beira do poço:

- Estou envergonhado, quero pedir-te desculpas. E pedir-te que deixes de contar comigo, que não sirvo para nada.

- Porquê? - perguntou o homem - Porque é que estás tão envergonhado?

- Porque nestes dois anos eu só fui capaz de entregar metade da minha água por causa desta rachadela aqui de lado... Metade da água vai-se pela beira do caminho, entre o poço e a casa do teu Senhor!

O homem ficou triste com aquilo que lhe disse o velho pote, e falou-lhe com compaixão:

- Quando retornarmos para a casa do meu Senhor, quero que te dês conta se há flores ao longo do caminho... e onde é que elas estão...

Então, à medida que eles subiam a montanha, o velho pote rachado deu-se conta que do seu lado do caminho a berma era pintada de mil cores, as mil cores de tantas flores que tinham nascido por ali... E, deitando o olho para o outro lado, não viu mais que terra seca e pedras...

Reparou até, pela primeira vez, que o carregador se debruçava para apanhar algumas... O carregador disse-lhe:

- Parece impossível que nunca tivesses reparado... O que seria este caminho sem ti e sem a tua rachadela? Todos os dias pela manhã eu levo ao meu Senhor não só a água, mas as flores que dão alegria à sua mesa! Todas as manhãs... Como o poderia fazer sem ti? Que flores teria para alegrar a mesa do meu Senhor se tu não fosses assim mesmo como és?

(Parábola tirada do Blog Derrotar Montanhas)

 

 

Todo aquele que procura os louvores dos outros homens vê-se obrigado a querer passar por melhor do que é, e assim fica envolvido nos tortuosos caminhos da hipocrisia.

(Georges Chevrot)

 

Não és bom porque te louvam, nem desprezível porque te censuram; és o que és, e o que poderão dizer de ti, não te fará melhor do que vales aos olhos de Deus.

                                              (Autor desconhecido)

 


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Nº 1148

Pensamento da Semana

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 

A alegria e a surpresa andam de mãos dadas.

Isso revela-se sempre que conseguimos reagir com criatividade

às coisas inesperadas que fazem mudar

os nossos planos e, mesmo assim,

sentimos que tudo continua bem.


Por vezes, a alegria surpreende-nos.
Apanha-nos totalmente desprevenidos.
O importante é deixarmos que ela tome
conta de nós e continuarmos recetivos
à surpresa divina.

Anselm Grün, in Em cada dia... um caminho para a felicidade

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